O nosso angulo do amor

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Meu novo livro: primeiro capítulo

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Meu novo livro: primeiro capítulo

Era mais um dia, mais um longo e sem sentido, dia. Tudo que eu precisava era estar morando com meu pai, não tinha motivo de eu estar com minha mãe, e era isso que eu estava tentando explicar ao meu pai no telefone. Mas como sempre, ninguém me dá ouvidos.

— Pai, qual é? Por que? Eu juro que não me importo se você quer arrastar aquela galega lá para casa, eu não vou atrapalhar o romance de vocês! Mas pelo amor de god me busca daqui, não aguento mais! — reclamo.

— Louise! Não faz nem trinta minutos que te deixei aí, você nem tentou! Se não fosse necessário eu não lhe havia deixado aí. Agora por favor entre na casa, por que pelo que te conheço você nem deve ter entrado em casa ainda! — fala rindo, mas sério.

— Ah você irá me pagar por essa tortura, e aquela galega também — adverti — byezinho ! — desligo o telefone.

Argh. O que eu fiz para merecer isto? Eu tinha tudo lá, não vejo a menor necessidade dessa palhaçada. Pego minhas malas e entro sem bater. Afinal, a casa era minha.

— Oi filha — diz minha mãe da cozinha, com um cigarro entre os dedos, ela o apaga e vem em minha direção.

— Oi Clarisse — falo ríspida.

Ela para no meio do caminho. Me olha, sinto uma pontada de ódio em seu olhar sobre mim. Não posso fazer nada, eu e ela nunca tivemos uma convivência amigável, quando eu era menor e ainda morava aqui, essa casa tinha festa todo dia, eu nessa idade acharia super legal, mas quando se tem sete anos e não entende nada, ah você acha aquilo uma tremenda chatice. Era cheio de gente todos os dias, eu costumava ficar em meu quarto quieta, mas volta e meia algum casal "esbarrava" na maçaneta e entravam se beijando em meu quarto, quando me viam saiam sem dizer nada. Eu estava bem acostumada com essa típica situação, até que um dia, minha mãe estava bêbada, e um cara estava me arrastando escada a baixo, os vizinhos escutaram meus gritos e chamaram a polícia, então a partir daquele dia, fui morar com meu pai, melhor coisa que me aconteceu, pois tive ao menos o resto da minha infância normal, e agora com 16 anos tendo que voltar ao meu pesadelo.

— Qual é garota, some logo da minha frente — fala num tom alterado.

Reviro meus olhos, esse vai ser um longo ano, muito longo. Subo as escadas, e vou até meu antigo quarto, abro-o na esperança de que minha mãe tivesse o arrumado para mim, mas me deparo com muitas coisas lá dentro, coisas velhas, que deveriam estar no lixo, há algumas peças de roupas intimas jogadas pelos cantos. Que nojo.
Larguei minha mala no corredor, e adentrei o quarto, tomando cuidado para não derrubar nada, dei uma olhada nas coisas, e de fato a maioria eu poderia jogar fora, havia uma tv antiga, mas creio eu, que ainda deve funcionar, e um vídeo k7, e uma caixa com algumas fitas. Decidi ajeitar aquele lugar, já que não era muito grande, eu daria conta sozinha. Minha mãe subiu, e paro diante da porta.

— Mês que vem, uns caras iram vir aqui retirar todos estes móveis e tudo que há aí, nem precisa se preocupar em arrumar.

— Tá legal, e até lá vou dormir aonde? — falo impaciente.

— No meu quarto, tem duas camas. Pode dormir lá.

— Aham, tá bom.

Acho que ela não percebeu o tom de ironia em minha voz então começou a descer e disse que iria sair.
Revirei os olhos, quanto mais demorar melhor, tenho uns afazeres a terminar, digo olhando para o quarto. O atravessei e abri toda a janela, as cortinas estavam todas mofadas e furadas as tirei e joguei janela a baixo, dei uma olhada para baixo, a grama que havia estava seca, seca como todas as flores que haviam ali, e estavam grandes, mas secas e feias. Comecei a jogar tudo pela janela, tudo que eu não queria no "meu" quarto. Quando eu já estava terminando de jogar, só faltava um criado mudo, isso sim, foi difícil. Alguém chega gritando e sobe as escadas, mas não era minha mãe, era a voz de um garoto.

— Dona Clarisse — gritava até abrir a porta — Quem é você?

— Acho que quem deve perguntar isso sou eu, não é mesmo? Quem invadiu minha casa foi você! — falo num tom grosseiro.

Ele arregala os olhos, e cora no mesmo instante.

— Lou? É você? — fala tímido.

— Oi? Meu nome é Louise, e não me lembro de você, agora poderia me dar licença tenho um quarto para arrumar se eu quiser dormir hoje!

— Me deixe ajudar? — fala envergonhado.

Eu não queria, não queria ninguém me ajudando, muito menos um estranho.

— Pois bem, tem algumas cortinas em sua casa sobrando? Pincéis e tintas? Se sim, traga-os e pode me ajudar!

Ele se vira todo animado, desce as escadas rápido, vou até a janela e o acompanho com o olhar, ele mora aqui do lado, por isso ouviu os barulhos, claro.
Não demora muito ele volta, com alguns baldes de tinta, pincéis e uma cortina amarela.

— O que tenho é isto.

— Tudo bem, deixe no corredor e me ajude a tirar a tv, daqui de dentro e colocar no corredor também, preciso de jornais para cobrir o chão, vamos pintar isso daqui.

Num ato rápido ele se pôs ao lado da tv e a tirou dali sozinho, ela não era grande mesmo. Até que ele não é tão inútil.
Observei as tinhas, branca, preta e bege, meu deus.

— Ok, agora traga as tintas, a parede onde irá escrivaninha quero pintar de preto, o resto pode ser branco.

Ele assente. Começamos a pintar em total silencio, eu não entendia o por que deste garoto querer tanto ajudar, mas enfim ele conseguiu tintas, menos uma coisa para comprar, meu pai me deixou dois mil reais, falou que era pra usar somente quando necessário, parece que ele sabia o que me aguardava, era quase quatro horas da tarde, fazia exatos 40 minutos que havíamos terminado de pintar as paredes, eu disse para ele ir para casa e trocar de roupa que ele iria me mostrar onde tinha loja de móveis por aqui, depois de dez minutos ele me aparece.

— Tudo bem, pode ser em uma loja de móveis usados, não quero torrar minha grana nisso.

— Lou, jura que você não lembra de mim? — diz num tom entristecido.

— Não, nada. Mas agora vamos!

E então seguimos a rua a baixo e entramos em outra e assim fomos até chegar em uma loja de usados, beleza, eu precisava de uma cama e uma mesinha e um roupeiro pequeno.

— Olá posso ajudar?

— É pode ser, quero uma cama de solteiro, uma mesinha e um guarda roupa de três portas, e o que tenho é somente 800 reais, mas preciso destas três coisas! Então onde estão elas?

Ele me olha impressionado.

— Err... Venha por aqui— diz apontando para a esquerda.

O sigo, que o mesmo me mostra uma cama de solteiro branca e básica, perfeito, depois um guarda roupa de três portas preto, ótimo, e por fim a mesinha, também estava boa, e o melhor ainda, tudo isso pelo meus 800 reais.

— Quero que entreguem ainda hoje, ele te passa o endereço, e quero alguém para montar isso lá em casa.

— Okay... Moça — força um sorriso.

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