Capítulo 4

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Acordo com Nati quase em cima de mim, a empurro levemente para o lado e me levanto. Vou até o banheiro e cuido de minha higiene matinal, volto para o quarto.

- Uau! Cara, você é muito gato! - Nati diz ainda deitada em minha cama e sua cabeleira bagunçada.

- É você parece que cria um ninho de aranhas em sua cabeça - Digo rindo e vou até meu guarda roupa,  ponho um short de malha grossa e uma blusa de frio.

- Você parece seu tio, com suas piadas horríveis!  - Ela me fala e se senta na beirada da cama - Meu Deus minha cabeça vai explodir - Ela poe as mãos em sua cabeça como se fosse mesmo explodir.

- Vou buscar algumas aspirinas pra ti - Vou até meu banheiro e pego os remédios - Aqui. - Entrego a ela e me sento ao seu lado.

- Se estou vestida, creio que não te ataquei ontem certo? - Ela pergunta um pouco confusa. Dou uma gargalhada nada simpática.

- Você foi ótima ontem no carro Nati... - Digo perto do seu rosto e ela arregala os olhos.

- Isso não estava nos meus planos - Ela sussurra e tenta se lembrar do que realmente aconteceu ainda não acreditando em mim.

- Nati sendo sempre Nati, quer vestir uma roupa confortável e ir tomar café? - Digo já me levantando e paro em frente à ela.

- Seria uma boa mas me diga dormimos juntos ou não?  - Ela pergunta um pouco seria. Apenas dou de ombros.

- Não dessa vez... Quem sabe você seja a segunda a experimentar o carro para algo mais quente comigo... - Ela olha para mim e me joga um de meus travesseiros. Começo a rir de novo e pego uma blusa para ela e lhe jogo - Te espero lá em baixo gatinha.

Desço a escada de dois em dois degraus e me de deparo com Maria arrumando o café da manhã na mesa.

- Bom dia Maria - Ela me avalia um pouco e sorri.

- Bom dia senhor. Dormiu bem?

- Como uma criancinha - Digo sorrindo, me sento à mesa e espero Nati descer.

- Ligaram do escritório senhor - Maria me avisa - Pediram para retornar quando possível.

- Obrigada Maria!

- Bom dia gente! - Nati entra na cozinha e Maria a olha um pouco sem graça.

- Bom dia senhorita - Nos servimos e comemos em silêncio.

- Enzo? - Nati termina seu café e me olha séria.

- Fala

- Tenho uma proposta pra você, não é como o seu trabalho mas é algo mais fácil. ..- Ela fala um pouco devagar - Quero te pagar para uma coisa...

- Nati, da para falar baixo?! Ninguém aqui sabe do meu trabalho! - Sussurro com raiva para ela. -  o que você está inventando dessa vez?

- Tenho uma amiga que precisa dar um Up na vida dela e... - Ela me olha avaliando minha reação, que pelo visto ainda mantenho neutra - Queria que você saísse com ela, como um homem normal... - Normal? Como assim? Não sou um homem normal? - Enzo, ela precisa mudar um pouco e creio que você pode fazer isso.

- Não sei não... - Ela se levanta e chega perto de mim se abaixando até altura do meu rosto.

- Enzo, ela é como uma irmã para mim, claro ela iria me odiar se souber que paguei um homem para sair com ela mas tenta me entender, ela está sem chão. Eu sei que você pode fazê-la mudar - Ela explica em tom de súplica e me olha com esperança.

- Por que eu? Não é porque eu sou um cara que faz programa que tenho que sair por aí conquistando corações de garotas despedaçadas por dinheiro. Se um dia eu for atrás de uma mulher para se apaixonar por mim, é por amor não por dinheiro. - Percebo que estou um pouco alterado e me levanto, assustando um pouco ela.

- Eu não quis insinuar isso Enz...

- Natalie sinceramente, achou que eu aceitaria uma maluquice dessa?! - Ela se afasta um pouco e para pra pensar no que falar.

- Enzo, apenas saia um dia com ela, se achar que não dá para fazer o que lhe peço, eu irei entender mas por favor tente, faça isso por mim! Ela é muito importante para mim e me dói ve- la do jeito que está. Conheço ela desde pequena, ela esta em um momento complicado na vida dela, apenas tente! Eu  juro que vai dar certo... Só duas semaninhas. ..

Ela chega perto de mim e pega uma de minhas mãos, parece se perder um pouco em pensamentos.

- Nati, não farei isso por dinheiro, nem por ela, farei por ti - Ela apenas sorri e concorda com a cabeça - Então qual o nome da vítima?

- Cecília, Cecília Bruder.

Não reconheço o nome, apenas concordo e me direciono à sala, ligo a televisão de 84 polegadas. Sim meu tio era bem extravagante.

- O que iremos assistir? - Me deito em um dos sofás e procuro algo que me interesse. Nati pega o o controle da minha mão e se senta quase sem cima de mim.

- Vamos assistir Crepúsculo! - Ela grita e procura pelo filme, pulo em cima dela e pego o controle.

- Nem a pau vou assistir isso daí!  - passo algumas opções de filmes e escolho um de ação. Nati faz uma careta feia e se encosta no sofá.

Assistimos três filmes e meio, depois de três baldes de pipoca e refri, Natalie se levanta e desliga a televisão.

- Hora do seu encontro! - Ela diz animada e quase dando pulos de alegria. Reviro os olhos, ainda não acredito que concordei com essa maluquice.

- Ok - Digo subindo as escadas e vou direto para o banheiro, tomo um demorado banho e Nati falta derrubar a porta dizendo que vou me atrasar. Saio do banheiro enrolado na toalha e me dirijo ao guarda roupa.

- Já escolhi sua roupa Enzinho! - Ela aponta para umas peças de roupas em cima da cama e sorri.

- O que? Calça jeans e blusa pólo? Essa garota é o que? Uma cdf ou uma freira? Não vou usar isso! - Digo e me viro para o guarda roupa.

- Enzo Mitsun! Você vais usar essas roupas sim! Você aceitou fazer isso, então vai fazer direito.  - Ela se senta na minha cama e espera eu me vestir, tiro a blusa pólo a encara com desdem, jogo ela bem longe . Pego no guarda roupa uma camiseta social vinho e ponho um sapatenis cor vinho também. Passo um dos perfumes que menos gosto e encaro Natalie me avalia um pouco brava mas muda sua feição rapidamente.

- Não queria que você a matasse do coração no primeiro encontro - Ela ri e me passa algumas características de Cecília para poder reconhecê- la na cafeteira - Você não irá nunca tocar em meu nome sobre esse encontro. Agora vá gatinho!

- Por que será que tenho uma sensação de que estou entrando em uma tremenda furada? - Pergunto ironicamente e lhe dou um beijo na testa - Qualquer coisa peça para um dos motoristas te levar para casa ou fique aí se divertindo. - Digo saindo e descendo as escadas.

Entro no carro e respiro fundo, não é a primeira vez que irei sair com uma mulher que nunca vi na vida, só não entendo o porquê de estar tão nervoso. Pego o endereço que a Nati me passou e sigo de carro o trajeto.

Chego ao local, a cafeteira é bem simples. Realmente eu deveria ter ido com a blusa polo mas agora é tarde demais, tento me lembrar das características da tal Cecília e saio do carro. Entro na cafeteira e um aroma de chocolate e café entram em meu nariz. Me sento em uma mesa e olho ao meu redor. Parece que ela ainda não chegou.

- Pois não? - Ouço uma voz um pouco familiar, levanto o rosto e vejo grandes olhos verdes e um cabelo vermelho como fogo enrolado em um coque mal feito. Sempre com o cabelo mal arrumado. Lembro - me rapidamente dela. A garota do avião. Vejo em seu crachá seu nome e então entendo tudo.

Cecília Bruder - Garçonete.

Aprendendo a amarOnde histórias criam vida. Descubra agora