Capitulo 1. "Reencontro"

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– Ela é uma graça, não é?

Perguntou Verônica ao meu lado, sua voz era entediada, como seu estado de espírito no momento, arrancando grama do chão. Ela se referia a Camila, uma garota dois anos mais nova do que eu, com cabelos castanhos que caiam perfeitamente pelas suas costas num emaranhado de ondulações, e olhos basicamente da mesma cor. Usava um óculos enquanto lia um livro que parecia ser “the red bow” no antigo balanço a frente de sua casa. O sol batia em sua pele deixando-a acobreada, ela quase parecia frágil.

– E também hétero.– Eu respondi.

Houve um momento em que Camila foi minha melhor amiga, quando nós tínhamos 10  e 8 anos, corriamos pela grama, até o rio ou subiamos em árvores para pegar frutas. Nós nunca nos separavamos naquela época, mas isso foi há muito tempo, muita coisa tinha mudado. Os pais dela se divorciaram e ela voltou a morar com a sua mãe e sua irmã em seu país de origem, Cuba, e eu não a via há anos, por algum motivo, ela decidiu voltar.

– E como você pode ter certeza? - Verônica voltou a perguntar, Verônica ou Vero para os intimos era uma garota muito bonita, com cabelos castanhos claro que chegavam até seus ombros, olhos da mesma cor e pele morena do sol, seus pais também eram divorciados, e pelo o que eu sabia, seu pai tinha uma casa de praia em Malibu, onde ela passava a maior parte dos finais de semana e onde ela tinha conseguido seu bronzeado e também onde aprendera a surfar. Vero era o que se podia dizer agora minha melhor amiga, nós tinhamos os mesmos interesses, até mesmo o interesse em Camila, mas por algum motivo, saber que Vero a desejava, era algo repugnante pra mim.

– Ela era minha amiga. - A sobrancelha direita de Vero se ergueu parcialmente enquanto ela olhava Camila

– E porque não vai falar com ela?

– Ela nem deve se lembrar de mim, nós éramos crianças. - Vero suspirou e se levantou em seguida, bateu os shorts jeans puidos e me ofereceu sua mão.

– Se você não falar com ela, eu vou. - Revirei meus olhos e segurei a mão dela que imediatamente me puxou pra cima e fiquei de pé também. Seria melhor eu estar perto quando elas se falassem.

Eu morava em uma ótima rua, como o típico sonho americano, casinhas com cercas brancas, uma rua que só passava carros quando algum morador saia de sua garagem, e o pai de Camila morava na casa a frente. Atravessamos a rua preguiçosamente e paramos a frente do baixo portão da casa dela. Lembra do que eu disse sobre "cercas brancas", essa era a única casa no quarteirão onde a cerca era colorida. Sim, eu mesma havia ajudado a pintar junto de Camila

“–Mila, seu cabelo!!
Me lembro de ter gritado ao ver a cor verde nos fios castanhos claro na época, da menina. Enquanto começávamos a correr pelo quintal”

Hoje, talvez uns dez anos depois, a tinta estava desbotada, dando um aspecto maltratado e frágil a cerca.

– Vai, chama ela. -- Vero interrompia minha linha de pensamento cutucando-me.

Supirei, como se tentasse evitar o inevitavel e a chamei. Ela imediatamente se virou para trás e sua testa se enrrugou no momento em que me viu, acenei, então ela desceu do balanço e veio até nós.

– Olá.. - Cumprimentou-nos ela em forma de pergunta, eu sorri e ela fez o mesmo em seguida, abrindo ao portão. Como eu tinha imaginado, ela não se lembrava de mim.

– Eu sou Lauren e essa Vero, nós..

– Ah meu Deus, Lolo? - Agitou-se ela, ao perguntar, entendimento brilhava em seus olhos, assim como um novo sorriso.

Eu sorri também e concordei, então fui pega em um abraço inesperado. Camila era quente e convidativa, com o cheiro de morango e algo floral, como o cheiro das férias de verão. Eu a abracei de volta e meu coração acelerou, eu não entendi o porque, meu coração acelerou e não voltou ao normal quando ela me soltou.

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