O herdeiro do martelo

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A festa continuava no enorme salão de Valhalla. O local era gigantesco, o chão reluzia como ouro, as janelas tinham um brilho prateado característico, as mesas e cadeiras eram cristalinas e de um canto ao outro do salão havia comida e bebida a vontade. Os números ali já passavam dos centenas de milhares, e um verdadeiro alvoroço tomava o local.

A maioria do som vinha de Beowulf, o mais famoso dos heróis. Com uma caneca recheada de hidromel em uma mão e um pedaço de carne na outra ele descrevia suas antigas aventuras a todos ali. Haviam outros grandes heróis ali como Volsung, o rei de cabelos ruivos que enganou o deus Loki, Erik, o vermelho, o famoso explorador que encontrou terra aonde ninguém teve coragem de explorar e Siegfried, um homem loiro de barba grande que serviu aos deuses matando bestas e participando por mais de uma vez na luta contra os gigantes de gelo ao lado de Thor.

Não muito longe deles, Ludwig e Pauline se perdiam entre carícias e beijos. Desde que chegaram ao Valhalla tudo que fizeram foram se amar. Seu parente distante, Beowulf hora ou outra gritava para qur todos ouvissem: Este guerreiro, tem o meu sangue. E por isso os deuses clamaram por sua ajuda quando Thor adoeceu. Na verdade, suas palavras não estavam erradas, mas apenas Thor sabia a verdade, fora Mjölnir quem escolheu Ludwig.

Um guarda usando uma armadura cinzenta que o destacou no local adentrou o salão e chamou por Ludwig. O mesmo perguntou quem fora que o chamou e logo obteve a resposta: Odin.

Ludwig não se surpreendeu com a resposta, na verdade sabia que o grande pai de todos gostava de dialogar com ele. Desde de sua chegada em Valhalla, o pai celestial volta e meia convocava Ludwig para conversar.

Se despediu com um beijo de Pauline e acompanhou o guarda. Não soube dizer quem era o homem por baixo do elmo, porém sabia que ele era um dos deuses menores graças a cor cinzenta de sua armadura.

Odin estava na sacada de seu trono observando a bela Asgard, um reino que brilhava como a mais bela das pedras preciosas. Casas feitas de ouro, pontes de platina, estátuas e esculturas feitas de esmeraldas e rubis retratando os feitos dos amados deuses.

O trono era o local mais alto dali, mas as casas não ficavam para trás, sendo o único edifícios comparável ao trono o portal onde o guardião da ponte arco-íris, Heimdall vigiava os reinos que existiam em Yggdrasil, a árvore que sustentava o mundo.

A aparência de Odin demonstrava sua sabedoria, uma barba branca que alcançava o peito cobria parte da armadura dourada que preenchia seu corpo. Alguns fios brancos mais longos caiam sobre o tapa olho que ocultava seu olho perdido, o esquerdo. Seu único olho bom, o direito era completamente branco, não havia pupila, porém era perceptível algo parecido com uma retina no centro do olho e em suas mãos o cetro que antes brilhava permanecia apagado.

Ele fez um jesto com sua mão livre e o guarda deixou os dois sozinhos. Ludwig não cansava de admirar o salão do trono de Odin. O local era totalmente cristalino, as pilastras feitas de prata, o caminho que levava até o trono recheado de diamantes e pérolas, e o assento de Odin dourado como sua armadura, seu tamanho fazia Ludwig parecer pequeno e atrás do trono Odin o esperava.

- Venha meu amigo, sente-se - a voz de Odin soava como um trovão, porém calma e serena quanto a maré que atinge uma praia.

Do chão cristalino dois assentos surgiram, um grande para Odin e um pequeno para Ludwig. O poderoso pai de todos era muito alto, provavelmente o triplo do tamanho de Ludwig, o que explicava o tamanho do salão.

Do céu azulado de Asgard dois corvos se aproximaram, Hugin e Munin, o pensamento e a memória de Odin. Os corvos pousaram sobre os ombros de Odin que já estava sentado ao lado de Ludwig, os corvos sussuram algo no ouvido do deus é partiram novamente ao vôo.

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