Capitulo 2 - Só

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Jason Bieber

-Papá, eu quero muito viver contigo!- a minha menina disse birrenta.

-Mas o pai está de férias, está descansando só isso daqui a um tempo o pai volta para estar contigo esta bem? - disse engolindo o choro atentado deixar a realidade menos pesada.

-Sófia vai brincar com a guarda, vai!- disse Pattie e ela foi a correr brincar com a Bruna que era uma das guardas da sala de visitas.

-Ouve Jason, eu queria muito ficar com a Sofia mas ela e o Justin não se dão bem. Neste ano que se passou levei os dois ao psicólogo porque eles batiam-se e faziam muita maldade um com o outro. Dei castigos e tentei que eles aprendessem o bem mas nada resultou e o psicólogo disse que o melhor para a Sofia era viver numa casa de correção - Pattie respirou fundo- não faço isto por modo de vingança, porque sei que a Sofia é só uma criança inocente. Mas o psicólogo diz que é o melhor e o juiz aprovou então não me posso opor. No final da tarde a segurança social irá buscar a Sófia, Adeus Jason. - disse e levantou-se. Foi andando normalmente para a saída e depositou um beijo na testa da Sofia. Relaxei na cadeira e fechei os olhos ficando mais uma vez fiquei só com o meu sentimento de culpa.

Jeremy era a única pessoa que me entendia a única que me apoiava e eu matei-o porque estava drogado e bêbado. Sou fraco. E agora por culpa do que fiz a minha filha terá que viver numa casa de correção. Se ela nunca me perdoar eu vou entender.
Mas... Deus... Não a faças sofrer. Peço-te. Castiga-me mas não a faças sofrer.

Os dias aqui passam devagar, mas conheci um companheiro, o Tomás.O Tomás é o presidiário que todos respeitam, está cá há anos. Ele mata todos os homens que violaram alguma menina. Estava preso por tráfico de cocaína e heroína. A sentença dele nem era assim tão grande mas o comportamento dele condena-o a mais e mais anos. Quando cá cheguei ele encurralou-me com os restantes presidiários. E perguntou me o que eu tinha feito. Eu sem delongas respondi. Esta siente que tinha que pagar pelo que fiz e a prisão não chegaria. Acreditava que o Tomás quando soubesse do que fiz iria bater-me até ficar inconsciente mas não. Não o fez. Tomás olhou dentro dos meus olhos e cumprimentou me. Ficou pasmo mas com o passar do tempo ficamos amigos. Ele sabia que eu estava arrependido.

-Papá! - ouvi a minha pequena e abri os olhos vendo-a com os braços cruzados e aparentemente chateada.

- Diz.

- Quando é que vamos embora?- ela perguntou birrenta. Não negava ser filha de quem era. A mãe era igualzinha.

- Daqui a um tempinho. Mas ainda falta tens que esperar. - disse tentando transparecer tranquilidade.

- Os homens daqui são maus pai! Eu não gosto daqui.

- São maus porque? - perguntei com receio de que tivessem feito mal á minha menina.

- Um homem mau agarrou me mas depois apareceu um homem bom e salvou-me. Eu não quero ficar aqui! - ela disse chorando e aquilo partiu me o coração ela era tão pequena. Não merecia passar por isto.

- Vai descansar. - disse e ela foi embora correndo e a chorar. Vi-a a conversar com a Bruna. Bruna colocou-a no colo e saiu tentando acalma-la.

-Não vai ser fácil, Jason. - disse Tomás sentando-se ao meu lado.

Cinco anos depois.

Sófia Bieber, dez anos.

- O meu pai disse que estava de férias num sitio diferente mas eu não acredito! Ele  está sempre triste e aquele lugar onde ele está é mau! - eu disse indignada.

- Achas que o teu pai é mau?- o doutor perguntou.

Eu não achava o meu pai mau. Ele para mim era bom, tratava-me bem. Mas a verdade é que onde ele estava era um sítio mau com pessoas más. No entanto ele mentiu-me dizendo que a minha avó gostava de mim. Se gostasse mesmo ela ficaria comigo e não me deixaria nesta casa sozinha.

- Não, ele é bom para mim. Mas ele mentiu-me.

- No que ele mentiu?

- Ele disse que a minha avó gostava de mim mas ela não gosta nem a tia Pattie gosta mais de mim. Ela as vezes vinha visitar-me mas depois ela abandonou-me como a minha mãe! - eu disse com raiva.

- A nossa consulta chegou ao fim. Amanhã eu volto para falarmos mais um pouco. Está bem, pequena?

- Eu gosto do senhor. - disse dando um beijo na bochecha dele e ele sorriu e foi-se embora.

Porque que todos me abandonaram? Porque que a minha mãe me abandonou?
Qual era o meu grande defeito para todos me abandonarem? Eu juro que quando eu for de maior eu irei dar o troco a todos aqueles que me abandonaram!

- Sófia? - A diretora entrou no meu quarto e sentou-se ao meu lado.

- Sim?

-Ouve, eu tenho uma coisa para te dizer.

- Pode dizer.- eu disse com medo do que viria por aí. Quando a diretora vem até aos quartos normalmente era só para nos castigar porque não fizemos as tarefas diárias ou porque aprontamos.

- O seu pai teve que fazer uma viajem. Ele agora esta com o pai de lá de cima. Mas ele antes de ir fazer essa viajem escreveu uma carta para ti.

- O... o - eu não conseguia falar. A voz faltava-me e as lágrimas invadiram os meus olhos.- o meu pai morreu? - perguntei quase num sussurro.

-Sim querida,mas escuta, vais ter que viajar para Miami.- a a diretora dizia tudo calmamente tentando transparecer que aquilo era normal. Mas não era!

- Porque?!- disse esbravejando, tudo bem que nunca me dei com as pessoas daqui, elas faziam piada de tudo o que fazia e maltratavam-me mas eu não queria mudar de país.

- Pensa bem, Miami é uma cidade incrível! Podes conhecer outras meninas da tua idade e conviver com elas. Desde pequena os teus pais ensinaram- te a falar inglês, vais te habituando. É uma grande oportunidade que o teu pai queria te dar.

- Porque que ele morreu? - tinha que matar essa curiosidade.

- Numa discussão com um companheiro de cela.

- Qual era o nome dele? - tinha que o saber. Pois já tinha decidido que quando pudesse sair da casa de correção iria vingar-me de todos que me fizeram mal.

- Não interessa, Sófia!

- Claro que interessa! Eu... Eu tenho que fazer justiça!

- És uma criança de dez anos, Sófia! Tens que começar a vida do zero. Sei que aqui não eras feliz  que muitos meninas não gostavam de ti mas está na altura de refazeres a vida! Podes ainda ser adoptada por algum casal que tenha disponibilidade para ti e condições vê a vida com outra perspectiva, menina!

- Quando me vou embora?- perguntei sem rodeios.

- Estou a tratar da tua viajem vais com uma hospedeira de bordo até Miami e lá uma funcionária do orfanato onde vais ficar vai te buscar. - assenti e a Diretora  abraçou-me.

  Sempre fui uma criança inteligente, sempre me disseram isso. Sei que irei ultrapassar a morte do meu como ultrapassei tudo até aqui.
   Isto não era o fim do mundo era só mais uma lição de vida que tinha que aprender.

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⏰ Última atualização: Sep 12, 2016 ⏰

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