19º Capítulo

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Harry POV

Não sabia o que sentir no momento em que aquele monstro se apresentou à minha frente, medo? De morrer sim. Frustração? De não saber o que fazer. Confusão? Sem dúvida... Nunca pensaria que os monstros dos meus pesadelos existissem, pensava que eram exatamente isso, meros pesadelos, que não transparecem a realidade.

As minhas mãos apalpavam o chão à minha volta, em busca de algo que pudesse atirar contra aquilo. Mandei pedras, poeira, calhaus, terra... Tudo o que vinha à minha mão. As minhas pernas arrastavam-se de forma a tentar ficar o mais longe possível do monstro à minha frente. Gemia de medo, sem saber o que fazer. Já havia raspado tanto com as costas na "parede" de destroços atrás de mim, que elas ardiam, numa dor insuportável, quase como se fossem explodir. A minha cabeça latejava e só me apetecia gritar até ficar sem voz. Toco com as minhas mão nas minhas costas sentindo algo húmido, trago a minha mão até a mim, olho e sobressaltado começo a tremer assim que vejo sangue, o meu sangue.


Olho de novo para a frente, sentindo um arrepio atravessar me o corpo numa só rajada. O monstro à minha frente começa a rir-se e tudo fica escuro. Um estrondo enorme faz-se ouvir e a minha primeira reacção é procurar o meu telemóvel e voltar a acender a aplicação da lanterna que havia-se desativado. Assim que o acendo a pequena luz... Arrependo-me profundamente.


- O-oh não, não, não, NÃO!- grito em desespero quando vejo que aquela aberração de Deus, desapareceu.


Olho em meu redor e nada, olho para trás de mim... Nada. Mas, alguém me explica o que está a acontecer? Chamo pela Crystal e tento levantar-me, mas sem sucesso, pois a minha dor nas costas era intragável. Aponto a lanterna para a minha esquerda e vejo um monte de pedras caídas da parede que se tinha formado atrás de mim. Isso queria dizer que haveria uma passagem para eu puder ir ter com a Crys. Tentei apelar outra vez por ela, mas nada.


Quando dou conta a bateria do meu telemóvel acaba e eu fico sem luz para me puder proteger se algo vier contra mim... Fecho os olhos e tento me esquecer do que estou a presenciar. Quer dizer, eu devia estar a alucinar ou a sonhar com aquele vulto horrível que à momentos atrás apresentava-se à minha frente, gargalhando maliciosamente.


Nos meus sonhos acontecia sempre isso, quer dizer, o meu pesadelo habitual continha como protagonistas, eu e uma espécie de anjo com asas brancas brilhantes, este seria um homem forte e grande com inúmeras cicatrizes... Estava sempre acompanhado com um outro anjo, desta vez uma mulher, cabelos longos pretos, sempre muito bem arranjada e com um sorriso acolhedor. Mas rapidamente esse sonho tranquilo passava para um mar de trevas e agitação, com ondas de violência e medo, pois o rosto de ambos ficava desfigurado como se estivesse a derreter, o som produzido era sempre gargalhadas impiedosas que arrepiavam o meu couro cabelo. Ficava tudo preto e o sonho acabaria com uma criança de cabelos loiros e olhos cor do mar a gritar e a chorar, com um dos braços apontados para mim como se estivesse a pedir que a agarra-se, isto tudo enquanto me afastava mais e mais, até por fim acordar sobressaltado e com o coração a bater tão rapidamente como se eu tivesse terminado de correr a maratona.



Abro novamente os olhos e logo fico perplexo. Eu consigo ver tudo? Como assim? Está tudo tão escuro e eu consigo ver... Consigo ver as minhas mãos, o meu telemóvel que decidiu fazer greve quando eu mais precisava dele, as minhas pernas e o chão cheio de sangue proveniente das minhas costas. Gemo de dor ao lembrar-me disso. A minha percepção do cenário à minha frente é semelhante à de quando se olha pelos uns óculos de visão nocturna. Está tudo cheio de pedras e destroços.

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⏰ Última atualização: Aug 29, 2016 ⏰

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