O mais difícil na hora de se mudar de um lugar é ter que deixar os seus amigos, as pessoas que sempre te acompanharam ficando para trás, até que você fica com a dúvida: Será que eles vão sentir a minha falta?. Em segundo lugar é desmontar os moveis e empacotar louças, roupas, decorações e tudo mais, mas isso não foi problema pois o meu melhor amigo veio nos ajudar.
-Luquinhas, quando você for eu posso ficar com o CoD?- Disse ele com o Call of Duty nas mãos.
-Claro Ricardo - Disse com um olhar sínico - Quando eu for para outra dimensão... E antes disso eu vou anotar no meu testamento: O CoD não deve ficar com Ricardo Almeida Filho por que eu não quero.
-Ah... Eu sei que você me ama, e quando você for não vai ter quem fazer a lição de matemática pra mim - Disse fazendo biquinho o que geralmente ele fazia para enrolar os professores que acabavam acreditando que ele realmente fazia os trabalhos e esquecia em casa.
-Ninguém mandou ser burro - Eu joguei o travesseiro nele e comecei a rir.
O Ricardo era um pouco mais alto que eu, ele tinha cabelos lisos e curtos, não era muito forte mas por ser do time de Handebol da antiga escola ele tinha um corpo atlético.
É meu amigo desde a quinta série quando eu ajudei ele a se esconder de uns certos valentões. Desde então eu passei a ajudar ele em matemática e física, e ele em biologia e sociologia (não sei como um ser humano em plena sanidade mental gosta de sociologia).
-Agora o grupo não vai ter você, vamos ficar sem um integrante super especial... Digo... Você entendeu.
-Há gay!- Ambos rimos.
-Filho, onde o Ricardo vai dormir? - Disse minha mãe entrando no quarto.
O Ricardo iria dormir hoje aqui em casa para ajudar na mudança amanhã, meu pai achou melhor ele estar com a gente quando chegássemos na nova casa, ele faria questão de depois leva-lo de volta. Mas isso não é problema, estamos de férias mesmo.
-Ah... Ele dorme no chão... Você prefere papelão ou jornal Ricardo?.
-Ricardo você teria algum problema em dormir no colchão com o Lucas?- Perguntou minha mãe já separando o colchão mais próximo de nós.
-Sem problemas D. Lima.
Minha mãe olhou pelo canto dos olhos como quem percebe uma falha no sistema.
-Ricardo eu já te falei para me chamar de Fernanda eu ainda não sou uma Dona.
-Sim "Dona" Fernanda - Disse para provocar dando ênfase no "dona", o que fez ela sair dando risada.
Minha mãe era modelo, e por isso não aparentava ter mais do que trinta anos de idade, ela tinha cabelos pretos lisos, olhos verde folha e um corpo conquistado na academia. Não é fácil ter uma mãe bonita, ainda mais quando ela já foi capa de revista de moda, ela fez uma matéria sobre como ser linda e autoconfiante, coisa pra levantar autoestima sabe.
-Ah Luquinhas nós já dividimos lanches, roupas, lápis, garotas, acho que dividir um colchão não vai ser problema.
-Você poderia ter omitido a parte das garotas.
-Ou não - Disse ele verificando o celular - A hora passa hein...
Nessa simples frase eu já soube o que fazer, afinal, eu conheço ele a muito tempo e sempre sei sacanear.
-Mãe! - Gritei para chamar a atenção dele - O Ricardo tá com fome! - Ele ficou de todas as cores possíveis, incluindo roxo, vermelho, azul, entre outras que eu nem sei o nome. Ele sibilou um palavrão e eu comecei a rir igual a um mané.
-Seu pai vai trazer pizza quando ele voltar do set - Respondeu a minha mãe de outro cômodo.
Eu comecei a rir mais ainda e fui atingido na barriga por um travesseiro e revidei a travesseirada nas costas, e assim ficamos, fazendo guerra de travesseiros.
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-Meu pai tinha acabado de voltar do set, ele era diretor de cinem e sempre voltava com um roteiro e outras coisas do tipo, mas dessa vez ele trouxe uma pizza. Meu pai tinha cabelos pretos e curtos, olhos castanho escuro, barbado e um corpo levemente fora de forma, ele não procurava ostentar beleza.
-Oi meninos - Disse ele fazendo um sinal com a cabeça, ele não era lá muito chegado a abraços e coisas do tipo, mas não por ser ausente, pois ele mesmo ocupado com o trabalho fazia de tudo para não perdermos os laços de amizade, ele era muito tímido mesmo, pois na família dele ele não foi acostumado a crescer cheio de abraços.
-E ae Sr, Lima- Disse Ricardo fazendo um sinal de joinha - Gravou alguma cena explosiva hoje?.
-Hoje tivemos que gravar um atropelamento, mas o ator queria fazer no lugar do dublê - Logo ele respirou fundo e começou a rir - Ele caiu errado do carro e quebrou a perna - Começamos a rir imaginando a cena.
-Amor...- Disse a minha mãe prendendo o cabelo em coque - Nós ficamos empacotando as coisas aqui na casa por um tempão sabe... Que tal irmos comer a pizza e assistir um filme antes de dormir?.
-Filme? - Meu pai falou fazendo biquinho - Nega, eu sou diretor e não aguento mais passar tempo com filmes.
-Então vamos jogar alguma coisa- Comentou Ricardo pegando papel e caneta.
Assim foi a nossa noite, pizza, jogos com os meus pais, que conseguiam se entender apenas com um olhar e ganharam todas as partidas de "o que sou?" e mais tarde fomos dormir.
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Folhas do Outono
Novela JuvenilLucas se mudou recentemente para uma nova casa com seus pais, nunca é fácil para um garoto mudar de escola e fazer novos amigos. . No primeiro dia de aula conhece Leticia uma garota simpática e super extrovertida e Gustavo, o grandão com coração...