Capítulo 2

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Os flashbacks passam pela minha cabeça, sorri olhando a janela e vi meu rosto se refletir no vidro. Meus piercings, um no septo e um no smile. Senti o sol em meu rosto, abri a janela o vento bate em meu cabelo cacheado. Fechei os olhos.

Liberdade!

Depois de anos sofrendo naquele inferno, apanhando, trancada no quarto. Saia sempre, ia em festas. Fiz tatuagens e coloquei piercings. Ninguém gosta de mim lá, e isso deu motivos para me odiar, mas estava feliz. Por que fiz o que eu quis. Quando perdi a virgindade com o meu amigo tatuador e a Irmã Mary descobri. Ela me chicoteou tanto que fiquei em coma por 3 dias. E a Irmã Elizabeth disse para os médicos que tentei me suicidar.

Já pensei em me matar, e já tentei. Me afoguei na banheira, cortei minha veia do pulso com um facão, fiz por que não queria mais viver sofrendo, mas desistir e comecei a fugir do orfanato para me distrair, me divertir. Tentar ter um motivo para viver, e a quando li aquela carta dos meus pais no borrão. A carta era chave para a minha liberdade. Isso me fez ter um motivo para viver.
A liberdade.
Abri os olhos observando a rua vazia, o sol invade a mesma.

- Senhorita - o motorista chamou-me, olhei para frente - Chegamos - sorriu gentil. Dei o dinheiro que peguei no banco. Peguei minha mochila, saí do carro. Fechei a porta. Me virei, vejo o grande edifício. Tiro um cigarro do bolso da calça, acendendo-o. Estou bem nervosa, então decidi fumar antes de entra no colégio. O melhor colégio público de Holmes Chapel.

Joguei o cigarro no chão, pisei e fui até o guarda.

- Aluna nova? - perguntou sério. Tossi.

- Sim - respondi. Ele abriu o portão, entrei no pavilhão. Vários alunos saindo e entrando de suas salas.

Entrei na secretária, onde se ouvia apenas o som do telefone tocando, os dedos da secretária jovem no teclado do computador a sua frente e das folhas saindo da máquina.

- Bom dia - diz a moça de óculos. Tossi.

- Bom dia, sou a aluna nova - falo baixo.

- Ah sim, - diz pegando uns papéis e uma chave - Aqui são os seus horários de aula com o número das salas, chave do dormitório e o código do seu armário - falou calma e explicando como funciona os horários e outras coisas - Volta depois para pegar seus livros.

- Obrigado - agradeci.

- Seja bem-vinda - sorri "gentilmente".

Falsa. Sorri de lado e sai da sala.
Andei um pouco e avistei a saída para o pavilhão dos dormitórios. Parece que não é separado. Tipo, feminino e masculino. Vou descobrir.

Andando pelos corredores, as pessoas me olhavam. Ignorei e fui até o quarto 105. Abri a porta, observei o cômodo branco, duas camas de casal uma ao lado da outra encostadas na parede e um o armário marrom ao lado da porta na parte esquerda do cômodo. Uma grande janela com uma cortina branca, na parede ao fundo. A porta do banheiro se abri, me assustando. O grande menino coloca seus cabelos castanhos, que estão molhados, para atrás que estava tapando sua visão, seus olhos verdes percorrem meu corpo chegando ao meus olhos também verdes, vejo que está apenas com uma toalha branca na sua cintura. Seu tronco cheiro de tatuagens, mas não por completo. Subo o olhar para o sorriso no seu rosto e covinhas visíveis.

- Olá, sou Harry - sua voz rouca saí simpática e cheia de humor. Retribui o sorriso.

- Oi, sou Lucy - entro de uma vez no quarto e fecho a porta.

- Aluna nova? - pergunta. Balanço a cabeça positivamente.

- Fico com qual cama? - pergunto tirando a mochila de minhas costas.

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