O amor pode ser duro, o amor pode ser leve, o amor pode nos esvaziar e nos transbordar. Emília, uma mulher mais determinada do que imagina, amou com todas as forças um homem, mas dedicar forças demais a algo é também se deixar enfraquecer. Dentro do...
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Emília
Essa semana transcorreu sem nenhuma surpresa, ou melhor, sem grandes surpresas.
Recebi algumas mensagens do Heitor, mas apenas querendo saber como estava, dando bom dia, coisas normais. Até ontem à noite, quando recebi a tão temida mensagem. Sabia que uma hora ela chegaria, e quando chegou, fiquei sem forças para dizer não.
Um encontro! Nem lembro qual foi a última vez que tive um! Estou na frente do restaurante que combinamos de nos encontrar, tremendo inteira! Preferi vir com o meu carro, meus planos são tentar mostrar para ele que não sou a pessoa certa para nenhum tipo de envolvimento. O primeiro sinal foi esse, vir com o meu carro para tirar de sua mente qualquer chance de seguirmos para qualquer lugar.
Não que esse pensamento tenha passado por minha cabeça, eu nunca... está bom...tá bom, essa última semana foi um inferno! Me pego pensando em seu sorriso, nos seus gestos quando me pegou olhando para ele, nas suas piadinhas, na profundidade de seu olhar quando me deixou na frente do apartamento. O calor de seus lábios no meu rosto. Ai droga! Estou confusa, assustada, com muito medo. Ao mesmo tempo que quero deixar as coisas rolarem, ver até que ponto estou disposta a seguir, sinto um medo sufocante de simplesmente travar, simplesmente não suportar o toque de outra pessoa. Vou saber como beijá-lo? Como lhe satisfazer? Alcançar suas expectativas? A Monica ficou horas tentando mostrar que devo esquecer isso, me preocupar apenas com a minha satisfação pessoal. Mas não adianta, por mais que respeite a Monica, ela não consegue mudar minha opinião, sei que vou ser um fracasso durante uma relação sexual, vou ser exatamente aquilo que o Mauro diz que sou, um fracasso. Sinto o pânico me sufocando as poucos. Calma Lia, respira fundo. Puxo o ar calmamente pelo nariz e solto pela boca, começo a conta decrescente de 10 até o 1, faço esse exercício algumas vezes tentando limpar a minha mente. Quando me sinto um pouco mais calma, saio do carro apressadamente e entro no restaurante antes que mude de ideia e volte para casa sem ao menos entrar no restaurante
O ar frio sopra em meu corpo e sinto um arrepio na espinha, não sei se é de medo ou realmente da sensação do ar gelado da noite.
Dou o nome ao recepcionista e logo sou conduzia para a mesa, onde o Heitor está me esperando. Quando nota que estou me aproximando, fica em pé e abre um sorriso maravilhoso.
