La Madre - Série A Máfia. (Livro 1)

Capítulo 1.

1 ANO ANTES

MANHÃ EM BOSTON.

MELISSA

Mas uma manhã e eu tendo mais um vez que fugir. Enquanto ando no meio da multidão, olho para trás e me certifico que consegui despistar os king kong's de terno que meu pai colocou como meus seguranças. Finalmente não os vejo mais,  ainda continuo andando rápido pelo meio das pessoas que estão na Havard Square. Quando sinto meu corpo batendo forte contra uma parede, vejo meu café escorrendo pela minha blusa toda. Merda!

- Não olha por onde anda não ? – digo para o brutamonte parado na minha frente, enquanto analiso o estrago na minha blusa.

Estava pronta para mandar esse babaca para o raio que o parta, porem, quando o encarei melhor, perdi até a fala. Olhos claros, barba recém tirada, um queixo quadrado, todos os traços do seu rosto muito bem desenhados e um belo de um sorriso branco. Se não tivesse deixado minha blusa com uma bela mancha de café, seria uma ótima oportunidade de o conhecer.

- Peço desculpas, mas você que veio para cima de mim sem perceber para onde tava indo. - o Deus grego diz parado na minha frente - Posso te pagar outro café ou outra blusa, se preferir.

- E você ficou parado em vez de desviar de mim? - digo revirando os olhos - mas eu aceito um café sim e algo para eu comer também. – digo enquanto passo por ele, o encaro por cima do meu ombro - Vai ficar parado? Eu estou com fome e você me deve um café.

Entramos na minha cafeteria preferida, logo avisto um mesa mais ao fundo e me sento. O Deus de sorriso abre pernas , como diria Meg, se senta na minha frente. Ele tem a mania da qual faz minha vontade de socar sua cara aumentar: Ficar me encarando. Nunca gostei de pessoas me observando, acho que já tenho que lidar com vigias demais em minha vida, como os king kong's e meu pai. Assim que sentamos, uma garçonete já vem nos entregar o cardápio toda sorrindo ao avistar quem está na minha frente, nem um pouco oferecida. Ignoro seu comentário " quando precisar de mim é só me chamar " , vou te chamar porque to com fome se não poderia ir pro inferno.

- Hmmm... - digo enquanto resolvo prestar atenção no cardápio - Acho que vou querer um cappuccino de chocolate com chantilly e uma cesta grande de biscoitos de chocolate, talvez também um sundae de morango depois. E você já sabe o que quer?

Assim que concluo o que vou pedir, escuto ele rindo.

- O que foi? disse algo engraçado? - digo encarando-o com a sobrancelha levantada.

- Nada, só nunca vi uma mulher comer tanto assim. - diz me dando mais um sorriso  abre pernas  - Geralmente mulheres tem medo de engordar.

- Eu não. Preciso manter minha forma de orca, senão, não serei chamada para ser a estrela do próximo filme da Free Willy - sorrio ironicamente.

Ele apenas observa meu corpo o que me faz corar na hora. Sou branca demais, quando fico vermelha não tem como disfarçar. Por sorte a vaca oferecida aparece para retirar os pedidos, o que quebra esse clima.

- já escolheram o que vão querer? - diz com sua voz irritante sem tirar os olhos dele.

- Quero um cappuccino de chocolate com chantilly e uma cesta grande de biscoitos de chocolate. E você ? - digo encarando-o, que está fazendo o mesmo comigo.

- Só um café expresso por favor - diz sem tirar os olhos do meu.

A garçonete sai rebolando para ir fazer nossos pedidos. Alguns minutos se passam e percebo que ele ainda está me encarando, não gosto nem um pouco disso, então resolvo quebrar esse silêncio.

- Você nem se quer perguntou meu nome ou algo assim, mas prazer, me chamo Melissa Becker. - sorrio de lado enquanto tento puxar assunto.

- Desculpas, não tinha reparado nesse detalhe – ele diz enquanto parece pensar algo - Me chamo Taylor Miller.

- Você não repara em muitas coisas mesmo - digo baixo - você não tem sotaque, por acaso não é daqui?

- Reparou bem, sou de Nova York. - ele diz me lançando um sorriso de lado.

- Hmmm.. E você faz o que por aqui ? – pergunto.

- Vim visitar uns amigos. - seu sorriso desaparece - E você ? Trabalha no que ?

- Não sabia que tinha deixado você fazer perguntas - sorrio - sou jornalista e você? Não é nenhum assassino né?

- Depende, só mato quem é meio mandona ou curiosa demais. - me lança um sorrio irônico, se ele não tivesse um rosto bonitinho já teria tomado um soco.

- Que sorte a minha de não ser nenhuma dessas opções, mas você, pelo que vejo é mais babaca do que eu pensava. - viro para janela tentando ver se encontro meus king kong's perdidos por aqui.

Ele fica em silencio por um tempo, parece que esta tentando adivinhar o que estou pensando ou procurando, o que me deixa um tanto incomodada. Não só pelo fato de estar me observando, mas seu olhar encima de mim me deixa um tanto estranha, parece que a qualquer momento ele vai voar em cima de mim, não que ele não seja extremamente bonito, só que o jeito dele faz pensar que não seria de uma maneira boa que ele "voaria" pra cima de mim.

Observo nossos pedidos serem colocado na mesa, já não aguentava mais de fome.

- Trabalho como chef de cozinha - finalmente ele resolve quebrar o silencio .

- Hmmmmmm... - Digo colocando um bolinho na boca - mas eu duvido que faça um bolinho tão bom como esse. - digo de boca cheia.

- Não duvide do que eu sou capaz de fazer Mel - me encara novamente com um sorriso de lado.

- Melissa, por favor - falo enquanto mastigo meus bolinhos, o que o faz rir.

E novamente o silêncio volta. Ele apenas me assiste comer com esse sorriso de lado no rosto que já esta me irritando.

- Você tem alguma problema ou paralisia no rosto ? - Termino de tomar meu cappuccino.

- Como ?!? - Ele desvia o seu olhar focado em meus olhos .

- É, você fica com esse sorriso como se tivesse fixado na sua cara, algum problema? - dou de ombros me virando pra janela - Merda!! - Vejo um dos meu queridos amiguinhos vestido seu terno cafona cinza do outro lado da calçada .

- Algum problema Melissa? - o mesmo tenta achar algo pela janela.

- Terei que me retirar agora, muito obrigada pelo café, espero que nunca mais esbarre em ninguém e você ainda me deve uma blusa de seda nova - sorrio ironicamente enquanto vou me levantando .

- Espera - segura minha mão sobre a mesa, o que faz passar uma corrente elétrica em meu corpo - Poderia me passar seu numero... É que ainda tenho uns dias aqui e meus amigos que visitei viajaram... - completa.

Pego o celular da sua mão, anoto meu numero e vejo que um dos meus seguranças me viram. Entrego o celular o mais rápido possível e vou indo antes que um deles venha me tirar pelos cabelos .

- Foi um prazer te conhecer, Melissa. - diz sorrindo para mim.

Não respondo, apenas sorrio enquanto saio em direção ao carro parado com um dos postes segurando a porta.

- Seu pai não vai gostar de saber que você fugiu de nós novamente - diz Jack, meu motorista quando entro no carro.

Só reviro meus olhos e me endireito no banco de trás. Nem adianta mais pedir para eles não falar nada, eles respeitam meu pai mais que tudo.