Capitulo 3

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 Laila fica com o coração apertado por deixar sua filha para trás, mas Deus sabe o quanto foi necessário, pensa ela, e começa a rir de uma hora para outra, ri de si própria como se houvesse contado uma piada terrível que só faria ri quem a contasse.

-Deus – Fala em meio a risos – Como se ele tivesse mesmo olhando por nós.

Durante algum tempo Laila para de ri e se concentra no volante, percebe que seus olhos estão lacrimejando mas não consegue identificar a causa, se fora de tanto ri ou pelo fato de ter "Abandonado" sua filha em um lugar desconhecido, ainda estava tentando acreditar nas palavras de seu amigo de que era um lugar bem instruído e de porte, onde Luna seria bem tratada e levada a ser aquilo que nasceu para ser, Laila queria crer nisso, o que não estava funcionando por sinal. Ela direciona seu olhar para a rodovia e ver uma infinidade de estrada, e acelera seu carro mais um pouco.

Laila começa a pensar em tudo que viverá até aqui, momentos felizes com sua filha, procurando um sentimento de conforto pelo fato de ter criado sua Luna em meio a amor e carinho, mas o único sentimento que vem no momento é de angustia e tristeza pelo fato de ter passado a vida toda mentindo para sua filha, pelo fato de ter passado a vida toda fingindo ser aquilo que não é, mas ela sabe o quanto foi necessário, foi para um bem maior, e nunca se permitirá se arrepender por tal.

-Me perdoa minha filha – Sussurra em meio a lagrimas. Laila começa a questionar seus sentimentos, sentimentos que era totalmente conscientes e humanos, o que antes para ela não era seu forte, hoje é a faz fraca e impotente.

Uma sensação estranha passa pelas suas espinhas, como se a tivesse avisando que algo indesejável a estava seguindo, o que para ela não faz sentido ela tomará bastante cuidado para não ser seguida. Ela olha pelo retrovisor na esperança de avistar alguma coisa mas não ver nada, de imediato olha para os lados, Laila continua sentindo que algo está em seu encalço, e percebe que precisa de ajuda, procura seu celular por todos os lados sem sucesso, abre o porta luvas do carro e o avista, ela pega o celular rapidamente e foca na estrada enquanto digita um número e clica em ligar, não demora muito atendem.

-Alô? Alô – Fala desesperadamente – É ele, Alen, ele está aqui – Continua olhando para os lados.

- Onde estou?! Eu sei lá – Olha pra frente analisando o local onde estava, por alguns instantes ela se sente totalmente perdida, mas com um tempo ela começa a conhecer o local onde estava- Estou em algum lugar entre Adans e Abadia, estou... Estou na fronteira do Rio.

Laila pisa no acelerador enquanto o carro corre, algo pesado bate no teto, Laila olha pra cima e coloca o carro pro lado rapidamente e logo após joga pro outro na esperança de conseguir se livrar do que a estava atacando, sente algo tentando elevar o carro pro ar sem sucesso, ela acelera ainda mais indo em 120 por hora, Laila sempre preocupava-se com a velocidade que andava principalmente quando estava com Luna, mas nesse momento ela não estava se preocupando com nada, apenas em salvar sua vida, nem que pra isso tivesse que chegar a 200 por horas. Novamente seu carro é atacado e ela perde o controle do carro derrapando e saindo da pista, vira o volante colocando o carro novamente na estrada, desesperada começa a ofegar.

-Alen! – Grita – Preciso lutar, eles querem me pegar, Alen, ele me encontrou e com certeza encontrou ela também, cuide dela, Alen, a proteja, não deixe que nada de mal a aconteça...- O celular cai na lateral do carro, desliga automaticamente.

Laila procura algo com que possa se defender, de imediato o teto solar do carro é arrancado com violência voando longe, ela baixa a cabeça e grita novamente, levanta e olha pra frente novamente e desvia o olhar para o alto a fim de ver o que estava atacando. Segundos depois ela olha para frente avistando uma pedra enorme, percebe que toma toda a extensão da estrada, ela tenta desviar da pedra, mais já é tarde demais, ela freia rapidamente e bate com toda força na enorme pedra, estilhaçando o carro, tudo fica escuro, e ela já não ver mais nada, não escuta mais nada e não sente nem mesmo dor, somente o Breu.

Do outro ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora