Eu olhava assustada para o tal Jay e ele apenas sorria pra mim.
"Vai me dizer logo ou ficar enrolando!" Eu estava apreensiva
"Está certa, vamos ao ponto. Eu preciso da sua ajuda.
"Está louco garoto? Eu nem te conheço!" Retruquei com as mão trêmulas
"Mas eu sim" - ele afirmou com tanta certeza então entrei no seu jogo.
"Se sabe mesmo sobre mim, me diga." - Tentei soar o mais desafiadora possível
"Está bem...sei que você não é ruiva de verdade e a propósito esse cabelo nem é seu, sei que está incomodada com essas roupas que você está usando provavelmente pela primeira vez, enquato você andava reparei várias vezes você ajeitando o vestido..." ele dizia calmo e eu o fitava assustada
"Espera aí?" - eu o interrompi - "Você está me seguindo desde quando?"
"Isso não vem ao caso agora."
"Claro que vem, eu não te conhecia à cinco minutos atrás e agora você aparece sabendo mais da minha própria vida do que eu mesma?" - A cada minuto que passava eu só queria sair dali
"Está bem, eu te sigo à um tempo e isso só me fez tirar a conclusão que você é a única que pode me ajudar..."
"Mas ajudar em quê ?" - de novo eu o interrompi e agora ele parecia irritado.
"Posso continuar?" - apenas acenei com a cabeça como um sim - "Então, quando você entrou no Royalt, te vi pagando provavelmente uns 50, 100 dólares pro segurança na entrada o que me fez pensar que você é menor de idade, no instante seguinte eu também entrei e começei a te observar de longe, você parecia nervosa, talvez por nunca ter estado num lugar assim, olhou pra todos os lados até encontrar o bar. Logo depois de pegar a bebida você olhava fixamente pras strippers ao redor dos homens o que me descartou a hipótese de você ser uma prostituta ou algo do tipo, o que eu já tinha quase certeza pelas suas roupas caras e o jeito firme e seguro em cima dos saltos altos..."
Sua voz firme contando todos esses detalhes sobre mim teve um efeito terrível, estava mais assustada a cada minuto mas a curiosidade sobre ele precisar de mim falou mais alto, mas eu estava extremamente cansada e com sono, não dormia ou comia direito a dias.
"BECKY? ESTÁ ME OUVINDO?" - ele me despertou dos meus pensamentos falando um pouco mais alto.
"Estou sim, me convenceu, vamos pra minha casa que eu estou exausta..." - disse com a voz falha.
"Mora sozinha?" Ele perguntou curioso
"Tenho um apartamento...aqui perto, dois quarteirões. Vamos pra lá!"
Ele se levantou e estendeu a mão pra me ajudar e com um pouco de dificuldade me levantei.
"Você está bem? Parece cansada..." Por que raios ele esta preocupado comigo? À menos de cinco minutos eu o ameaçei de morte.
"É impressão sua." Menti descaradamente de novo. Estava se tornando um hábito.
Caminhamos lentamente em silêncio até a entrada do prédio, entramos no hall a caminho do elevador e eu forçava pra manter meus olhos abertos.
Quando finalmente chegamos na cobertura eu abri a porta e tudo estava no lugar, eu esqueçi como amava a vista daqui, as janelas grandes deixaram um visual lindo. Quando olhei pra Jay e ele estava com toda a sua atenção sobre mim.
"O que f...?" - de repente minha voz falhou e meus olhos não conseguiam mais se manter abertos, senti minhas pernas pesarem e não consegui mais sustentar meu corpo.
A última coisa que consegui ver foi os olhares assustados de Jay e ele me segurando pra não cair, logo após isso tudo ficou escuro.
(...)
Abri os olhos com dificuldade, o sol estava forte o que é raro aqui em Gotham, está sempre nublado, mas hoje sua luz clareava todo o cômodo.
Minha cabeça doía muito, tentei me levantar mas tudo pareceu girar.
"Hey, fica calma!" - Jay disse suave tocando em meus ombros, foi aí que eu reparei, estava com roupas diferentes da noite passada, me forçei em tentar lembrar o que aconteceu ontem mas isso só fez minha cabeça doer mais.
"Ontem..." - disse com dificuldade - "Eu não me lembro de quase nada."
Jay apenas me olhava sorrindo de lado, e com a luz do dia eu pude finalmente reparar em seu rosto.
Ele não era tão estranho como imaginei, cabelos claros, olhos grandes e escuros o que dava um ar misterioso, parecia ser alguns anos mais velho do que eu e as covinhas nos dois lados do seu rosto se formavam quando ele sorria, era lindo de se ver mas ele fazia pouco.
O que me faz pensar que como eu, ele também é uma pessoa triste.
"Está tudo bem, ontem você me trouxe pra cá para conversármos, então do nada você desmaiou...se lembra de mim?" - E de novo Jay parecia se preocupar comigo! Como assim de novo? Eu não me lembro de quase nada
"Jay, Jay Wilder. O garoto estranho que se diz saber tudo sobre minha vida...Onde estão minhas roupas?" - perguntei - "O que fez com elas? O que fez comigo?"
"Fica calma, eu não fiz nada. Apenas achei um pijama no seu closet e te vesti. Eu não sou tão ruim assim como você pensa."
"Okay muito obrigado! Agora pode me contar o que queria dizer ontem a noite?"
"Calma apressadinha... Fiz esse café da manhã pra você" - ele disse apontando pra mesa posta no meu quarto.
Levantei com um pouco de dificuldade e Jay me ajudou a caminhar até a mesa, comemos sem dizer uma palavra, até que ele quebrou o silêncio.
"Sobre ontem, que eu disse precisar da sua ajuda...eu não estou louco como disse. Mas vai ser dificíl de dizer, talvez você não me entenda."
"Então explique!!" Minha cabeça explodia mas eu queria ouví-lo, estava curiosa.
"Eu e você temos um inimigo em comum." Ele disse como se quisesse dizer sobre um sabor de sorvete
"Como assim inimigo?" - me fiz de desentendida mas já imaginava sobre o que ele falaria.
"Não minta pra mim Lauren Quinzel!!"
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Good Night Gotham
БоевикLauren Quinzel é uma garota rica, mas não mimada, super independente, todo o status que conquistou em Gotham foi por causa de sua força. Mas atrás da garota perfeita existe uma fria assassina que ela mesmo não sabe da existência. Após o assasinato d...