Doce Amizade - parte 1

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Doce Amizade

One Call Away – Charlie Puth

Grace

Fico olhando para ele enquanto devora o pedaço de bolo de chocolate que eu fiz. Ele havia gostado do bolo. Ele havia ficado feliz que eu fiz aquilo para ele.

Ele olha para mim e sorri com os dentes sujos de chocolate. E meu coração pulsa como sempre acontece. Tento despistar, esconder meu rosto de garota totalmente apaixonada.

Totalmente apaixonada pelo garoto que está ridículo com os dentes sujos neste momento, mas isso não importa para mim.

— Isso está delicioso, Grace — Jason diz enchendo a boca mais uma vez.

— É, estou percebendo — brinco.

Eu penso muitas vezes comigo: como fui cair de amores por ele?

Ele, que na maioria das vezes é um babaca total. Um idiota.

Talvez fosse apenas uma paixonite adolescente. É claro que é apenas isso. Ele é o primeiro garoto pelo qual eu me interesso de verdade. Infelizmente, ele é o filho do meu padrasto. O filho bad boy do meu padrasto. Isso significa que nunca aconteceria nada entre mim e ele. Nunca.

Eu estou bem com isso. Eu acho que estou bem com isso, afinal ele nem me nota mesmo. E eu não sou o tipo de garota que tenta chamar a atenção de um garoto. Nem se eu quisesse. Eu não sou bonita. Eu estou bem com isso também. Eu acho que estou bem com isso, pelo menos eu estava até querer que Jason me ache bonita.

Pego os pratos, meu e de Jason e vou para a pia, para lavá-los.

— Grace?

— Sim?

Viro-me para responder e o encontro bem pertinho de mim. Meu estômago se revira. Sinto algo diferente de tudo que já vivi. Não sei explicar. Apenas posso definir isso como: paixonite adolescente! Paixonite adolescente! Entôo como um mantra.

— Grace... o bolo... eu... ninguém nunca fez isso por mim...

Ele parece constrangido. Tímido. Tão lindo!

— Foi legal o que fez. Obrigado — esboça um sorriso.

Ele é ainda mais bonito sorrindo.

— Tudo bem — respondo.

O que eu queria dizer é: você mereceu! Mas ele não iria entender, e se eu tivesse que explicar iria me achar uma perseguidora.

— Eu vou... para o meu quarto...

.

Quando ele já está na porta eu o chamo:

— Jason?

Ele se vira.

— Feliz aniversário — eu digo, e tenho um prazer maravilhoso de poder ver o sorriso mais lindo que eu tinha visto até hoje.

Paixonite adolescente, Grace! Apenas isso.

*

Como posso colocar em palavras os meus quinze anos de vida?

Até poucos anos atrás eram papai, mamãe e eu. Lembro algumas coisas daquela época. Não muitas...

Mamãe ficava comigo em casa. Foi naquela época que comecei a pintar. Amo pintar. Eu sou uma boa pintora. Talvez tenha talento e pudesse me transformar em uma pintora famosa. Mas na verdade vou seguir uma carreira mais sólida. Advocacia. Talvez engenharia. Assim como meu pai.

DOCE CORAÇÃO - Livro I - Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora