Ninguém deveria tentar recuperar o que foi levado pela terra

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Notas antes de ler:
OLÁ GATINHOOOOOS
RESSURGINDO DAS CINZAS NOVAMENTE \o/

Demorei bastante dessa vez ...
É tarde demais para pedir desculpas?

Enfim, agora algumas coisinhas:

˙voltei com os poemas kibad... digo... citados de altores famosos(as vezes nem tanto)
˙o título é uma referência da música Brothers de Fullmetal Alchemist
˙o poema que usei no cap foi "semelhança" de Fernando Pessoa
˙outrem=outra pessoa
˙Feliz dia das mães...Acho...

Boa leitura (=^-^=)

Qualquer erro culpe minha beta reader que não está aqui para corrigir os erros ^-^
... agora está tudo corrigido (espero)
E mudei a capa :D

\\              Não se esqueça da ★            //


"É fácil trocar as palavras,

Difícil é interpretar os silêncios!"


—Não vou permitir que meu filho tenha uma educação de baixa qualidade! —Dizia o homem caminhando de um lado ao outro da sala.

—Amor... —A mulher calmamente se levantou de onde estava sentada e o abraçou de lado —Ele não merece ir para lá.

O homem se calou admitindo a derrota, então sorrindo retribui o abraço da mulher.

Enquanto isso, escondido atrás da porta, pela fresta da mesma, um garoto espia toda a conversa.

[...]

"É fácil caminhar lado a lado,

Difícil é saber como se encontrar!"

—Não chore amor... —A mulher já enfraquecida, deitada na cama onde costumava dividir com o homem, dizia com muita dificuldade, algumas palavras de consolo.-Vou ficar com vocês...

—Eu não aguento mais... —O homem em prantos, sendo afagado pelos fracos braços de sua esposa, levanta sua cabeça do travesseiro ao lado dela, para dizer um de seus últimos votos. -Eu prometo que farei dele um homem tão viril quanto a mim.

Enquanto isso, escondido atrás da porta, pela fresta da mesma, um garoto espia toda a lamentável situação.

[...]

"É fácil beijar o rosto,

Difícil é chegar ao coração!"

Mesmo com os melhores médicos que o dinheiro pôde pagar, a mulher estava sucumbindo para a morte.

—Meu amor... —O marido, já não aguentava mais tamanha tristeza. Seus olhos fundos e pálpebras escurecidas pelas incontáveis noites mal dormidas, olhavam no fundo da íris de sua esposa já em coma, implorando o último desejo.- Antes que vá, me dê um beijo de adeus .

Enquanto isso, escondido atrás da porta, pela fresta da mesma, um garoto chora perante o ocorrido.

[...]

"É fácil apertar as mãos,

Difícil é reter o calor!"

O homem se aproxima de sua amada, deposita em seus lábios o beijo mais doce que um coração amargurado pela dor pode conceder.

Infelizmente, no mesmo instante, a alma da mulher se esvai, restando apenas o corpo frio de alguém que um dia amou.

Enquanto isso, o garoto que antes e por muitas vezes escondido atrás da porta, que observava pela fresta da mesma, corre aos prantos até a cama onde a muito tempo dormia um casal.

[...]

"É fácil sentir o amor,

Difícil é conter sua torrente!"

O homem e o garoto imersos em pranto e desespero, imploravam para que a alma da mulher retornasse ao corpo. Do fundo do coração eles desejaram, até não sobrar fôlego.

Mas o amargo destino é cruel com todos igualmente: Não há cura para a morte.

"Como é por dentro outra pessoa?

Quem é que o saberá sonhar?

A alma de outrem é outro universo

Com que não há comunicação possível,

Com que não há verdadeiro entendimento."

[...]

—Mikhael Alvarez Linnyker, a partir de hoje, você vai para meu reformatório.

O pequeno garoto de face inexpressiva, ouve atentamente as palavras do pai, sem demora afirma com a cabeça, mostrando sinal de obediência e retidão.

A perda de sua mãe ainda o assombrava, mesmo assim escolheu não se incomodar mais com isso. Passados poucos anos, o garoto aprendeu a ignorar certos sentimentos e não transpassar praticamente nenhuma emoção.

"Nada sabemos da alma

Senão da nossa;

As dos outros são olhares,

São gestos, são palavras,

Com a suposição

De qualquer semelhança no fundo."

[Pov Mike]

Meus olhos se abrem com dificuldade, em segundos minha visão fica menos embaçada, mexo alguns milímetros meus braços, logo percebo que estou em uma cama.

Olho para o lado e vejo duas pessoas, não consigo identificar quem é pois não estava com meu óculos. Uma delas se encontra deitada em um sofá de dois lugares e o outro na cadeira próxima à porta.

O que estava na cadeira vem em minha direção, o outro parece estar dormindo.

—Eu... —Timidamente ele começa a falar, mas o interrompo.

—Q...Quem é você?-Mesmo com a voz um pouco falha, consigo falar a frase toda.

—Mike? —Uma voz familiar chama pelo meu nome, é o Batista.

Ele tira algo do bolso e logo aproxima do meu rosto, era meu óculos. Agora eu vejo com clareza as duas figuras à minha frente.

—Quem...É você? —Mais uma vez me dirijo ao outro.

—Não se lembra de mim?

Cat Oreille de L'amour 🔸 MITW (HIATO)Onde histórias criam vida. Descubra agora