Já estava terminando de vestir minha armadura quando ouvi o soar de uma trombeta.
- Já são 19 horas. Se apresse David, a luta já vai começar – disse Calvin.
- Relaxa, Calvin, hoje é o primeiro dia dele – respondeu Arthur.
- Está tudo bem, já vesti o colete e agora? – perguntei.
- Agora pegue o escudo e a espada que você escolheu – disse Arthur apontando para as armas.
- Ah, sim – respondi, pegando a espada mais leve que tinha encontrado e o escudo personalizado com um X em tons de vermelho e preto -, vamos.
Estava vestindo um colete marrom velho e mal lavado, um capacete grego que me deixava ridículo e caneleiras, coisa que nunca havia imaginado que usaria na minha vida. As armaduras eram pesadas, mas ainda assim, eu conseguia correr com elas. Já com o escudo e espada em mãos, fiquei pensando que não queria ferir ninguém, mas sabia o que me aguardava, afinal, minha bochecha esquerda ainda doía muito.
Descemos até o térreo, e fomos para o bosque. Vários semideuses vestiam roupas para batalha, tinham em mãos lanças, arcos, adagas, escudos, entre outras armas. Assim que entramos no bosque, confirmei o que esperava. O lugar era incrível, milhares de árvores, gramado macio, cheiro de ar puro, barulho das cachoeiras, vi sátiros e centauros corriam de um lado para o outro. Mas todos seguiam o caminho contrário da cachoeira. Segui Arthur e Calvin até um enorme Coliseu. Ele se encontrava um pouco longe das árvores e de qualquer indício de natureza, talvez para não haver nenhum tipo de desastre. De fora ele já era enorme, mas quando entrei, esbugalhei os olhos. O lugar era ainda maior do lado de dentro, cinco campos de batalha, do tamanho de um campo de tênis, um do lado do outro, no centro de cada campo havia uma bola de futebol, só que com uma máscara de monstro que não consegui identificar. Em cada uma das extremidades – onde seria as traves de um gol – havia um buraco, não tão fundo. E também quatro juízes em cada campo, os juízes eram nossos professores, alguns ali eu não tinha conhecido, mas como hoje só tive aula com Martin, isso deixava claro que os conheceria em breve.
Ao redor das arenas de batalha estavam as arquibancadas, onde sátiros, semideuses e algumas outras criaturas - que eu nem sabia o que era – estavam sentados.
Entramos à esquerda no coliseu, subimos algumas escadas e estávamos nas arquibancadas, tudo parecia extremamente feito com cautela, todo campo era simétrico e de material de boa qualidade.
Sentamos ao lado de Wally e sua turma. Um pouco mais a direita, vi o time de Paul, e a minha esquerda, o time de Dave, meu antigo amigo de colégio.
- Prestem atenção alunos! Irei sortear agora os times que irão se enfrentar – avisou Aeolus. Sua voz soou bem alto para alguém que estava do outro lado do coliseu, imaginei que isso fosse mais um de seus truques com o vento.
Silêncio absoluto no coliseu. Ninguém soltou uma palavra, resolvi não falar também. Aeolus pegou os dois primeiros papéis, e gritou:
- Campo de batalha 1, time Leão contra o time Cobra! – Aproximadamente 20 alunos se levantaram e seguiram em direção ao primeiro campo de batalha.
Ouvi alguns sussurros e risadas, logo que os alunos saíram, Aeolus sorteou mais dois times e disse:
- Campo de batalha 2, time Capricórnio contra o time Javali! – Novamente mais uns 26 alunos se puseram de pé e seguiram em direção à segunda arena, entre eles Dave, cujo time era o Javali.
- Campo de batalha 3, time Pavão contra o time Leopardo! – Disse Aeolus. E assim, mais alunos foram para a batalha.
Aeolus colocou a mão na urna de novo. Senti um arrepio nas costas, o que não era um bom sinal. Até que o diretor tornou-se a dizer:
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O Filho da Vingança
FantasíaSemideuses, corram! O mundo em que vivemos está em perigo e o início de tudo isso está no Labirinto de Creta. Há deuses menores traindo o olimpo em busca de justiça e vingança. E dois grandes deuses designarão uma missão para nove semideuses. Encont...