Boneca Paranóica

Boneca Descontrolada

Os olhos focaram-se na bruxa que desferiu o golpe que a deixou inconsciente. Era isso que as bruxas tentaram impedir. O poder do lobo que atingiu a grandeza de um deus.
Poder este, que corria no corpo daquela garota.

Aquele sorriso psicótico alargou-se para a bruxa. No momento em que a bruxa virou o corpo para fugir, a garota já não estava ali. Rápida demais, até mesmo para os lobisomens. A bruxa caiu de joelhos ao se chocar contra Sam, que agora estava na frente dela.

Assustador. Horrível. Infernal.
Essas palavras definiam o que acontecia naquele local. As mãos da garota acariciaram a cabeça da bruxa, descendo para o pescoço, as unhas rasgado a pele. A cabeça da bruxa logo rolou pelo chão. A força bruta descomunal da garota era aterrorizante, e as outras bruxas que olhavam paralisadas enquanto a irmã perdia a cabeça tentaram fugir.

Tentaram.

Os minutos seguintes era pura carnificina. Membros como braços e pernas eram separados do corpo pelas mãos pequenas e fortes de Sam. Ela ria enquanto destroçava as bruxas, as vezes uma de cada vez, outras várias ao mesmo tempo.
Ela não atacava os lobos, que prontamente saíam do caminho.
Uma a uma, aquela convenção de bruxas se resumia a pedaços de carne e sangue para todos os lados.

A garota riu alto novamente. Aquela risada que fazia o medo crescer, o corpo paralisar e despertava o desejo da fuga.

Ela parou de repente, olhando ao redor com aqueles olhos vermelhos brilhantes e o sorriso se fechou.

"Irritante" - ela murmurou, andando em passos lentos e largos até a floresta.

- Aonde vai? - Jasmine gritou, se encolhendo quando Samantha olhou para ela.

- Aonde eu vou... - Pensou por um momento, e o sorriso cruel voltou a face, que mesmo bela, era assustadora pela quantidade de sangue que mancha a pele. - Vou terminar isso.

E rindo com evidente maldade, pôs se a caminhar na direção do conselho das bruxas.

Quando algo causa péssimos resultados, é melhor cortar o mal pela raiz, não é?

[...]

Parou poucos metros daquele casarão sombrio num dos cantos da floresta. Nenhum dos feitiços ali presentes foram capazes de faze-la parar.

Já era noite quando ela finalmente achou aquele lugar, e agora ela conhecia todos os cantos daquela floresta.

Um bruxo alto, musculoso e estranhamente bonito guardava a entrada. Ele congelou quando viu Samantha, afinal, não é todo dia que você vê uma adolescente coberta de sangue que sorri de forma psicótica.

Não houve tempo para reação. A mão dela se encontrava atravessada na barriga do homem.
Ela lhe ofereceu um sorriso dócil enquanto a luz sumia dos olhos dele.
Como um verdadeiro lobo,  os olhos com um brilho avermelhado  olhavam atentamente os caminhos disponíveis.  Sorriu. Iria em frente, diretamente para o conselho das anciãs.

Cantarolando,  subia as escadas calmamente.

Todos aqueles que tentavam impedi-la, acabavam como uma massa de carne e sangue irreconhecível pelas escadas. Era uma cena brutal e digna de um filme de terror.

Ela era brutal.
Ela parecia ter saído de um filme de terror.
Era aquele monstro terrível que perseguia os jovens inocentes.

Inocentes. Riu com o pensamento. De inocentes eles não tinham nada.

Com um chute desnecessariamente forte, as portas enormes e pesadas de madeira se partiram e caíram num estrondo. Lá estavam elas. As mais forte, poderosas e velhas bruxas.

O sangue alfa ferveu nas veias e a voz que soou da garota não era dela. Era mais antiga, mais forte.

- Sentiram minha falta?

O sorriso cruel estampado no rosto combinava perfeitamente com o brilho assassino nos olhos.

- Já estavam achando que meu poder não iria renascer, mas aqui estou, não é?

Obviamente não era Samantha que estava falando.

Era ele.
O alfa.
O primeiro lobo.

Todo aquele poder dentro de uma adolescente. 

Samantha era um dos únicos descendentes vivos do primeiro alfa, e a única capaz de usar seu poder.