Cat Oreille de L'amour 🔸 MITW (HIATO)

Sangue e Luz

[Rafael pov's]

"DROGA!!!
Eu me precipitei, aquele carro policial não poderia me ver."

Ainda estava correndo e pulando de prédio em prédio.

"Devo estar perdendo a prática"

Desde quando uma das minhas vítimas quase me matou, eu dei um tempo, mas parece que só me deixou pior.

"Isso não pode ficar assim, não posso deixar mais um escapar"

   Chego em uma região menos movimentada e pulo em um beco escuro.

   Uma falha dessa me deixa louco, obcecado, me faz ranger os dentes!

   —Merda! Caralho! Da próxima vez vai ser MUITO pior!

   Respiro fundo, me acalmo, então percebo que estou perto de um pequeno bar, as poucas pessoas que estão nela me olham confusos. Olho de volta com uma cara azeda e param de me encarar e entro no local.

   —Me dá uma bebida aê velho. —Digo me sentando em um banco alto perto do balcão.

   —É de maior? —O homem me pergunta desconfiado.

   —Sou! —Digo impaciente.

   —Não parece. —Ele pega uma cerveja qualquer.

   —Me dá logo porra!—Na verdade eu menti, não sou de maior, mas foda-se.
Ele me serve e deixa a garrafa ao meu lado. Tomo o primeiro copo em um só gole e ponho mais.

   No alto da parede uma TV estava no canal de notícias e algo me chamou atenção.

"...Estamos aqui na cena do crime, o corpo foi encontrado com o tórax dilacerado, sem os olhos e sangue por toda a sala.
Também foi encontrado um cartão com um 'C' com detalhe amarelo em cima do corpo.
Ao que tudo indica, Cellbit voltou a ativa"

   —O quê?! —Fiquei perplexo.

"ISSO NÃO PODE ESTAR ACONTECENDO

Um filho da puta querendo se passar por mim!!! Alguém está me desafiando."

   É claro que eu, o maior e mais genial assassino em série que já existiu, não posso deixar isso passar em branco.

   —Tenho que resolver isso...—Me levanto para sair mas alguém me segura pelo braço.

   —Não saia sem pagar.—Disse o homem, o mesmo que me serviu a bebida.

Por mais que queira enfiar logo minha mão dentro do peito desse cara e arrancar seu coração, essa não é minha prioridade no momento, tenho que encontrar o farsante e fazer isso com ELE.

[Pov Felipe Batista]

"Recordações
O passado é uma arma mortífera
que corta fazendo sangrar
por que o passado,
por mais lindo e glorioso que tenha sido
é apenas passado,
pra que recordar momentos felizes
se estes não voltam mais?
por que viver de nostalgia
se ela apenas vai me machucar emocionalmente?
quero apenas viver o presente...
esquecer o passado...
e morrer no futuro...
pois a vida é só isso
e nada mais..."

   A muito, muito tempo atrás, em um passado que incessantemente nego ter existido, eu vivia em plena dor, sem ninguém a quem confiar, vítima de outras pessoas que me machucaram sem poder me defender. O tempo tinha me tornando um objeto. Havia me tornado morto.

   Mas em certo ponto da minha "morte", uma luz me trouxe de volta, fez-me sentir vivo, me trouxe para o futuro, agora sou um ressuscitado, alguém que não era e passou a ser.
Essa luz tem um nome, ela se chama Mikhael Linnyker.

[...]

   Depois que a enfermeira saiu, ficamos somente eu e o outro garoto, ele não disse seu nome, apenas que seria melhor chamá-lo de Pac. Acabei dormindo em um dos sofás.

   —Eu...—Pac começa a falar timidamente e tive a leve impressão de que ele estava corado.Acordei no momento em que Mike acordou, Pac já estava perto dele.

   —Q...Quem é você?—Diz Mike para o garoto.

   Eu por impulso pego seu óculos, que eu estava guardando e o levo até seu rosto em um instante.

   Mike sempre faz essas bobagens de mostrar que é destemido e não tem medo de nada, algumas vezes ele acaba assim e é isso que me preocupa, e se ele não acordar mais? Não suportaria...

   —M-Mike?—Digo sorrindo.

   —Quem...É você?—Mais uma vez ele pergunta ao outro.

   —Não se lembra de mim?—Diz Pac.