Fantasmas - Capítulo 2 - Parte II

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Lilá

Para meu desespero, era exatamente a última pessoa que eu gostaria de ver agora.

Os olhos negros de Pesadelo encontram os meus com uma alegria mortífera. Ele me puxa com força e me lança para o outro lado. Meu corpo corta o ar com velocidade antes de afundar na terra abaixo de mim. Minhas costas queimam de dor e minha cabeça encontra uma pedra na queda. Abro os olhos e minha respiração falha ao ver tudo ao redor girar.

Em segundos Pesadelo já está ao meu lado, ajoelha-se e agarra meu cabelo por trás para me aproximar de seu rosto.

— Você destruiu um dos meus palácios favoritos — ele rosna com os dentes trincados. Pesadelo transparecia o psicopata que era os cabelos compridos desgrenhados e o olhar negro sedento de vingança — E agora você vai pagar.

Agarro sua capa e impulsiono meu corpo para cima utilizando o seu de apoio, jogo seu corpo no chão ao meu lado. Antes que possa reagir, chuto seu rosto. Seus soldados avançam sobre mim, mas não conseguem nem mesmo se aproximar.

Ergo uma mão e giro meu indicador ao mesmo que murmuro um feitiço. A água gira rápido ao nosso redor, impedindo que os demais se aproximem sem serem cortados. No segundo seguinte já puxo minha lança das costas, sinto a fúria de Kira rugir em meu peito, corrompendo meu corpo conforme sinto mais raiva.

Pesadelo segura meu calcanhar e paraliso onde estou.

Quero chuta-lo novamente.

Sair correndo e rasgar a garganta de todos os soldados do modo como Kira me coage a fazer.

Mas não consigo.

Como um veneno paralisante, meu corpo congela como uma estátua.

            Encaro-o com os braços erguidos com a lança em minhas mãos, seu rosto se contorce em um sorriso debochado enquanto olha a lâmina da minha lança parada no ar inofensiva.

Pesadelo se coloca de pé a minha frente, ele ri ao ver o pânico em meu olhar. Um vento escuro gira ao redor quando ele move as mãos e com um jogo rápido de magia ele dispersa meu feitiço.

— Tragam os amigos dela aqui — ele ordena. Logo os soldados empurram meus amigos para mais próximo de mim, entrando no meu campo de visão.

O olhar de Miranda e Sam se prendem ao meu, tentando passar algum recado que a minha raiva e medo não me permitem ver.

Todos possuíam pelo menos duas espadas ameaçando seus pescoços.

— Eu quero que eles vejam o que acontece com que me irrita! — ele grita sorrindo abertamente. Pesadelo pega algo dentro da capa e a única coisa que vejo é o reflexo dourado em seus dedos antes dele socar meu rosto com toda força.

Meus amigos reagem enquanto meu nariz arde como o inferno ao quebrar e derramar sangue pela minha boca até o pescoço.

— Sabe — Pesadelo segura meu rosto e por cima de sua luva preta ele recheou de anéis pontudos — Sua ignorância me irrita. Estar do lado mais fraco, sendo tão... preciosa. É patético, talvez uma boa lição te faça se dar conta disso — ele aperta meu maxilar com tanta força que sinto feridas se abrirem em minha boca, até ouvir minha mandíbula estalar alto.

Não tenho tempo de me recompor da onda de dor. Pesadelo agarra meu rosto e ajeita para que eu olhe para ele antes de me socar.

Quero sair daqui.

Quero me mover. Forço meu corpo a isso, mas não ocorre nada.

Ele me soca uma terceira vez, e agora minha boca abrisse um pouco e consigo sentir o sangue escorrer pelo meu pescoço.

Os CorrompidosOnde histórias criam vida. Descubra agora