Capítulo VIII

102 14 5
                                    

Estava ainda um pouco confuso se levaria a serio aquele fenômeno esquisito que se sucedeu comigo ou esperaria que se manifestasse novamente para tomar as devidas providencias como costumava fazer sempre que isso me ocorria.

Quando cheguei em minha casa a noite depois de mais um dia de trabalho tomei um bom banho antes de ir pra pista, hoje decidido a pedalar como sempre faço, um dia pedalo, um dia corro, alternando, as vezes também dava um pulo na academia.

Aconteceu que ao entrar em meu quarto para vestir uma roupa mais adequada para a pedalada senti que alguém estava lá, mas me contive, essa sensação de que não estava sozinho já me tinha ocorrido antes e eu podia ter certeza que era alguém tentando fazer contato comigo, mas me perguntava sozinho quem queria, pois todas as vezes que isso acontecia se tratava de alguém próximo a mim, ou então de um ente querido de algum amigo meu, e até o momento não estava me recordando de nenhum, o que me deixava um tanto duvidoso quanto a isso.

Quando cheguei à Orla de Copacabana, que tem uma ótima ciclovia para pedalar logo dei de cara com Max, um amigo meu que costuma pedalar a noite também, e que assim como eu é espírita, nos conhecemos no centro espírita que frequento vez em quando, ou sempre que necessário já que por motivos da correria do dia a dia não me centro muito.

-Fala meu parceiro. Quanto tempo? – perguntei ao me aproximar dele.

-Pois é cara, andei viajando nos últimos dias, por isso não estava mais pedalando.

-Até cheguei a pensar que você não queria mais pedalar. – disse dando um leve tapa em suas costas.

-Jamais, isso aqui é um dos meus hobbies preferidos. Não paro não.

-Está certo. É isso ai. – íamos pedalando enquanto conversamos.

-Mas oque você me conta de bom? E o serviço como vai? Aquela secretaria gatinha ainda trabalha lá? Terá férias quando? Cara tem uma praia muito bacana no litoral baiano que eu te recomendo.

-Calma cara, uma coisa de cada vez. – disse dando uma risada, pois o Max sempre conversa assim, um emaranhado de perguntas de uma só vez. – só terei férias agora no final do ano. Sempre tiro quinze dias de férias e o destino primordial creio que eu nem preciso dizer, né?

-É Verdade.

-Mas fora isso cara, está tudo bem comigo, só a rotina de sempre mesmo. Ontem tive um contratempo, mas nada grave.

-O que aconteceu? – questionou Max.

-Meu carro colidiu com o de uma garota. Mas não teve nada de mais.

-Cara e o seu carro?

-Amaçou um pouquinho, mandarei para o concerto essa semana ainda.

-Da uma dor no coração né?

-Nem me fale, mas o que importa é a vida.

-Com certeza. – concordou Max. – cara você nunca mais frequentou o centro? O que aconteceu?

-Ah. Esses dias eu estou tranquilo. Não houve, mas necessidade.

-Mas é sempre bom ir cara.

-Eu sei e fora isso também, minha rotina está um pouco apertada também, sabe, estamos com uns projetos ai pra entregar.

-Sei. Mas aparece lá. O Alfredo perguntou por você. Disse que estava sentido sua falta lá.

-Serio? Hoje mesmo pensei nele.

-Olha ai. Vai ver você precisa retornar.

-Vou aparecer lá para conversar com ele, mas preciso ver ainda.

Apenas Um AbraçoOnde histórias criam vida. Descubra agora