Capitulo 9

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Tendemos a nos envolver com alguém e exigir que nesse envolvimento haja reciprocidade, consideração e acima de tudo compreensão. Do contrário a decepção é inevitável.

Catarina se apoia nas escadas, com ar exaustivo, com aparência cansada de quem passou horas chorando. Sentia-se abandonada e sozinha, sem perspectiva nem esperança, temia por Luna e o que ela enfrentaria, depois que souber toda a verdade.

Havia algo perturbando seu coração além do temor pela Luna, era algo que ela estava tentando negar pra si mesmo, algo que ela não queria dá o braço a torce, e nunca iria, o medo de fraquejar a atormentava. Respirou fundo e começou a descer as escadas em direção a porta.

- Vai a algum lugar, Senhora? - Alfred olha para ela com ar preocupado - Aconteceu alguma coisa? - Prosseguiu, percebendo o quanto ela está abatida.

- A sim, Alfred... - Pausa voltando a caminhar em direção a porta, segura a maçaneta e olha para Alfred - Vou dá uma volta, buscar sentido para isso tudo.

- Senhora, espere... - Para ao vê-la abrir a porta e vislumbrar o que estava do outro lado dela.

Havia vários cavalos passando e pessoas vestidas com roupas desatualizadas, em um período de tempo diferente, logo percebe que se trata do século XVIII, Ver as Carroças passando e moças andando apressadamente segurando seus vestidos enormes e pesados. Alfred abre a boca mostrando uma expressão de surpresa.

- Com que frequência anda fazendo isso? - Prossegue quase como um sussurro.

- Mais do que você possa imaginar, meu caro. - Ela sai e fecha a porta, e todo aquele barulho de cavalos, carroças e pessoas andando apressadamente desaparece, só restando ele e mais ninguém.

- Catarina - Sussurra baixinho, deixando sua flanela cair.

***

O Frio na barriga de Luna se intensifica e ela sente como se tivesse totalmente submersa, respirar começa a ficar impossível, logo sente como se tivesse caindo em um precipício, series de arrepios percorrem seu corpo e ela começa a gritar automaticamente, gritando alto, com seus olhos fechados. Logo tudo para e ela continua a gritar, sentindo seu corpo se estabilizar e parar, ela para e abre os olhos. Uma luz forte e intensa invade sua visão a fazendo piscar várias vezes.

Seus olhos começam a se acostumar com a luz e ela logo ver um homem a sua frente, vestido de branco dos pés a cabeça, percebe que se trata de uma sala enorme, cheia de pessoas a olhando com expressões curiosas. Logo percebe que esta curvada para frente e Alekim está segurando sua cintura por trás, ela ruboriza e fica totalmente envergonhada por estar em uma posição tão comprometedora, ela tira as mãos dele da sua cintura e da passadas para frente, horrorizada com a situação.

Ela olha para ele que dá de ombros, sorrindo de lado.

- Era isso ou beijar a lona - Sussurra e dá um sorriso travesso, olhando para as pessoas que ali estavam - Senhores - Os cumprimenta com um movimento sutil de cabeça.

- Alekim, meu bom homem - Fala um senhor a sua frente - A tempos não te vejo, o que tens feito além de fingir ser um leal escudeiro?

- O que queres dizer com isso, Ravier? - Ele o fita com ar raivoso. Luna olha para Alekim e depois para Ravier, logo presume que aquele homem não deve ser um bom moço. Ela não gostava de Alekim, mas começou a sentir um certo apresso, pelo fato dele não ter aquelas expressões superioras que Ravier tinha.

- Eu não preciso ter que explicar - Fala colocando as mãos no bolso direcionando o olhar para Luna, ela fica incomodada e baixa a cabeça - Vamos logo ao ponto, qual o motivo disso tudo?

Do outro ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora