XIX

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     Rolo na cama por agonia do calor. Me descubro. É como se não adiantasse nada. Abro os olhos e levanto da cama. Vou até o ar condicionado e diminuo a temperatura. Sai um enorme vapor quente e faz meu rosto queimar. Grito. Será que está ruim? Desligo o ar, e corro para o banheiro, para lavar o rosto. Lavo e ao me olhar no espelho, vejo meu rosto deformado. Fico horrorizada com a cena, e fecho os olhos com força, mas quando abro, está tudo normal novamente. Eu preciso de um banho. Tiro a roupa e vou para o chuveiro. A água escorre pelo meu corpo, e então passo a mão pelo cabelo- apesar de não ser um horário apropriado para molhar o cabelo-. Vejo vários tufos de cabelo na minha mão. Jogo no chão. Passo a mão no cabelo novamente, e mais cabelo aparece em minha mão, e de novo e de novo. Tampo a boca para abafar um grito. Olho para o chão e o vejo preto, como se fosse uma mistura de terra e água. Fecho o chuveiro rapidamente e tento sair do boxe, quando algo segura meu pé.

-Algo está vindo. Algo está vindo. -a voz ecoa na minha cabeça.
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    Acordo assustada, mas me alivio ao ver o sol. Meu despertador toca, e eu desligo. É, parece que eu acordei bem na hora de ir para o inferno. Vou para o banheiro tomar banho.

    O tempo é nosso inimigo. Ou ele passa rápido demais quando você quer que ele passe devagar, ou ao contrário. Já tem semanas que não falo com meu antigo bando. Já tem semanas que estou aturando Peter. E exatamente três semanas que Erik está no meu atual bando. Até que ele gostou da ideia de ser um lobisomem, até porque ele não enfrentou a lua cheia ainda, que no caso é hoje. Estou preocupada com ele. Peter só sabe falar sobre as vantagens que temos, cabe a mim falar as desvantagens, e Erik acaba ficando confuso. Só espero que tudo dê certo hoje.
    
     Estou no treino de lacrosse, e me animo a ver Kira chegando com o uniforme. Espero que ela também não esteja no fã clube que me odeia. Vou em sua direção e ela sorri para mim.

-Vai jogar também? -pergunto.

-Eu acho que sim. -ela diz dando de ombros. -Isso é mais uma ideia estúpida do meu pai, ele diz que eu sou muito avoada. -ela balança o braço quase fazendo o bastão bater no meu rosto. Ela fica vermelha ao perceber o que quase acabou de fazer. -Desculpa.

-Nada. É, eu acho que ele estava um pouco certo.

-Como eu vou conseguir jogar isso? -ela suspira olhando um menino fazendo gol.

-Você consegue. Eu posso te ajudar. -coloco a mão em seu ombro.

-Preciso te falar uma coisa. -concordo com a cabeça indicando que ela pode falar. -Você me salvou naquele dia, e meio que me fez ter novos amigos. É tudo muito novo para mim, e eles estão me ajudando. Eu não entendi quando todos começaram a te odiar, mas quero deixar claro que não te odeio. Você parece ser uma pessoa legal, independentemente do que tenha acontecido entre vocês.

-Obrigada, Kira. -ela sorri. O treinador apita. -Melhor irmos lá.

    O treinador nos falou que fomos chamados para substituir um time em um jogo depois de amanhã. Parece que o lugar é longe e o jogo é de manhã, então partiremos amanhã de tarde e dormiremos em um hotel lá perto para não nos atrasarmos. Minha mãe autorizou, graças a Deus. Erik vai, e estou morrendo de medo disso. Vai ser lua cheia, e se ele se descontrolar vai dar merda. Preciso que Peter o faça desistir de ir.

     Combinei com Peter de me encontrar com ele de anoite para o ajudar com Erik. Quer dizer, Peter me obrigou. Chego na casa abandonada dos Hale e vejo Erik e Peter me aguardando.

-Odeio esperar. -Peter diz impaciente.

-Você odeia muitas coisas, precisa de mais amor no coração. -digo com um tom de deboche.

-Parem de se amar e me digam o que vai acontecer. -Erik diz.

-Trouxe o que eu pedi? -Peter pergunta.

Secrets Behind Of Full Moon 2(Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora