E quando eu estiver bobo, sutilmente disfarce

88 4 1
                                    

Três dias já se passaram desde aquela festa, porém a imagem devastadora que não sai da minha cabeça é a de Sam e Amanda se beijando.

Não queria ter que admitir que gosto dele, mas parece que a cada dia o sentimento cresce mais e toma conta de mim.

-Liza? - meu pai entra no quarto - vamos, já são seis e quarenta e sete!

Ponho minha mochila nas costas e desço as escadas correndo.Pego uma pera na cozinha e vou para o carro.

Em vinte e cinco curtos minutos chegamos na escola.

Paro no pátio da escola procurando por Sam, não o via em lugar algum, nem em baixo da árvore onde sempre me esperava.

Olhei para o lado e encontrei ele e Amanda conversando em um canto.

Fiquei um tanto quanto vidrada naquela cena por aproximadamente cinco minutos.

-oi! - Miguel e Tyler aparecem para me salvar da minha crise de ciúmes.

-oi - respondi um pouco seca tornando meu olhar para eles.

-aquele é o nosso garanhão! - Tyler põe a mão em meu ombro rindo enquanto observa os dois.

Forcei um pequeno sorriso. Parece que minha salvação não me ajudaria, e sim me afundaria ainda mais.

-o que foi, Liza? - Miguel pergunta se aproximando.

-nada - sorri disfarçando um pouco o ciúmes que crescia cada vez mais dentro de mim.

Ele arqueou uma sobrancelha em sinal de dúvida. E antes que eu pudesse negar novamente sinto duas mãos se depositarem em meus ombros.

-Eai? - Sam coloca o queixo apoiado sobre minha cabeça.

-oi - olho para cima tentando, miseravelmente,  vizualizar seu rosto.

O sinal da escola bate.

Sam olhou preocupado para mim enquanto andávamos.

-está tudo bem, Liz?

-sim, por que?

-você não disse uma única palavra até agora - ele pôs um braço em volta de mim - se houver algo de errado pode falar comigo, sabe disso, né?

-sei sim - sorri.

Mas eu sabia que desta vez seria diferente.

A aula se passou como uma viagem à Narnia. Cada segundo parecia maior, principalmente quando Sam e Tyler começavam a falar sobre a "tão maravilhosa" Amanda.

E então, quando o sinal da última aula bateu, senti como um peso caindo direto de minhas costas ao chão.

-você vai almoçar comigo hoje, né Liz?

-vou - disse andando em direção à rua - aonde vamos? - olhei para ele.

-tem um restaurante bom a umas três quadras daqui, o que acha?

-pode ser.

Já estavamos a caminho quando ele olhou para mim, parecia um pouco preocupado ou envergonhado.

-tudo bem... O que tá acontecendo com você?

-como assim?

-você ta estranha... É por causa da briga ainda?

-não... - bufei rindo.

-eu quero minha Liz de volta - pegou em meus ombros e começou a me chacoalhar - sai deste corpo que não te pertence.

Sutilmente Onde histórias criam vida. Descubra agora