"A minha vida inteira esperei por você, dindi.
Que é a coisa mais linda que existe
E você não existe, dindi..."
- Desconhecido.
***
Troquei de música no meu Mp3 quando atravessava mais uma das avenidas tumultuadas de São Paulo. A mobilidade urbana se apresenta como um desafio diário.O dia tinha amanhecido com um sol nos desejando bom dia. Porém, existia certo frio rondando. O que não era novidades para os paulistas.
Cantarolava Halleluya quando entrei em um ônibus, estava lotado, muita gente indo trabalhar e outras estudar. Guardei meu celular na bolsa, pois estava me arriscando. Infelizmente, no Brasil você não poderia andar com algo que você comprou com seu próprio dinheiro, pois corria o risco de serem roubados, os números eram altos. Era triste presenciar jovens se perdendo cedo por falta de oportunidade e educação no país.
Eu era uma dessas pessoas que tinha medo de perder tudo que conquistei. Eu fazia parte de uma família privilegiada, como os meus pais costumavam dizer, mas eu não queria ter algo sem lutar. O dinheiro era todo deles, mas já era hora de andar com minhas próprias pernas. Aquele celular que carregava na bolsa era de última geração, comprei quando trabalhei por cinco meses em uma rede de fast food. Elisa e Antônio, meus pais, falavam que eu era uma rebelde sem causa, que fazia aquilo para envergonha-los diante de seus amigos. Os amava, porém, não apoiava como eles viviam a vida futilmente é, a minha opinião sempre foi alvo de discussões na mesa da nossa grande casa, não estou exagerando, eu morava na A Vila Nova Conceição, um dos bairros mais caros de São Paulo.
Toda essa luxuosidade nunca subia a minha cabeça. Sempre fui pé no chão.
Por isso, o meu curso era tão criticado para os meus pais. Eles queriam que eu fizesse administração para ajudar meu pai em seus negócios, mas eu bati o pé, ameacei sair de casa e eles resolveram ceder ao meu desejo de cursar Pedagogia.
Esse era o meu sonho desde criança, amava brincar com minhas colegas de escolinha e de ser a professora delas. O desejo cresceu comigo e no último ano do colegial não pude deixar de optar por algo que me fizesse bem. Enfrentei o preconceito velado dos meus pais e entrei na PUC-SP para fazer o que queria.
Esperava que eles ficassem felizes, estava dedicando a minha vida para uma profissão sofrida que merecia todos os reconhecimentos por formarem pessoas com eles e seus amigos burguês. Sério, todos os professores mereciam um prêmio por conseguirem educar alguém com o cérebro tão pequeno para algumas coisas como os dos meus pais.
Dei Olá para as pessoas que me cumprimentavam quando adentrei na universidade, muitos rostos conhecido que eu convivi durantes anos nos corredores. Eu tinha vinte anos, este era o meu penúltimo ano, felizmente.
Seguir para a sala sem esbarrar com nenhum conhecido, sempre fui muito calada e só tinha uma amiga.
Queria mudar aquela situação na minha vida.Precisava conhecer pessoas, sair mais.
- Ella- a voz de Sam chamou minha atenção.
- Ei, Sam- acenei para a minha amiga e fui a sua direção.
Conheci Sam quando comecei a cursar pedagogia, ela era uma jovem negra que conseguiu uma bolsa muito concorrida na PUC, tinha orgulho de ter uma amiga feito Samantha. Ela no inicio achou que eu fosse mais uma dessas garotas mimadas, mas depois percebeu que era diferente, palavras dela. Porém, acreditava que muitas meninas daquela instituição pensava o mesmo.
Contei minha vida toda para ela, sobre minhas brigas com meus pais, a pressão por eu ser a única filha do império deles e sobre minha tragédia com relacionamentos.
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O dono do bar.
Chick-Lit"Consiste a monstruosidade do amor... Em ser infinita a vontade, e limitados os desejos, e ato escravo do limite..." - Shakespeare. PARA MAIORES DE 18 ANOS!