Revisando
Meu maior desafio agora é essa bicicleta. Minhas pernas são curtas e não alcançam nem o pedal. Talvez eu deva exclui isso da lista.
Desco da bicicleta pronta pra ir embora quando sinto que alguém esta a me observar. Olho para trás e vejo o Arthur com os olhos focados em mim.
Sera que eu fiz algo errado?
Ele caminha até mim sem tira os olhos.
- Por que não vai usar a bicicleta? É um dos equipamentos mais importantes para você. - informa.
- É muito grande - digo tentando esconder o fato de que eu não sei andar de bicicleta.
É isso mesmo, eu não sei. Nunca aprendi.
- É só ajustar. - ele mexe em alguma coisa na parte de trás do banco que acaba por fazer ele diminuir - Pronto vê se agora vai.
- Olha eu acho melhor não. Eu já fiz muito por hoje. -murmuro.
- Olha, se você quer realmente resultados, tem que fazer muito mais do que isso. - ele me olha atentamente.
- É que... - chego perto o suficiente do ouvido dele - eu não sei andar de bicicleta - sussurro. Ele parece bem espantado agora.
- Como assim? Todo mundo sabe andar de bicicleta!
- Bom, tá na cara que eu não sou todo mundo. - informo já alterada.
Não pensei que ele fosse ligar pra isso dessa forma.
- Tudo bem. Eu tinha razão quando disse que você era diferente.
- Quando voce disse isso? -pergunto intrigada pois ele nunca disse isso pra mim. Será que ele fala de mim pra alguém?
Talvez se refira a mim como a pobre coitada.
- Olha, vamos nos focar aqui. Essa bicicleta não sai do lugar. Não tem nem perigo e só girar o pedal. -ele sobe na bicicleta e me mostra como que se faz. Realmente não parece ser difícil.
Subo na bicicleta cheia de vergonha do olhar fixo dele em cima de mim. Tento fazer o mesmo que ele havia feito mas a leggi faz com que eu escorregue para beirada do banco e meus pés nem alcançam direito o pedal.
- Tudo bem. Você foi bem para o primeiro dia. Eu prometo que com o tempo isso ira ficar bem melhor. - ele sorri para mim e logo sinto meu rosto queimar.
Saio o quanto antes de perto dele pois meus hormônios estão atacados hoje.
[...]
Depois que cheguei da academia, fui direto me deitar. Meus pés estão a me matar e meus braços a latejar de tanta energia que gastei. Meus olhos estão quase a se pregarem quando ouço o som do meu celular a tocar. Vejo no visor pra tentar reconhecer o nome mas minha visão ainda esta muito pesada por conta do sono.
- Alô?
- Oi Danielle, sou eu, o Arthur. Eu percebi que você ainda não fez muitas amizades desde que chegou. Bom, eu queria saber se você não ta afim de ir ao cinema com alguns amigos.
- Agora?
- É. Fica tranquila que eles são legais.
- Eu não sei Arthur. Olha existe varios tipos de pessoas e seus grupos de colegas. Bom eu não sou do tipo que se encaixa no meio de pessoas como você. Não quero ser um problema depois. Eu não sou do tipo que gosta de fazer novas amizades, então, não tente ser meu amigo.
- Não sou como as outras pessoas. Eu me importo.
- Acredite em mim quando digo que você não se importa. Eu não preciso da pena de ninguém.
Desligo o celular sem ao menos dar a oportunidade dele responder e o jogo na cama.
Eu acho que fui muito grosseira com ele.Eu ja me acostumei com esse tipo de atitude das pessoas. Não é amor.
É só pena. Se tem uma coisa que eu aprendi com a vida e que eu não preciso de pena de ninguém.
O Arthur e muito bom comigo, mas não porque ele se importa, e sim porque tem pena por eu ser Obesa.
"Nao sou como as outras pessoas. Eu me importo" .
As palavras dele ecoam em minha mente.
Será que ele realmente se importa?
[...]
Acordei pela manhã com um animo para malhar. Tomei meu café e fui logo para academia.
A academia não esta tão cheia quanto ontem, mas tem algumas pessoas aqui. Começo na esteira como manda a sequência.
Permaneço na esteira por uns 30 minutos. Logo vou em direção ao bebedouro beber água e me recompor mas sou impedida de dar qualquer outro passo.
Olho para trás e vejo a mãos do Arthur a me segurar.
- Bom dia Danielle - me comprimenta. Respondo apenas com um balança da cabeça.- Podemos conversar?
- Hum...Tudo bem - viro totalmente para ele e o olho com bastante atenção.
Tanta atenção que me perco em seu olhar.- Olha, eu não tenho pena de você . Muito pelo contrário, eu quero ajudar você. Ser seu amigo.- faz uma pausa -E Hoje quero te levar no cinema. Não aceito um não como resposta.
- Não quero sua amizade. - murmuro.
- Eu não perguntei se você quer. Só estou te informando. Passo na sua casa às 19:00. Agora volte a malhar.- reviro os olhos quando vejo que ele não esta mas olhando.
"Ok senhor Saradão", digo isso mentalmente.
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A Garota Que Você Rejeitou(Em Revisão)
RomanceDaniella sempre foi o tipo de garota quieta que se senta no final da sala,se dedicava totalmente em seus estudos e aos poucos amigos que tinha.Dani nunca ultrapassou nenhum limite imposto pelo pai,Tudo que ela conhecia qra baseado em sua casa e esco...