Quando eu estiver triste simplesmente me abrace

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Antes que o livro comece preciso esclarecer que este será um livro curto de apenas cinco capítulos (todos baseados em trechos da música Sutilmente do Skank)
Enfim... Espero que gostem.

Boa leitura
Bjs, Bia.
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E lá estava ele novamente, com os longos caracóis castanhos se debruçando de forma melancólica e sem vida sobre as bochechas.

O violão sobre o colo e o rosto triste caído sobre o mesmo.

Mesmo que eu o conhecesse melhor do que ninguém, qualquer desconhecido poderia identificar a enorme redoma de tristeza que se formava em volta dele.

-Sam? - sento-me à sua frente olhando por baixo de seus cabelos.

-oi - responde em tom de desânimo tornando suas grandes avelãs, as quais ele deve ter o orgulho de chamar de olhos, para mim.

-o que você tem? - afastei sua franja e coloquei por trás da orelha.

Ele inclinou levemente o olhar para o lado e depois voltou a olhar para mim.

Olhei para trás e avistei a garota alta de cabelos ruivos praticamente, como dizia o meu pai sobre a nova geração, "engolindo" um garoto do terceiro ano.
Fiz uma careta voltando a olhar para ele.

-nós sabíamos que este momento chegaria desde o começo, Sam.

Ele não ousou negar, apenas deu de ombros e engoliu suas próprias lágrimas que estavam por vir.

-venha comigo - peguei em sua mão e o ajudei a levantar.

-aonde vai me levar, Liza?

-vamos, você não pode ir à aula hoje! - insisti puxando sua mão.

Sam olhou novamente para o casal ao nosso lado e passou a me seguir.

Enquanto terminavamos de cruzar o pátio pude sentir que ele possuia certo receio quanto ao que estávamos prestes a fazer.

-Liz, e se sua mãe descobrir que matou aula mais uma vez?

-é mais do que meu dever, como melhor amiga, matar aula contigo em situações de emergência.

-mas... - cravou seus pés no chão ainda enterrando cada vez mais o nó que crescia em sua garganta.

-mas nada, qualquer coisa digo que você estava passando mal e eu fui te acompanhar para casa... Vamos - incentivei de forma delicada acariciando sua mão.

Ele apenas bufou enquanto prosseguia com seu arrastar de pés.

Levamos menos de três minutos para fugir da escola para o bosque ao lado. Era algo do qual já estávamos acostumados a fazer, principalmente quarta, nas aulas de história.

Sentei-me com as costas apoiadas em uma árvore enquanto sinalizava para que deitasse sob meu colo.
Passei meus dedos sobre seus cabelos castanhos.

-quer falar sobre isso? - olhei para ele.

Nenhuma resposta.

-está tudo bem, sou eu - virei seu rosto para mim - Liza - sorri compreensiva.

Pude ver uma lágrima se formando em seu olho esquerdo.

-não... - abracei-o - não fica assim.

Ele desabou de vez.

O mínimo que podía fazer em um momento como este era abraça-lo e dizer que tudo ficaria bem. Afinal, Sam gostou daquela garota desde a quinta série.

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