deux

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Harry nunca foi o tipo de pessoa que tinha muitas pessoas querendo o amor dele, ao contrário, ele sempre passou as sextas e sábados em casa, por falta de compania.

Não que isso nunca fosse mudar, por Harry, ele estaria namorando mas ser tímido tem suas desvantagens.

— Eu sinto muito...Hum, de verdade...Eu não tinha a intenção — Harry disse, embaralhando as palavras, tentando amenizar a situação. Ele odiava sua velha inimiga, a ansiedade.

Harry preferia imaginar que não estava corando.

— Wow! Até que pra um babaca você é bonito, hum? — Louis interrompeu Harry, deixando um sorriso escapar. Harry definitivamente estava corando.

— Obrigado, você também, sabe? É lindo — Para Harry era muito difícil falar sem deixar sua língua tropeçar, conseguir se desculpar, agradecer, e tentar contornar a situação. Tudo ao mesmo tempo — Me perdoa por molhar sua camisa e suas coisas! Eu posso te pagar um café, para reparar o que eu fiz?

— Eu aceito um chá, senhor...? — Louis disse com um sorriso encantador e um par de olhos azuis hipnotizantes, que fez Harry esquecer o real motivo de estar ali, tendo essa conversa.

— Harry — Ele mexia incontrolavelmente no final da camisa, pensando que era cientificamente impossível corar por muito tempo — Harry Styles.

— Eu sou Louis, Louis Tomlinson. Não posso dizer que é um prazer conhecê-lo, por que na verdade não é, mas acho que um chá pode contornar isso — Louis o olhou nos olhos, com uma cara de emburrada e Harry só conseguiu pensar que se sentia muito por tudo, e que ele infelizmente não conseguia encontrar palavras para se desculpar.

— Ah, desculpa por tud- — Harry ia começar um discurso se desculpando, novamente, mas Louis o interrompeu, revirando o olhos.

— Para de pedir desculpas, pelo amor de deus. Eu estou bem, foi uma brincadeira! Não seja tão inseguro de si, meu bem — Louis riu e cruzou os braços — E então...? Onde está a cafeteria?

Harry estava em pânico. Louis é um mix de emoções, que mudam constantemente. Harry não sabia lidar com tudo isso. Sua ansiedade não lhe ajudava, as suas mãos congelavam, ele não parava de pensar em como sempre se atrasava, como era uma decepção, e como iria levar o garoto bonito que estava na sua frente para tomar um chá e ainda continuar em sua sã consciência. Ele podia desistir, falar que estava atrasado e que foi uma péssima ideia sugerir a ida à cafeteria. E assim, continuar sozinho nas sextas, nos sábados, nos domingos, e no resto das semanas.

— É...É aqui perto do metrô, para lá — Harry apontou para um lugarzinho pequeno mas apresentável, aonde ele sempre tomava seu café matinal — Um pouco antes do metrô para ser exato.

— Ok, então vamos?

— Hum, sim, claro.

Depois de alguns minutos, Louis e Harry já estavam sentados na poltrona da cafeteria; cada um em cada poltrona, segurando seu café e seu chá (com leite!).

Harry já não estava tão tímido, e Louis continuava sendo o extrovertido que sempre foi. Eles passaram grande parte do caminho de ida à cafeteria, falando sobre pessoas desastradas, e assim Louis ficou sabendo das milhares cicatrizes que Harry arrumou por todo o corpo, por conta de Harry ser o desastre em pessoa.

— E o que o senhor Styles faz para sobreviver? — Louis perguntou após dar um gole no seu chá quente.

— Eu ainda não trabalho, eu faço faculdade de arte visual, e você?

Harry sempre se sentiu mal por deixar sua mãe pagar sua faculdade e seu aluguel, que ele felizmente dividia com Kendall; a sua colega de quarto e melhor amiga, mas sua mãe insistia em pagar tudo. Ele já havia pensado em começar a trabalhar na biblioteca pequena que existe perto do seu apartamento, ele até chegou a deixar seu currículo mas nunca o chamaram e foi aí que Harry desistiu. Talvez o destino tinha decidido deixar Anne pagar as despesas de Harry. Ele gostava de pensar assim e não se sentir culpado.

Désolé si je vous appelle aimez (l.s)Where stories live. Discover now