Capitulo 7

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      Luna observa o teto como se tivesse observando uma paisagem que a deixa maravilhada, como se fosse uma tela em branco pronta para ser preenchida, demorou muito tempo para entender que estava sozinha, após o homem estranho da fala engraçada sair do quarto, demorou minutos ou até mesmos segundos, ela não sabe, só sabe que estava sozinha e que agora poderia chorar sem interrupções.

Começa imaginar todos os momentos que poderia ter vivido plenamente, mas que desperdiçou com caprichos tolos dos seus próprios pensamentos, como quando deixou de dizer que amava a sua mãe ou no momento que deixou de beijar o Pedro e até mesmo dizer que o acha bonito, bem bonito, atraente e gentil, aponto de deixa-la sem folego. Estava claro pra ela que tudo isso é fruto da sua mais enorme arrogância, poderia ser diferente, tudo poderia ser diferente.

Luna sente que está parecendo uma garota abandonada com pena de si mesma, e isso a estava enojando como nunca, todos esses pensamentos a estava enojando, isso não era ela, nunca foi. Permanece observando o teto com sua mente a mil, sem perceber que no quarto havia alguém, alguém em pé na ponta da cama, ela dá um salto, sentando, quase grita mas alguma coisa a impede. Luna começa a desejar um copo cheio de bebida para que pudesse jogar na cara do homem que a estava observando, não era o anterior, isso estava claro, ele era um pouco mais alto e calvo, de cabelos meio vermelhos como fogo e com olhos quase da mesma cor.

- Bom dia, senhorita – Ele dá um sorriso gentil e caloroso, tudo que ela estava precisando, ela sente vontade de retribuir aquele sorriso, mas algo a estava impedindo, ela não pode e nem irar mostrar gentileza para alguém totalmente estranho. O homem caminha em direção a mesinha que se situa do lado da cama e coloca uma bandeja repleta de comida – seu café.

- Obrigado, mas não quero.

- Você precisa se alimentar – Ele a olha com expressões preocupadas – Você terá um longo dia pela frente.

- Ainda não acabou? – Ela se recusa a encarar o homem – Hoje não será um dia difícil pra mim, será mais um dia difícil pra mim, por que é assim que tem sido, difícil – Ela demonstra cansaço e receio, e é bem perceptível aos ouvidos de qualquer um que a ousa falar.

- Tome seu café – Ele da meia volta e caminha em direção da porta, para e a olha novamente – Talvez isso não seja de tão ruim, talvez seja uma dadiva divina.

- Dadiva divina? – Ela começa a ri freneticamente – Não sei nem se esse lance de divino existe.

- Não blasfeme, Senhorita – Ele dá alguns passos para o lado da sala e começa a olhar o cômodo procurando alguma coisa, passando os dedos pela parede até parar em um local especifico localizado no centro da parede – Está vendo isso aqui – Ele aponta para alguma coisa, alguns rabiscos que Luna não consegue identificar do que se trata, devido a longa distância – Isso aqui, é nisso que você deve acreditar acima de tudo e com todas as suas forças.

Luna se força a não dá importância para as palavras de um homem estranho, embora saiba que foram pessoas estranhas que deram suporte e ajuda a ela, ela se recusava a da importância, pois ela começa a ficar com medo do que pode vir futuramente, e ela não quer pensar em um futuro, em um futuro incerto, isso a machuca mais do que quase ser morta pelo ex namoradinho, não que aquele episódio a houvesse machucado.

- Olha moço, eu não quero mais ouvir uma só palavra, eu não quero que fale mais nada, por que tudo que você me disser nesse momento, para mim será como nada – Ela lança um olhar cheio de raiva para ele – Eu preciso de uma base, eu preciso de segurança, eu mereço saber mais do que um A morte está em seu encalço... Eu preciso de base – Sua voz falha e ela sente algo molhar seu rosto, mas não demora muito para ela perceber que são suas lagrimas caindo – Eu preciso...

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