Capítulo 2

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Tomo um longo banho me visto com a mesma roupa de ontem, me despeço de Valeria com um grande beijo de bom dia e saio.

Primeiro lugar antes de viajar? Dona Vilma claro, hoje ela está um pouco mais alegre do que normalmente. Dou um sorriso grande sincero à ela é recebo um amigável dela.

- Bom dia Enzo! - Ela me comprimenta e vai fazer o meu pedido, peço algumas rosquinhas para viagem.

- Um ótimo dia Dona Vilma, está tão radiante hoje! - Ela sorri.

- É um novo dia, se eu começar meu dia triste, ele acabará triste mas se eu começa-lo feliz e alegre o dia irá terminar bem! Você parece um pouco cansado hoje. Está tudo bem?

- É claro que sim, apenas uma noite de trabalho mas como a senhora disse, o dia está apenas começando.  - Vilma sorri para mim por eu ter aprendido e sai para atender outras pessoas.

Saio e vou andando até meu apartamento. Pego minhas poucas coisas, me dirijo até meu carro e saio à caminho do aeroporto.

Lembro-me de cancelar meus agendamentos das duas próximas semanas para poder arrumar tudo em Portland.

Chegando ao avião, sento em minha poltrona e tendo descansar um pouco a cabeça.

- Oi? Pode me dar licença? - Uma moça fala comigo com um sutaque do Sul,  seu rosto um pouco corado por ter me "acordado".

- Anm... Claro! - Deixo- a passar para sentar-se na poltrona ao lado, ela ajeita seu vestido um pouco florido demais para um dia de outono.

- Obrigada, desculpe-me te-lo acordado - Ela se desculpa e não espera resposta se virando para a janela tão maravilhada com a visão, e olha que ainda não decolamos.

Dou uma avaliada nela, apenas por costume mesmo, pela sua vestimenta simples, viagem em primeira classe não é tão comum para ela, seus cabelos ruivos em um rabo de cavalo mal feito, com alguns fios soltos pelo pescoço parecem ter sido amarrados as pressas, sua pele muito clara e um pouco sardenta, lembro também de seus olhos verdes escuro quando ela se dirigiu a mim. Reparo que suas mãos não obtém aliança nem jóia alguma. Interessante.

Me encosto novamente em minha poltrona e tento relaxar até chegar em meu destino.

O avião começar a voar e de repente sinto uma mão na minha me apertando com um pouco de força.  Olho para o lado e vejo que a ruiva está um pouco assustada, olho para a sua mão na minha e ela também parece perceber e retira rapidamente um pouco desconcertada.

- Oh me desculpe novamente - Ela fala um pouco baixo e vejo que ela está tensa. Ela evita olhar a janela talvez por medo de altura.

- Tudo bem, primeira vez que viaja de avião? - Pergunto mantendo a voz sem interesse algum, mostrar que apenas estou sendo educado.

- Sim. - Ela responde um pouco sem graça por perceber minha roupa e alguns dos meus acessórios pessoais.

- Quer trocar de lugar? Ficar longe da janela pode ajudar um pouco - Digo mas me arrependendo por oferecer o meu lugar que escolhi e paguei caro.

Ela me encara pensando na proposta, olha de lado para a janela e responde.

- Não precisa! - Ela me olha com seriedade - Vai passar - Vejo um pequeno sorriso surgir e então ela simplesmente encara a janela como se não a temesse mas vejo suas mãos uma na outra um pouco suadas.

Solto uma risada fraca e dou de ombros. Boa sorte.

Tiro um cochilo breve até que uma das aeromoças me acorda oferecendo algo para beber ou comer. Peço um drink, ela se vira para a minha companheira de viagem e também pergunta.

- Eu aceitaria uma água. Por favor - Ela pede com delicadeza e percebe que estou olhando para ela, apenas se vira como se eu não estivesse ali. Ok.

Chegando em Portland ouço o aviso do cinto de segurança.

- A aterriçagem é pior que a decolagem? - Ouço a ruiva me perguntar. Penso um pouco e apenas digo a primeira coisa que vem na cabeça.

-  Não  - Ela parece se aliviar um pouco - É dez vezes pior! - Ela me encara um pouco horrorizada e se volta para a janela. Rio de novo e recebo um olhor de confusão.

- Você estar rindo de mim? - Ela pergunta um pouco na defensiva.

- Não se preocupe, pode segurar na minha mão se ficar com medo! - Digo com um pouco de sinceridade mas isso a faz ficar vermelha, não de vergonha mas de raiva.

- Seu idiota! - Ela me responde com raiva e evita olhar para mim de novo. Ela olha para a janela e respira fundo.

- Feche os olhos e pense que vc está  dormindo, quando pousar vc não vai ter sentido nada. - Digo próximo ao seu ouvido e a vejo se arrepiar. Me afasto e fecho os meus olhos como exemplo.

Após o desembarque encontro um dos empregados de meu tio. Com certeza Tânia o pediu para me acompanhar. Dou um pequeno aceno de cabeça e o sigo até o carro. Uau um Aston Martin preto me esperando na garagem. Isso é de se admirar!

- Dr. Roman havia comprado para o senhor para presenteá-lo em seu aniversário - O empregado me explica um pouco orgulhoso da emoção em meu rosto. Tento me recompor e o agradeço por ter trago o carro à mim. Ele guarda minhas coisas no porta mala e se senta no banco do passageiro ao lado do banco do motorista. É ele me conhece. Entro no carro e me dirijo até a casa do tio Roman.

Chegamos mais rápido do que eu queria, difícil não correr em um carro desses.

- Bom dia Sr. Enzo - O mordomo me atende, o mesmo desde quando eu era pequeno.

- Sr. Enzo? Como assim senhor? Sou o mesmo pirralho de sempre Hugo! - Digo em tom de brincadeira e lhe dou um abraço,  ele sorri para mim e fica um pouco sem graça.

- Desculpe-me Enzo - Ele pega minhas malas e sobe para meu quarto. Olho a sala ao meu redor, fazia um tempo que eu não venho aqui mas nada mudou, os móveis nos mesmos lugares de sempre, as paredes mais vidros que paredes, cortinas escuras para combinar com os detalhes de madeira da sala. Sentia um pouco de saudade daqui. Me direciono à cozinha e encontro uma nova empregada.

- Bom dia Sr. Enzo - Ela me comprimenta, vejo pela sua postura que a idade já lhe atrapalhava.

- Bom dia, posso saber seu nome? - Tenho que conhecer quem trabalha pra mim agora.

- Me chamo Maria senhor - Ela me responde e volta a trabalhar no fogão.

- É um prazer conhecê-la Maria - Digo e vou até a geladeira procurar algo para beliscar.

Encontro uma jarra de suco e um sanduíche de salada. Me sento na bancada e como em silêncio, Maria não parece se importar com a minha companhia o que me deixa mais relaxado.

Termino de comer, são nove horas, ligo para Tânia e digo que estou indo ao escritório do tio Roman.

Chego ao escritório de advocacia, todos ali sabem que meu tio foi quem cuidou de mim então sou considerado filho dele de várias formas.

Todos me comprimentam e subo até o andar de reuniões.  Ao abrir a porta encontro uma Tânia com cabelos grisalhos mas ainda com sua postura determinada.

- Tânia! - A abraço e ela parece tão pequena perto de mim, como o tempo passou para todos aqui.

- Ah Enzo como está grande e bonito - Ela bagunça meu cabelo é desfaz o abraço sorrindo - Já é um homem!

- É você continua bela com sempre Tânia - Ela sorri e depois fica séria.

- Temos muitas coisas pra resolver meu querido, seu tio deixou tudo organizado mas com a morte dele as coisas ficaram um pouco bagunçadas.

- Claro Tânia, tirei duas semanas de férias para poder ajeitar tudo aqui e eu poder voltar para Los Angeles.

- Creio que você não irá ficar só duas semanas aqui meu querido, no testamento seu tio colocou como prioridade o novo chefe da companhia e você sabe muito bem quem é.  - Tânia sorri de forma solidária. Demoro a entender o que ela quis dizer, então percebo que meu tio deixou sua empresa para eu comandar.

Aprendendo a amarOnde histórias criam vida. Descubra agora