Dangerous

Doze

Eu não falava com alguém tinha muito tempo, não direcionava uma palavra ao Zack desde quando encontrei o álbum, e isso o deixa muito irritado. Já recebi vários tapas por não responder a alguma pergunta, e quando me defendo é muito pior.
Zack tirou o dia para ficar em casa, e pela segunda vez nesse tempo eu pude assistir TV, e tenho certeza que ele colocou no programa de culinária de propósito. Eu comi muito pouco nesses dias, às vezes o Noah me levava um sanduíche ou algo para comer, e o Zack só me trouxe hambúrguer duas vezes. Meu corroo ficava cada vez mais fraco, quase não tinha forças para me levantar. Eu necessitava sair dessa casa, não aguentava mais ficar ali. Ou eu saia logo daquela casa, ou ficaria ali pra sempre.
Como eu ia sair dali? Não fazia a menor ideia. Não sabia aonde ele guardava a chave e a janela não seria usada novamente. Esperei ele dormir e fiquei observando. Olhei pra o travesseiro e depois para ele, poderia dar certo, e era a minha única chance. Me levantei e peguei o travesseiro, andei um pouco tonta para o lado dele, fiquei parada tentando tomar coragem, lembrei de tudo o que ele me fez, desde o começo até agora, e pressionei o travesseiro contra o seu rosto. Ele começou a se mover quando o ar começou a faltar. Fechei meus olhos e esperei. Escutei um barulho ensurdecedor e logo em seguida uma dor no meu abdômen. Dei alguns passos para trás e olhei pra baixo, tinha sangue no meu casaco. Caí e bati com a cabeça na parede. Olhei para a cama e ele estava sentado na cama. Fechei os olhos e quando voltei a abrir os outros meninos estavam lá. Fechei os olhos novamente e quando abri novamente a polícia estava no quarto. Perdi a consciência e só acordei com alguém me chamando, eu estava dentro de uma ambulância. Tinha um paramédico ao meu lado fazendo preção no meu abdômen.
-Que dia é hoje?- minha garganta doeu a cada palavra.
-É noite de natal.
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