Prólogo

258 15 13
                                    

POV Katrina Reyngston.

Hoje é dia 20 de Setembro, meu aniversário de 11 anos. Fora esse o primeiro pensamento que tive pela manhã, enquanto abria meus olhos e deparava-me com a bela visão da luz solar invadindo o meu quarto. Olá, meu nome é Katrina, acho legal eu me apresentar, porque vocês vão ficar sabendo de cada acontecimento, de cada dia, de todo mês, de todo ano, de toda a minha vida. Acho que isso ai é invasão de privacidade, mas vai saber o que vocês gostam de fazer. Enfim, eu acordei as 8:00 tomei um banho e coloquei uma camisa vermelha de mangas compridas uma calça jeans preta, uma bota com cadarço preta e um sobre-tudo preto. E então, mesmo não querendo vê-los aquele dia, desci para tomar café da manhã junto aos meus pais.

—  Dobrev Den,  família. — Cumprimentei-os dizendo bom dia em Russo. Sempre gostei de línguas estrangeiras à minha língua de origem. Elas pareciam-me mais misteriosas, e então passei a fazer aulas de diversas línguas, estando entre elas o Russo, Alemão e Latim. 

— Bom dia— Disseram meu pai e minha mãe juntos, enquanto meu irmão permaneceu calado, como sempre. Mesmo nunca me importando muito com o meu próprio aniversário, doía não receber sorrisos e abraços com que sonhava internamente de meus pais. De ser e ter uma família feliz que realmente me amasse e que se importasse comigo, e não uma família fria que pouco se importava com o que eu queria ser quando crescer, por exemplo.

Como todos os outros dias, terminei de tomar o meu café da manhã rápido, evitando os olhares de qualquer um deles, mal esperando o momento em que pudesse sair daquele ambiente. E então, finalmente a tortura se terminou. Deixei que a empregada recolhesse meu prato mesmo que não gostasse desse tipo de coisa e saí o mais rápido que consegui, catando um sobretudo qualquer meu na porta de entrada.

A grande cidade de Londres estava fria, e por mais que tentasse, o sol não se fazia presente de forma alguma. O vento estava calmo, mas era presente. Uma leve brisa vinda dele insistia em empurrar meus cabelos para trás, enquanto o meu caminhar calmo tranquilizava-me. Porém, tinha a estranha sensação de estar sendo seguida, desde o momento em que saí de casa.  E até certa metade do caminho, eu realmente acreditei que não estava sendo seguida, porém, enquanto caminhava perto de um beco, vi um homem alto atrás de mim, que começou a me seguir durante todo o caminho por dentro do beco. Eu sabia que o que quer que ele estava querendo fazer, não era uma coisa boa. Eu precisava sair imediatamente dali antes que fosse tarde de mais. 

Apressei meus passos, mas ai então vi o homem parar, e então levar os seus dedos a boca, dando um alto assobio. Eu não sei como, mas a minha frente um muro de cimento se levantou, impossibilitando me de ir a qualquer lugar. Mas raios, como aquilo havia acontecido? Não tinha muito tempo para eu conseguir raciocinar qualquer coisa,  logo aquele homem se virou na minha direção e começou a fazer uns movimentos estranhos com o seu corpo, que, no início eu julguei ser uma dança, mas depois de alguns segundos, percebi que ele estava quebrando os seus próprios ossos. 

O homem caiu no chão, e então seus ossos formaram a imagem de um grande cão de pelos negros que deveria ter o triplo da minha altura. Acho que até aquela altura, minha face apavorada era vista de longe, e tenho certeza de que ficou pior ainda quando o grande homem que agora era um cachorro começou a andar na minha direção, com os dentes para fora. Avistei ao longe uma menina com cabelos cor de rosa e de aparência rebelde vir correndo na minha reta, e então pulou na minha frente, tirando alguma coisa de seu bolso, algo como um graveto. 

Em um piscar de olhos, a garota levantou aquele graveto e uma luz extremamente forte foi moldada em uma espécie de escudo, que envolveu o corpo dela e o meu em uma bolha. A aquela altura, o cachorro já estava perto o suficiente para nos morder, mas assim que tocou a bolha, deu um forte rugido de dor e se desintegrou, e não somente isso, se desintegrou em uma espécie de porpurina dourada. Eu não estava entendendo nada, acho que estava em choque por ver tanta ação em tão pouco tempo, a menina agora olhava para mim 

  — Como você consegue enxergar através da névoa? — Indagou, rudemente a garota de aparência rebelde enquanto apontava o mesmo graveto que ela tinha usado para fazer toda aquela loucura em meu pescoço. Eu estava em pânico, não sabia o que dizer, não sabia o que fazer. Afinal, quem era ela? O que era aquele graveto?

  —  Eu não sei. —  Disse, a encarando completamente perdida e confusa. Ela fez uma expressão facial que parecia estar duvidando de minhas palavras, então disse novamente, convicta: — Eu juro, eu não sei! Quem é você?  

  —  Meu nome é Hannah, Hannah Scajimanha. Mas isso não importa, qual é o seu nome? —  Respondeu-me Hannah, logo me fazendo outra pergunta, que eu me apressei em responder. Queria saber  o que havia acabado de acontecer, queria saber o que aquilo era. 

  — Katrina Natsya Reyngston. —   Disse, e logo curiosa perguntei: — Olha... —  Comecei a falar, mas logo no mesmo segundo Hannah interrompeu-me, enquanto olhava-me alarmada.

  — Seu nome é Katrina Reyngston? —   Perguntou, com seus olhos tão arregalados que me deram até medo. Eu não sabia o porquê de tudo aquilo, eu não era ninguém importante, pelo o que eu achava. — Preciso que me acompanhe. — Falou, enquanto pegava o meu braço e começava a me puxar pelo beco. Mas não, eu queria minhas respostas, por isso puxei o meu braço com força para junto a mim, a fazendo larga-lo. 

  — Não! O que está acontecendo? O que é essa névoa? — Perguntei, agora confiante de que obteria as minhas respostas. Hannah aproximou-se de mim, falando calmamente, porém de um jeito firme, como se a situação fosse realmente importante.  — Eu prometo te explicar absolutamente tudo, mas precisamos sair daqui. Onde é a sua casa? —  Falou ela, com um olhar levemente amedrontado. Mas ué, por que amedrontado? O que estava acontecendo?

Eu queria saber mais, queria poder entender tudo o que estava acontecendo, mas me dei conta que se continuasse tentando fazê-la falar tudo exactamente como eu queria, eu nunca teria as minhas respostas. Assenti, me rendendo, e então comecei a andar, dizendo a ela o endereço da minha casa, e andando juntamente com ela até lá, com uma péssima sensação.



A Sonserina Filha De HadesOnde histórias criam vida. Descubra agora