Prólogo

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Escócia - 1854

Gabriel

A noite estava fria novamente. Mais uma vez eu estava sentado no chão, me aquecendo na frente da lareira e ao mesmo tempo lendo um livro que eu tinha pego na biblioteca do meu pai.

Meu irmão mais novo estava no meu lado, brincando com o Teddy, o nosso cachorro. Minha estava sentada no sofá, observando tudo, mas ao mesmo tempo costurava uma meia velha que pertencia ao meu pai.

Ele estava ao seu lado, escrevendo uma carta para o meu tio Pedro, informando que a praga já atingiu a cidade vizinha. Só eu ele sabemos dessa informação, mas não sabíamos até quando isso ia durar, até toda a cidade ficar sabendo o que estava acontecendo.

O meu pai não queria alarmar a família da moça que ia se casar comigo daqui alguns dias. Eu não a conhecia, porque foram os meus pais e os dela arranjou tudo isso.

Meu pai disse que esse casamento seria uma boa oportunidade para as nossas famílias ser uma das mais poderosas do país. Eu não ligava para isso, mas eu não podia contrariar o meu pai.

_ Jonathan, está na hora de dormir - falou minha mãe para o meu irmão mais novo.

_ Ah, mamãe - disse ele - eu queria ficar mais um pouquinho blincando com o Teddy.

_ Não, já está na hora- ela se levantou. - Se despede do seu pai e do seu irmão, porque eu vou te levar para o seu quarto.

_ Tudo bem - ele subiu no colo do meu pai e deu um beijo no seu rosto. - Boa noite papai - logo em seguida ele pulou no meu colo. - Boa noite, Gabliel.

_ Boa noite - falei sorrindo. Ele ainda não consegue falar o meu nome direito.

Assim que o meu irmão e minha mãe saíram, meu pai largou a caneta e falou:

_ Sua noiva virá a manhã, junto com a sua família.

_ O quê? - perguntei surpreso. - Eu achava que ela só viria daqui alguns dias para o casamento.

_ A família dela achou melhor vir antes para ela conhecer você - disse meu pai. - Então eu sugiro que você durma, porque eu vou querer todos acordados bem cedo a manhã.

_ Tudo bem - fechei o meu livro e me levantei. - Boa noite pai.

_ Boa noite.

Passei a noite toda tentando dormir, mas eu não conseguia. Eu estava muito nervoso e ao mesmo tempo ansioso. A manhã será o dia que irei conhecer a minha noiva formalmente.

A única coisa que eu sabia dela era o nome. Angelina.

Brasil - Florianópolis

(Dias atuais)

Olhei a casa em volta e percebi que era ali que eu queria ficar. Era calmo e longe da cidade, como eu queria. Percebi que ali também havia um lago, onde refletia sol nela.

_ Eu vou querer a casa - falei para o corretor de imóveis.

_ Mas essa casa já tem dono - disse ele. - Eu nem sei por que eu te trouxe aqui.

_ Porque eu disse que eu queria uma casa afastada da cidade e você me indicou essa - disse Gabriel. - Agora cadê os papeis? Quero me mudar hoje mesmo.

_ Estão aqui - falou os entregando, junto com uma caneta. - Mas o que faço quando a dona da casa aparecer?

_ Diz para ela que agora eu sou o dono - respondi com indiferença.

_ Mas...

_ O resto eu cuido depois - falei.

Ele assentiu e foi embora. Logo em seguida peguei as minhas malas entrei na casa.

Depois de eu ter hipnotizado umas pessoas para limpar a casa, porque ela ficou muito tempo fechada, escolhi um quarto para eu dormir.

A casa era de dois andares e tinha três portas no andar de cima. A primeira porta que eu abri, vi um quarto pequeno, com uma cama de solteiro e uns ursinhos em cima.


Parece que o quarto era de uma criança, pensei.

A segunda porta já tinha uma cama de casal, mas era muito simples. Então, quando eu abri a terceira porta, vi que era uma suíte.

Dei um sorriso. É aqui que eu vou ficar , pensei.

Eu Não Sou O BonzinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora