Dois

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Quando acordei, ainda enxergava tudo embaçado. Estava presa numa cadeira, amarrada fortemente com cordas.  Tentei inúmeras vezes me soltar.

— O que você quer comigo?

O Sr. Geoffrey, estava sentado no chão, em posição fetal, com os braços enlaçados entre as pernas, virado de costas para mim. Ele se balançava para a frente e para tras. Ao ouvir minha voz, ele se levantou, e me esfaqueou. Foram 10 vezes. Ele estava ofegante, suando, e quando percebeu que estava com as mãos sujas com o meu sangue, entrou em pânico, e me largou ali. Hoje, fazem quatorze anos, que eu morri. Mas ainda quero justiça!

×××

Mamãe e papai estavam preocupados. E não sabiam o que fazer.

Papai andava de um lado para o outro.

— Calma, Paul! — Mamãe tentou acalmar

— Calma? Como você me pede calma? Nossa filha está por aí e você ainda me pede calma?

— Calma, Paul! — ela insiste —Você já tentou ligar para ela?

— Claro que sim, mas ela não atende... Vou ligar para a polícia

Papai pegou o telefone e ligou para o serviço de emergência.

Mamãe não era muito de se exaltar, o papai sim! Ela achava que eu iria chegar em casa tarde, mas ainda sim, chegaria em casa.

— Eles estão a caminho! — Papai disse

— Você tem certeza que precisa envolver a polícia, nisso?

— Claro que sim! Ela pode estar em perigo

— Tá bom!

Uns quinze minutos depois, a polícia já estava na minha casa.

— Ainda bem que vocês chegaram! — Papai disse quase chorando, era nítido que ele estava completamente abalado

— Calma, Sr. Humphrey! Vamos achá-la! — Um policial disse

— Poderia nos dizer as características, a cor das roupas dela... — O outro policial disse

— Ela tem mais ou menos um metro e meio de altura, quando saiu de casa vestia um casaco vermelho, botas marrons...

— E um gorro de tricô branco — Mamãe interrompeu

— O nome dela é Jhennyfer — Papai tornou a falar — Mas atende por Jhenny

O policial estava anotando tudo o que eles diziam.

Enquanto isso, o Sr. Geoffrey ainda tentava se limpar do meu sangue. Estava com os sapatos sujos de lama, ele havia levado meu corpo até a mata, ali eu serviria de comida para algum bicho.

Chegou em casa atordoado, e foi logo tomar alguns comprimidos. Alguém bate na sua porta.

— Pois não? — Ele fala ao abrir a porta

— Sou o detetive Jason, da polícia local.  Acredito que o senhor conheça os Humphrey...

— Sim, conheço, mas por que?

— Conhece também a filha deles, Jhenny?

— Sim! Ela está bem?

— Ela desapareceu...

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