Em uma segunda história, Andrew é torturado por emoções muito intensas, que acabam sempre o magoando de forma alarmante.
Para ele tudo diz algo em forma de sons e cores, tornando sua vida repleta de músicas e cores tristes.
Ele escolhe se distancia...
Não posso dizer que está sendo fácil. Não sei dizer se a dor que sinto é boa ou ruim. Me dei conta, somos amigos novamente, e agora me parece que estou abaixo do chão ao qual eu tanto me arrastava.
Ele tem sido minha companhia todos os dias, já não mais preciso de lentes para me sentir perto dele, ele está ao meu lado, rindo, contando histórias, me fazendo rir das coisas idiotas que ele diz. Sua voz é uma canto pra mim, mas ainda não a compreendo por inteiro.
Caminhamos agora em direção ao pier, é um dia cinzento, parece que enfim vai chover — que o céu despoje de minhas dores e lágrimas que evito derramar. —Sorrio ironicamente, mas ainda sinto dor. Tão perto, mas tão longe ao mesmo tempo, as palavras ecoam em minha mente.
As coisas se tornaram mais difíceis, antes era só um amor platônico que talvez com o tempo passasse, mas agora estou te conhecendo mais, te amando mais, me castigando mais.
Eu não sou tolo, sei de tudo que acontece no mundo que eu escolhi não conviver, ciclos viciosos de amor e ódio. Olhava da janela e ria, meio que por alívio meio que por decepção de não estar nele. Fui arrancado da minha solidão pela mesma causa de eu estar nela, você. Me afastei pra me evitar me iludir, e cá estamos nós mais uma vez, passando mais um fim de tarde juntos, como nada mais que amigos.
— É bom estar com você novamente Andrew — diz Luke, interrompendo meus devaneios.
Levo um tempo pra processar o que ele acabara de dizer, fico corado e envergonhado, maldito seja.
— Você é idiota? — ele olha pra mim e ri, estou sem palavras.
— Só queria dizer que senti falta da sua amizade, é difícil encontrar pessoas como você hoje em dia. Estamos rodiados de pessoas que dizem nos quererem bem, mas no final só nos fazem mal. Tudo se tornou tão falso, me sinto no meio de robôs programados pra dizerem o que eu quero ouvir e não o que preciso. Sinto que nunca estão lá de verdade, não são capazes de me aceitarem de coração.
Luke sempre foi bom com palavras, agora eu compreendia, agora eu o via.
— Luke, você... — Mas antes que eu pudesse completar, ele me beijou, senti todo peso que em em minhas costas pendiam, me libertassem, e agora ele me preenchia com seus beijos, seu cheiro agora me impreguinava.
— Esse, sou eu. — Seu rosto se inundava de novas feições, era alguém que eu pensava conhecer, mas não era metade do que me permetia ver, seu verdadeiro eu.
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Eu o abracei tão forte, com medo de perdê-lo novamente, o abracei mais forte pois meu coração que uma vez sentia fome de ti agora já o tinha.
Tarde de uma sexta-feira, pier Santa Mônica, o clima jazia nublado e começara a chover, aliviado fiquei, na chuva não seria capaz de notar minhas lágrimas.
Uma chuva de prata que lava minha tristeza. A chuva agora representa as lágrimas que por tantas vezes deixei de derramar com medo de parecer fraco, elas caem incessantemente, a angústia agora é passado. A tempestade nos abraça também, mas nem ela será capaz de apagar a chama de amor que agora sinto por você.
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