Eu te vi partir outra vez.
Meu amor, porque insiste em me deixar? Eu sei que voltará logo, mas... Cada uma de suas partidas é um golpe doloroso e baixo.
Onde está seu coração agora?
O meu está em nós, em nossos risos sufocados, em nossas conversas silenciosas.
Seu cheiro ainda está naquele vestido, aquele que você odeia por não ter nada azul.
Eu poderia pintá-lo para você, colorir com a cor dos teus olhos.
Você agora deve estar pensando em coisas de mais; aquele professor chato, a matéria em que você não está se dando bem, o trabalho na empresa de seus pais cada vez mais próximo... Tudo menos nós.
Pensarei em nós roubaria muito do seu tempo.
Nós...
O que somos?
Somos corvos em bando, cavalos selvagens debandando, ou seríamos águias solitárias?
Somos peixes num único cardume, ou chaves separadas?
Somos sabores diferentes em um único pote de sorvete. Óleo e água. Ou seríamos nuvens nebulosas se espalhando por céus translúcidos?
Nós...
Nós somos aquelas borboletas entorpecidas, aquelas que voam juntas, mas sem quaisquer sintonia, sobre os jardins pungentes da vida.
Aquelas que estão tão próximas, mas um único golpe de asa nos separa. Você gosta de campânulas e eu prefiro verônicas... Iríamos para lados opostos desse jardim.
Mas ambos gostamos de íris. Ambos voltaríamos até o centro do jardim, e estaríamos juntos outra vez, juntos até o aparecimento de outra flor.
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Aquelas Borboletas Entorpecidas
Короткий рассказ"Nós somos aquelas borboletas entorpecidas, aquelas que voam juntas mas sem quaisquer sintonia, sobre os jardins pungentes da vida". ©2016 SSMissing Todos os direitos reservados. Esta é uma obra de ficção. Todos os acontecimentos descritos são produ...