Em uma segunda história, Andrew é torturado por emoções muito intensas, que acabam sempre o magoando de forma alarmante.
Para ele tudo diz algo em forma de sons e cores, tornando sua vida repleta de músicas e cores tristes.
Ele escolhe se distancia...
Lá está você . É apenas um dia normal como todos os outros, monótono e lamentavelmente ensolarado. Mais um dia amarelo. A solidão tem me abraçado com frequência, não culpo a ninguém, foi escolha minha, eu só desejo não sentir, mas o preço disso é ficar sozinho, e me torturar te observando, dia pós dia. Mas ainda sinto, sinto medo.
Você continua lá, fora do meu alcance, seus olhos azuis emanam tristeza, mas seu sorriso diz o contrário, seus gestos cantam uma satisfação muda.
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A minha câmera atrelada ao meu pescoço é a única forma de fazer com que eu me sinta perto de ti. Um zoom em você, um zoom em seu sorriso, um zoom em meus sentimentos.
Somos de mundos tão diferentes. Lamento-me em silêncio, mas as lágrimas ainda queimam por trás dos meus olhos. Costumávamos ser tão próximos, muita coisa mudou, agora somos totalmente desconhecidos, queria que não tivéssemos nos afastado.
Acho que preciso de novas lentes, ou só levantar dali e criar coragem de te comprimentar. É seu aniversário, eu deveria ir lá. Sei que vai contra meus princípios de permanecer só mas, é só um olá, não vai fazer mal algum, pensei. Então me levanto e vou em sua direção.
— Oi Luke, feliz aniversário!
Por um momento me olha inexpressivo, mas logo abre aquele incrível sorriso que por vezes fotografei, então inesperadamente me abraça.
— Obrigado.
Suspiro devagar, tentando segurar o choro, porque agora ainda mais o quero. Já não me sinto mais tão longe, sinto seu coração harmonicamente batendo sobre meu peito como a melhor música que tinha ouvido, mas minha mente grita dizendo que eu não deveria estar fazendo aquilo. Sinto seu cheiro doce e indiscritivelmente cítrico. Toda aquela saudade e paixão platônica descarregada em um só abraço. Começo a ofegar, então me afasto, olho em seus olhos uma última vez, ele me observa risonho e confuso. Que merda eu estou fazendo? Me viro e saio antes que perceba que estou totalmente corado.
Agora corro, sinto meu peito saltar, lágrimas caem, minha boca se abre em risos. O que foi que eu fiz?
