Seis

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Acordei sentindo dor no meu maxilar e sentindo ele inchado do lado esquerdo. Levei a mão até lá e me lembre dos motivo de eu ter desmaiado, eu tinha levado um belo soco.
-Nós colocamos gelo para ver se melhorava , mas não adiantou muito.- Levantei e corri na direção do meu cantinho habitual, mas algo me impediu, uma corrente prendia meu pé na cama.
Olhei para onde a voz tinha vindo e me deparei com os quatro amigos do Zack, o medo percorreu todo o meu corpo. Noah tinha um copo na mão, e olhar para o copo me deu muita sede. Ele deve ter percebido e deu um passo para frente e esticou o copo para mim. Recuei o máximo que pude sem tirar os olhos do copo.
-Tudo bem, pode pegar.- Estiquei minhas mãos trêmulas e peguei o copo. Foi difícil beber a água, mas consegui.- Nós vimos o que o Zack fez.
-Obrigada.- Agradeci e devolvi o copo.
Eles viram o que o Zack fez e não fizeram nada, muito legal da parte deles. É isso parece um pedido de desculpas.
Me sentei na cama e olhei para o Luck que me mandou um pequeno sorriso que eu não retribui, minha vontade era de pular no pescoço de cada um deles. O barulho de um carro chegando e ficaram parados iguais a estátuas.
-É o Zack.- Henry falou e saiu correndo, levando os outros com ele.
Me deitei e me virei para a cômoda, fechei meus olhos e fingi estar dormindo, mas prestando atenção em cada som. Zack entrou e seus passos ecoaram pelo quarto silencioso e seguiram até a cama. Senti ele se deitando na cama, em questão de segundos os dedos dele tocavam o meu braço. Me mexi um pouco e ele parou. Mas não demorou para eu sentir a mão dele no meu quadril.
-Não toque em mim.- Falei e ele retirou a mão.
Fechei meus olhos e ignorei sua presença ali, o que foi impossível, eu conseguia sentir cada parte dele. Acabei dormindo e acordando horas depois. Zack ainda estava ali, deitado e olhando para o teto.
-Por que faz isso comigo?- Me virei para ele.- Por que me mantém presa aqui?- Ele me olhou mas continuou calado.- Se você acha que vai conseguir dinheiro pedindo resgate, está muito enganado. Nenhum dos meus familiares vivos se importam o bastante comigo para pagar algo que vá me levar de volta para morar com algum deles.- Falei e percebi a gravidade das coisas.- Meu Deus, eu vou ficar aqui para sempre.
O medo tomou conta do meu corpo,junto com o pavor e a angústia, me sentei e abracei minhas pernas. Comecei a chorar igual a uma criança apavorada que se perdeu da mãe no shopping.
-Você me deixaria usar o banheiro?- Passei a mão no rosto.
Ele se levantou e soltou a corrente da cama,mas não soltou do meu pé. Me levantei e fui para o banheiro,levando a corrente junto. Me olhei no espelho, parecia ter uma pequena bola no lado esquerdo do meu rosto, estava roxo e dolorido. Joguei água no rosto e passei a mão úmida no cabelo, que estava um nojo. Tirei o casaco e passei água por todas as partes visíveis do meu corpo, até que para quatro dias sem tomar banho eu não estava tão ruim. Sai do banheiro e voltei para a cama, sendo rapidamente acorrentada nela novamente.
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