O verdadeiro inferno

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Naquela sala, eu encontrei-me com o monstro que me matou minutos atrás, minha reação foi a esperada. Desconhecia que tipo de animal se parecia, tinha olhos vermelhos e parecia chorar, mas não estava. Pude ver um líquido vermelho pingar de seus... pêlos? E ele vinha em minha direção. Quando ele estava um pouco mais próximo eu pus a tocha na frente de meu corpo, o fazendo parar

·Pa-pare! Por favor! -Eu disse e ele pareceu entender. Comecei a suar, ele me dava medo... Estava começando a me desesperar de novo. Pelo menos ele pareceu entender e parou, me encarando com aqueles olhos arregalados que tanto me aterroriza- Eu não quero te machucar, e tenho quase certeza que você também não quer me ferir, não é? ... Be-be-bem... Eu vou passar, tudo bem? Eu prometo que vou acordar você desse pesadelo...

Eu dizia enquanto desviava dele, indo em direção à luz do outro lado. Ele me encarava de forma muito assustadora, não resisti e acabei por correr, e ele foi atrás de mim, jurei ter ouvido ele rir. Consegui sair dali e abaixar a alavanca que fechou o portão da sala. Caí no chão enquanto ofegava, até que percebi que o monstro não aparecia, aproximei meu rosto da grade no portão e pude ser sua pata, toda sangrenta e costurada em algumas partes. Meu coração acelerou. Levantei rapidamente e fui em direção à uma casa que havia ali, a iluminação ainda não era boa, só conseguia enxergar graças à tocha que eu carregava comigo. Dei 'save' na estrela que estava na frente da casa e fui até a porta, olhando dentro, ali havia um pouco mais de luz, deixei a tocha no chão do lado de fora mesmo.

·Olá... ? -Quase não saía a voz, ainda estava assustada com os monstros cruéis que haviam ali. Pude ouvir grunidos e murmúrios saindo de dentro da casa, alguém estava sofrendo? Entrei e olhei para os lados, não via ninguém, à esquerda parecia ser uma cozinha, e à direita outro corredor, no centro da casa -à minha frente- pude ver algumas escadas. Primeiro fui ver o que tinha na cozinha, facas, facas e mais facas estavam nas gavetas e armários, umas ensanguentadas e outras não, o sangue parecia fresco então haviam usado à pouco tempo. Logo fui ao corredor da direita, eram quartos, todos tinham um odor horrível que subiam às minhas narinas me dando uma forte ânsia, mas segurei e aguentei firme. Encontrei uma corrente com um tipo de amuleto em formato de coração, nele estava escrito "Queime no inferno", mas podia ver algo escrito por trás, ouvi sons de passos e rápidamente pus o colar no pescoço porbter achado o objeto legal, saindo do quarto e indo ver quem ou o que era. Vi a silhueta de alguém grande no meio da 'sala', aquilo me assustou... O odor forte aumentou! Não consegui segurar e acabei vomitando ali mesmo, chamando a atenção do monstro

·SUA PESTE! O QUE PASSA EM SUA CABEÇA?! -Dizia a criatura, tinha uma voz feminina, e parecia furiosa.

Não conseguia parar de tossir, e nisso, senti as longas garras do monstro perfurarem meu rosto, arrancando a carne e puxando até pouco mais acima do meu peito. Gritava agonizando, logo fui perdendo sangue e mais sangue, e então morri
   Com certeza não seria fácil passar por ali... Acordei enfrente a casa, no lugar exato onde estava a estrela brilhante. Corri pra dentro da casa antes que visse aquele monstro novamente, desci as escadas em passos apressados, sem nem pensar que talvez ali fosse o lugar onde eu nunca devesse ter entrado... Era outro corredor, e a cena que vi me fez paralisar
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Monstros mortos pelos cantos, sangue nas paredes... E o cheiro do local eu não preciso nem descrever, né?
   A garota passava por ali horrorizada, queria chegar logo ao final... Sentia que iria vomitar novamente à qualquer instante, mas não aconteceu, foi pior... Um monstro estava ali, e parecia ser... Uma cabra? Sim, uma grande e ensanguentada cabra. Era possível perceber ódio em seus olhos, ódio e... medo? Recuava dali lentamente, mas não funcionou, acabei tropeçando em uma cabeça, e ela rapidamente virou seu olhar para mim. Me desesperei:

·PO-POR FAVO-OR! NÃO ME MATE DE NO-NOVO! -As palavras saíam e eu não conseguia impedir de fazê-las sair.

Ela se aproximava de mim com um olhar frio, sem emoção alguma, agachou na minha frente

·É você? ... -Sua voz saiu baixa e eu ainda tremia de medo
·O quê? -Ela parecia impressionada em me ver, como se já nos conhecêssemos antes.
·Oh, não? Me desculpe. À muito tempo não encontro alguem como você, Posso ver sua alma boa... Por favor, me perdoe... -Ela parece ter ignorado a parte do 'De novo'. Melhor pra mim.

Eu sorri de leve pra ela, me levantando e ela também. Ela me disse para ir embora, ela estava inquieta e puxava a pele suas mãos de forma meia... brusca. Eu estava prestes a atravessar a porta, quando ela apoia a mão em meu ombro, olhei pra ela é me assustei

·Só uma coisa... garotinha... -Seus olhar era frio, um olhar vazio e não havia expressão em seu rosto. Ela continuou a falar- Não se esqueça de mim, tudo bem? Você não vai me esquecer, vai? Me salve, me tire daqui, você vai, não vai? Não quero morrer aqui...

Ela dizia rápido, apertava meu ombro com força, quase rasgando a pele. Eu apenas soltava grunidos de dor, balançando a cabeça positivamente. Ela me soltou, o que me deu um certo alívio, ela deu de ombros e pos-se a caminhar, o mesmo eu fiz... Verifiquei que aquela porta não abriria e olhei o lugar. Ela frio... Tinha... NEVE?! Eu estava apenas com um shorts bem curto e um vestido rasgado, como pode...? Eu fiquei parada olhando para o 'nada' por algum tempo, até me tocar que estava paradona ali. Toquei a estrela e me enchi de DETERMINAÇÃO!

HorrortaleOnde histórias criam vida. Descubra agora