Prólogo

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- Nãããão!!! – Logo após abrir a porta, gritei. Quando vi Thomas ali, sendo enforcado pelo enorme Minotauro já não sabia mais o que fazer. Tivemos oportunidades, grandes chances de ter acabado com o monstro, pra acabar nisso? Eu não podia perder mais um amigo, não mesmo.

- David, fuja, agora! – conseguiu dizer Thomas preso nos braços do Minotauro.

Sabia o que deveria ser feito, tinha que acabar com tudo aquilo, ali mesmo, concentrei toda energia que tinha, meu coração começou a bater mais forte, a raiva tomou conta de mim – sempre odiei ser pego pela raiva - mas aquilo tinha que ser feito, então o fiz, dei um soco com toda minha força no chão, e então consegui pela primeira vez, usar o dom que meu avô-deus deixou para mim, consegui usar o tão poderoso terremoto.

...

Acho que devo voltar um pouco, para vocês saberem como tudo isso começou... Bem, tudo começou quando eu tinha 14 anos. Meu pai passou me buscar em nosso apartamento, zona sul de São Paulo, dizendo que havia chego minha hora. O nome dele é Evandro Netur, alto e entroncado, cabelos negros, olhos castanhos como a terra, 35 anos, postura sempre firme e não costumava nos dar mole, mas sempre fora um pai atencioso, que procurara nos entender e dar conselhos. É tenente da polícia militar, eu e meu irmão Fred não o víamos com muita frequência, pois ele sempre estava em... Bem, ele nos dizia que eram ocorrências, assaltos e essas outras coisas de policiais, mas, sinceramente, eu sabia que eram missões. Ele sempre me disse que o meu sangue e o do Fred eram muito fortes, pois nossos antepassados tinham - como era mesmo a palavra? -, um sangue de valentia. No momento, não havia entendido o porquê, mas com o passar do tempo, bem... As coisas mudaram.

Quando o vi na porta de casa, levei um susto! Assim que me avisou, já fui arrumar as malas, ou melhor, a mochila, pois não sabia nem o que levar. Então resolvi pegar cinco camisetas, um par de tênis, três calças jeans, alguns shorts, algumas trocas de roupas íntimas e o presente que ganhei de aniversário de sete anos da minha mãe; um colar de ouro com um pingente de topázio marrom, em formato de um losango. Ela disse que sempre que eu olhasse para o pingente lembraria-se dela. Assim que o vi, coloquei no pescoço. Logo tive de me despedir do Fred e da minha tia, fui perguntar ao meu pai por que o Fred não podia vir junto, então ele só disse que ainda não era hora dele.

Assim que entrei na viatura, meu pai já acelerou o carro e então partimos, para... Para onde mesmo?

- Pai, onde estamos indo? – perguntei confuso.

- Para sua nova escola filhão – disse ele com toda calma do mundo.

Uma nova escola? Estamos no mês de julho e já vou mudar de escola? Logo pensei em fazer outra pergunta. Percebi que o carro não estava mais em terra firme, as rodas haviam entrado para baixo do carro, e o carro estava voando, pude ver prédios e casas debaixo dos meus pés. Foi aí que desmaiei. Meu pai me acordou quando já não estávamos mais em São Paulo, estávamos sobrevoando o mar. Olhei para trás e para frente e não via terra firme, quase desejei ter desmaiado de novo.

- Pai, eu estou ficando com ânsia – falei realmente enjoado.

- Calmo aí, David, em meia hora nós chegaremos à Irlanda.

- Fazer o que na Irlanda!?

- É onde você vai estudar, desculpa David, não posso responder muitas perguntas, há coisas que você mesmo terá de descobrir sozinho.

- Mas, pai, por que estudar na Irlanda? Eu nem sei falar Irlandês – não sabia nem se essa era a língua deles.

- Não vai precisar, na escola lá em Waterford, há muitos semideuses de origem brasileira.

O Filho da VingançaWhere stories live. Discover now