Capítulo 9

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                      Melissa

Depois de passar alguns dias procurando emprego em locais distintos eu estava decepcionada comigo mesma. Minha família estava decepcionada comigo. Andei por vários bairros na tentativa de encontrar alguém que me contratasse,mas quem daria um emprego para uma jovem que só concluiu o ensino médio e de experiência só tinha o trabalho numa cafeteria. Eu precisava de dinheiro, as compras do mês a qual eu ajudava estava sendo reduzida.
Eu já tinha ido em vários lugares e a única resposta que obtinha era um "você não é qualificada para isso". Meu deus porque as coisas estavam sendo tão difíceis. Eu penso na proposta do Théo, uma ânsia sobe em mim quando imagino ele tocando com aquelas mãos imundas o meu corpo. Lágrimas ameaçam cair mas me mantenho forte,meu destino não pode ser esse.

-Deus,não permita que seja.
-Falando sozinha moça? Ah me desculpe não quis assustá-la.
-Não se preoculpe senhora,estava apenas pensando alto.
-Me chamo mary e você?
-Melissa. Prazer Mary.
-O prazer é meu querida.Vejo através de seus olhos que você não está bem mocinha. O que lhe atormenta?
-As questões da vida... Digamos que eu não estou numa fase muito boa.
-Oh querida,eu sinto muito.
-Mais eu corro atrás de uma vida melhor desde que nasci e parece que sempre ando para trás. Estou cansada. Me sinto frustada por não ter nem se quer como ajudar meus pais.
-Vamos lá querida,essa velha não está entendendo nada, quero saber a sua história, que tal um café?

Sabendo eu que não conseguiria mais nada naquele dia,sai do ponto de ônibus onde conheci Mary e aceitei seu convite para um café. Não faria mau desabafar um pouco.Meu corpo agradeceu quando o líquido fumegante apareceu em minha frente. Eu não tinha percebido o quanto faminta eu estava,mas cada centavo gasto por mim seria menos uma lata de ervilhas para minha família no fim do mês. Educadamente eu aceitei que Mary pagasse meu café enquanto eu contava a mesma sobre minha história de vida.

-Ohh querida,eu sinto muito.
-Tudo bem,não quero que sinta pena de mim,apenas confiei na senhora para desabafar.
-Eu não sinto pena de você, todos nós passamos por uma fase difícil na vida. E você esta passando por uma.
-Sim,mas eu preciso que a fase boa chegue logo.
-Quem sabe ela não está mais perto do que você imagina. Querida eu senti em você uma coisa boa. O sentimento de paz que você transmite é magnífico e a forma como confiou numa velha estranha para contar sua história me fez ver que também és digna de minha confiança,além do mais,se tudo que contou for verdade,você é uma mulher forte e responsável e por isso quero ajudá-la.
-Obrigada Mary,mas acho que a senhora não poderia,a menos que tivesse um emprego para mim.
-Ora ora querida,eu disse que você não tinha ideia que sua fase boa estava chegando.
-Como assim?
-Creio que saiba atender e anotar recados não?!
-Sim,claro.
-Seria capaz de fazer anotações rápidas e organizar a vida de outra pessoa através de uma agenda?
-Sim Mary,mas não entendo onde você quer chegar. Ninguém quer contratar uma pessoa sem curso superior ou técnico.
-Sabe usar um computador e ser discreta quando necessário?
-Sim com toda certeza.
-Eu quero contratar você e  a partir de hoje você será a nova secretária e assistente pessoal do diretor das empresas Gusmont.
-Ai meu deus,não brinque com isso Mary. Há dias procuro emprego e só tenho não como respostas.
-Querida,algo me diz que você é uma boa pessoa,e bom,é bem diferente das outras candidatas,a maioria vinha mostrando mais os seios siliconados do que responsabilidade e devido o que me contou responsabilidade é o que você mais têm.
-eu ..eu não sei o que dizer.
-Não diga nada minha jovem, apenas apareça segunda neste endereço, vamos começar seu treinamento. O quanto antes melhor,meu chefe gosta de tudo em ordem e eu preciso de um descanso.
-Oh MEU DEUSSSSSS MARY!! muito obrigada mesmo.
-Não me agradeça menina,sei que estou fazendo a coisa certa.

Abraço aquela mulher com toda força que tenho e pego o pequeno papel de suas mãos. Empresas Gusmont,eu lembro desse nome,mas que se dane eu tenho um emprego. Eu não posso acreditar, me despeço de Mary e vou até o ponto de ônibus com a mesma,ambas esperamos nossos ônibus e nos despedimos com a promessa de Mary de ver brilho em meus olhos novamente.

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Destino IncertoOnde histórias criam vida. Descubra agora