Vaga aí

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Sempre começo escrevendo de forma avulsa, como se tudo tivesse sendo despejado em cima desse teclado digital suado. Essa tecnologia capitalista que esquenta os nossos dedos enquanto a gente se desespera por aí, lendo notícias de crueldade, de opressão, essas cenas da realidade que a gente se esconde nesse disfarce publico virtual cheio de outros eu's por aí. 
Eu nem queria falar disso eu só estava tentando disfarçar de novo as críticas que eu faço antes de escrever. De não me sentir preparado, de não me sentir no direito de escrever como se eu fosse alguém importante pra essa capacidade de grandes estrelas literárias, como se só pessoas importantes fossem capazes.
Concordo que aprimoramos nossas qualidades que somos capazes disso, daquilo ou de todo o amontoado. Eu tenho minhas qualidades mas todas elas estão em seu primeiro nível. Eu não sou como você que fecha os olhos e desenha Van Gogh. Eu não sou você que brinca de tocar bateria ouvindo metálica ou estralas os dedos e logo ta tocando guitarra como o Jimi Hendrix. Eu não sei quem eu sou agora mas talvez eu seja pra alguém o Whallst Guibson com alguma qualidades desenvolvidas ou talvez eu seja só o seu amigo de longos exageros que às vezes te irrita.
Quando achar que eu terminei de escrever tudo aqui provavelmente vou refletir se devo mostrar pra alguém ou se devo manter essa particularidade pra quem acompanha aqui. Vou começar a ficar nervoso, vou me pisar, vou querer gritar, vou enfiar a cara no travesseiro e ai vai ser mais uma madrugada mal dormida, ouvindo a demo de uma garota lá do sul que a Vitória me apresentou.

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