Capítulo II - a Montanha Camuflagem

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    A Montanha Camuflagem fazia parte de uma cordilheira que servia de fronteira entre o Reino Monarca e o Reino da Magia. Porém, os humanos, desentereçados como sempre, nunca se interessaram em saber a história desta montanha. Somente nós, habitantes do Reino da Magia, sabiamos do grande perigo que corria qualquer humano que se aproximasse dessa montanha.

    A sua história é bastante interessante e acho que vocês, apesar de serem humanos, gostariam de a conhecer:

    Há cerca de 50 anos atrás, vivia um velho mago chamado Presistentos. O seu verdadeiro nome não era este, na verdade, ninguém o conhecia. Este foi o nome que lhe deram após um grange ato de presistência e coragem.

    Nesses tempos a nossa montanha tinha um nome diferente, pico Macio, devido a uma espécie de cama de folhas que tinha no topo. Mas, um dia, as criaturas que viviam perto da montanha reperaram numa grande diferença de tamanho que não podia ter acontecido em apenas uma noite. Aí vários magos quiseram estudá-la e assim lhes foi permitido durante dois anos, aí maior parte dos magos desistiram e só um consegui descubrir o segredo da montanha. No seu topo tinha pousado um dragão enorme que fora enfeitiçado por uma bruxa com um dos feitiços mais crueis e ilegais de toda a história: vida eterna. O problema é que as únicas criaturas capazes de viver para sempre são os vampiros e os humanos do Reino da Magia (como os magos ou os feiticeiros) que podem ser turnados em vampiros. Por isso, o dragão começou a decompor-se na mesma, vendo o seu corpo desaparecer e ficando cada vez mais desesperado. Então, logo depois do mago ter revelado o triste destino do dragão, todos quiseram ajudar! Mas o dragão era muito envergonhado e não quiz ajuda de tanta gente. Então o mago ajudou-o sozinho. Plantou perto dele umas flores muito raras que se usavam para alimentar criaturas feridas que raramente comiam e assim, com apenas meia duzia de flores, elas tinham comida suficiente para quase 2 mêses. E então, mesmo depois de Presistentos morrer, o dragão teve sempre algo para comer.

    No entanto, apesar de esta ser uma história bem famosa no Reino da Magia os humanos não a conhecia. E foi por isso que o príncipe escolheu este sítio para pensar.

    Eu também estava lá perto numa visita de estudo com os meus alunos. Após nos contarem a história que eu já conhecia des de pequena, os meus alunos avançaram e eu fiquei para trás a tirar notas. Foi nesse momento que aconteceu. O príncipe chegou ao topo e o dragão saltou-lhe para cima. Esperava bem pior de uma criatura que odeia os humanos. Aí olhei para cima e apenas vi algo que voava na minha direção:

    - Por favor uma cabeça não, uma cabeça não...

    Não era uma cabeça. O que aterrou perto de mim foi uma coroa ensaguentada que pertencia certamente a um membro real do Reino Monarca. Depois surgiu um exercito enorme que rapidamente conseguio auturização para entrar no nosso território por causa do corpo morto do príncipe que carregavam. Obviamente, os humanos não quiseram saber da existência de um dragão na montanha nem da irresponsabilidade do príncipe e acosaram a primeira pessoa que encontraram: eu. Estava destinada a aceitar as regras de outro reino e de ser condenada à morte!

    Foi-me ordenado que descança-se enquanto lutavam pela minha inocência. Acordei com uma péssima notícia:

    - Não, não vais morrer. Vais sofrer algo um pouco pior que isso. Tu vais fugir. Sim tem de ser, fugir para bem longe daqui, mais exatamente, para o Acampamento dos Rebeldes.

    Era a rainha. Ao contrário de um rei normal, a nossa rainha era apenas mais poderosa que qualquer outra criatura mágica e era por isso que fora eleita rainha. No entanto não se consideráva nem era considerada alguém mais importante que o resto dos habitantes. Por isso, tal como todos nós, ela conhecia e simpatizáva com quase todas as criaturas do reino.

    - O quê? Fugir para o Acampamento? Para quê? Ter mais 5 minutos de vida e uma morte mais dolorosa?

    - Aqui não podes ficar, no Reino Monarca muito menos e o império está completamente fora de questão. Então, acho que és inteligente o suficiente para saberes que o Acampamento dos Rebeldes é a única opção! Além disso, tens uma excelente forma de defesa chamada varinha! És uma feiticeira, passas perfeitamente por humano, sem ofensa!

    -Como assim sem ofença? Tem a certeza que não há mais nenhuma opção? É que eu tenho a certeza que as duas que me deu me levam à morte certa!

    - Minha querida, eu sou demasiado poderosa para enviar uma amiga minha direitinha à morte. Lu, confia em mim quando te digo que sei exatamente aquilo de que vais precisar, sei exatamente quanto tempo vais demorar a chegar e sei exatamente quem vais encontrar, como eles são, o que te vão fazer e quem te vai salvar. E também sei que se não saíres agora vai ser tarde de mais! Agora veste o que encontrares enquanto eu te preparo um saco.

    Nesse momento pensei que ela sabia algo que era bastante importante, sobre mim, mas não lhe dei grande importancia. Então levantei-me, vesti-me, agarrei na varinha e já estava pronta para ir. No entanto, em vez de me levar a um cavalo ou a um carro a rainha ficou parada a olhar para mim de uma forma bem estranha.

    - E então, vai ficar a olhar para mim? Pensei que estavamos com pressa! – disse eu esperando que ela me desse o saco com o que quer que fosse que ela tinha enfiado lá dentro.

    - Lu, eu sei que disse para vestires o que encontrares mas assim não vais a lado nenhum!

    Foi aí que reparei que tinha posto uma meia cinzenta e outra às riscas com várias cores, uns saltos cor de rosa, um vestido azul e uma gabardina castanha. Nada combinava mas eu até achei um estilo mais que aceitável.

    - Tens razão, não há tempo e até nem é assim tão mau. Apenas pensei que para onde vais devesses usar algo mais descreto.

    No fim destas palavras ouviu-se o sino do castelo, o que pareceu alertar a rainha que me agarrou no braço enfiou-me num portal, atirando para cima de mim um saco. O último que vi foi a sua mão a dizer-me adeus e depois ficou tudo escuro.

A misteriosa LuOnde histórias criam vida. Descubra agora