Sans

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Não entendia o porquê das ações de Sans, ele estava estranho... E afinal, ele não queria minha morte?
    Ele resmungava coisas como "Poderia ter morrido..." ou "Idiota, idiota...". Podia perceber o ódio e/ou raiva em suas falas, ficava quieta de cabeça baixa, enquanto era puxada para o mesmo cenário gelado de antes, mas... Não foi um pouco mais rápido? Eu demorei horas para passar só de Waterfall!

Levantei meu olhar e o breu era tremendo, me fazia arrepiar mas, por algum motivo, não sentia medo por estar com Sans. Não! Eu só me sentia 'melhor' por estar acompanhada, é! Eu estava sozinha esse tempo todo, a companhia de alguém realmente fez falta
    Quando me toquei, estava dentro da casa de Sans e Papyrus, o som estrondoso da porta atrás de mim me fez sobressaltar, mas era apenas o esqueleto...

·Você não sairá daqui mais! Será... Como um mascote -Ele dizia com tanta seriedade, que eu até pensei em um lado bom naquilo, mas era trágico de mais, me desesperei
·Claro que não! Eu irei voltar pra casa! Vou voltar para o lugar de onde Nunca deveria ter saído!! -Eu gritava enquanto minha visão ia ficando embaçada por conta das lágrimas, que eu segurava para que não caíssem.
·Pois então, volte para o útero de sua mãe, vadiazinha! -Dito isso, ele bateu os pés até que chegasse no sofá.

Uma imensa vontade de chorar me encheu, minha determinação caiu, junto de minhas lágrimas, que corriam livremente por minhas bochechas levemente rosadas. Eu encontrava-me imóvel, no meio da sala olhando para frente onde antes estava Sans. Ele era Tão cruel...

"Por quê faz isso? Eu só quero salvar você" .

Ele parecia não se importar com o silêncio, nem mesmo virava-se para que me olhasse, eu apenas me encolhi no cantinho da parede e abracei meus joelhos, chorando baixo.

·SANS! CHEGUEI COM... W-WOWEI! HUMANA! QUERO DIZER... ! FRISK! -A voz não me deixava enganar, era Papyrus.

Ele ficou tão... contente? Ao me ver. Até mesmo se preocupou com minha cara de choro, mas não era um problema, uma mentirinha não mataria ninguém

Ele me ofereceu espaguete, mas... Aquele gosto horrível me veio novamente à mente e paladar, me fazendo negar desesperadamente. Alguns minutos se passaram e Papyrus soube do que aconteceu.

·SANS! FRISK NÃO É APENAS MAIS UM DE SEUS ESCRAVOS! A DEIXE IR!! -Papyrus implicava. Mas "mais um" ?
·Quieto, imbecil, eu quero dormir... -Foi a gota d'água. Eu avancei pra cima de Sans, o surpreendendo.
·VOCÊ NÃO DEVE FALAR COM PAPYRUS DESSE JEITO! SACO DE OSSOS IMUNDO!! -No final da frase, um som alto de tapa fez o silêncio do lugar

[ · · · ]







·Sa-Sans... Por favor... Eu... -Estava no chão, sentada sentindo as lágrimas decorrerem por minhas bochechas de forma frenética.

Havia acabado de presenciar meu pedido de morte, de bandeja... Merda, Frisk! Merda!
    Olhei para Sans, hesitante. Em seu olhar, um enorme ódio, mas... Ele não ia fazer nada?

•Perdão, Sans... Eu juro, não queria te dar um tapa... Por favor, me perdoa! -Dizia desesperadamente.
•NAO, FRISK... NÃO SE PREOCUPE!! SANS TE PERDOARÁ! -Papyrus parecia determinado, ele sorria para seu irmão.

Estava tudo bem, Sans não havia me espancado (ainda) E Papyrus estava super alegre, pensando que estava fazendo uma comida boa...
    Não resisti, fui à cozinha e comecei a procurar por ingredientes nos armários.

•O QUÊ ESTÁ FAZENDO, FRISK?
•Vou fazer o jantar -Sorri-  Pode ir descansar um pouco na sala...

O empurrei até a sala, ele ainda parecia não entender, mas não importava, aquela casa precisava de algo realmente bom...

•Hey, vadiazinha... -Reconheci a voz de primeira, era Sans...
•S-sim?... -Respondi sem o olhar
•Espero que não esteja pondo veneno nisso... -A fala de Sans foi com tanta seriedade, mas mesmo assim, queria rir, porém segurei
•Claro que não! Eu nunca faria isso! -Disse abrindo um sorriso.

Mesmo com o que eu disse, Sans continuou ali, me vigiando. Aquilo era desconfortável... Uma sensação tão ruim. Sentia que seu olhar' passava por onde não deveria, mas sempre que olhava pra trás -Disfarçadamente-, ele desviava o olhar imediatamente. Eu respirei fundo e passando-se algum tempo, terminei.

•Está pront-- -Eu havia me virado animada pra trás, sem perceber que Sans foi estava atrás de mim. Acabei tombando com ele- Hng...! Desculpe...
•Tá bom... -Em murmurou, me observando

Coloquei os pratos com a comida na mesa. Papyrus logo apareceu e se sentou, assim como eu e... Sans... Papyrus elogiou minha comida apenas pela aparência, mas questionou por quê não tinha carne

...

•Sou... Vegetariana... -Inventei uma desculpa.

Papyrus quase surtou ao comer, eu apenas o observei enquanto comia também, já Sans... Bem, talvez ele ainda desconfie, mas no final acabou comendo também.

•Agora... Vão descansar um pouco, vou arrumar isso aq... -Mas quando ia pegar os Pratos, outro alguém estava na pia, lavando...

Era Sans, mas fiquei surpresa, não sabia exatamente o porquê daquilo, ele estava na intenção de me ajudar, ou estava desconfiando de mim? Mesmo assim, me retirei e fui com Papyrus ao seu quarto.

•VÁ TOMAR UM BANHO, DEVE ESTAR CANSADA!

Cansada eu realmente estava, mas não queria tomar banho, mesmo assim fui. Me perguntava o porquê de haver um banheiro ali, se eles não usavam... Ambos pareciam não tomar banho, e esqueletos, ou monstros, não devem ter... Bem... Isso é estranho de se imaginar
    Tomei o banho e vesti outra roupa, ainda era uma blusa de manga comprida, calça um tanto justa e botas

Não queria ficar ali mais, mas Sans me deixaria ir embora? ...

HorrortaleOnde histórias criam vida. Descubra agora