O Chamado de Celeste

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Há coisas na terra que eu nunca tinha visto no mar, mas conheço poucos objetos que os humanos utilizam por causa de grandes navios que ficam bem no fundo do mar. Confesso que sou bem curiosa e quando era pequena meus pais me proibiam de ir no fundo do mar para ver os navios pois era perigoso por ser um local bem escuro e com criaturas marinhas perigosas que poderia me engolir inteira, é claro que eu obedecia eles as vezes. Já entrei em alguns navios afundados, em uma dessas visitas fui pega de surpresa por um povo enorme, eu tinha doze luas cheia, era nova e não sabia como me livrar dela, foi então que eu tive que me comunicar telepaticamente com o meu pai, ele veio rapidamente me livrar das garras daquele povo, parecia bem preocupado comigo, logo depois disso levei a maior bronca que já recebi na vida e fiquei alguns dias sem poder sair da vista de minha mãe Amberlyn, mas é claro que minha curiosidade não deixou eu obecer ordens de meu pai Toronto; ah papai que saudades sinto de você.

  Onde o Maicon mora é um lugar entranho, pra que eles precisam de um teto feito por eles se eles já tem o céu como cobertura?! Ora, os humanos complicam as coisas para si mesmo. Além do teto descobrir que eles colocam o peixe em um negócio que queima a nossa pele e depois comem, sim fica uma delícia mas demora muito pra ficar pronto e nós comer.

Gostei do Max, o cachorro do Maicon e creio que ele também gostou de mim, pois não parava de abanar aquela cauda e me lamber o tempo todo, até quando eu tava comendo sentada naquela mesa ele não me abandonava, ficava o tempo todo me olhando, como se quisesse descobrir o maior dos meus segredos. Mais uma coisa que não entendo é, por que comer em uma mesa, como eles chama, sendo que podemos pegar a comida na mão sem precisar de coisas que furam a comida pra nós levarmos até boca?! E aquela coisa perigosa que quase me deixou cega, nunca mais quero ver aquilo na minha frente.

A família do Maicon parece ter gostado de mim assim como o Max, mas eles não ficavam me lambedo igual o Max, eles só ficavam me fazendo perguntas, acho que respondi todas sem escapar algo que eles pudessem saber sobre o que realmente sou. Eu confesso que também gostei deles.

Veja bem, o Maicon tem um irmão e um pai, lhe faltando assim uma mãe, já eu tenho minhas irmãs e minhas mãe Amberlyn, faltando pra mim um pai. Quando estamos reunidos sinto algo faltando, é como se meu pai tivesse levado parte de meu coração com ele, acho que o Maicon sente o mesmo que eu sinto, perder quem amamos é a pior dor que podemos sentir.

Sai praticamente correndo com Maicon atrás de mim, eu sabia que ele tava se perguntado por que eu estava com tanta pressa. A verdade é que minha irmã se comunicou comigo telepaticamente, me mandou ir para o mesmo lugar que só nós encontrou quando éramos pequenas, pelo que percebi ela precisava de mim urgente, então convenci o Maicon que não precisava me acompanhar até a praia deserta, finalmente ele desistiu e assim consegui entrar no mar e nadar o mais rápido que pude.

O nosso esconderijo é dentro de uma caverna, suas águas são bem claras, parece que à uma luz debaixo da água, apesar de não receber luz lá dentro, a não ser por um pequeno local aberto que deixava um pouco de luminosidade entrar por aquele local. Ninguém sabia do nosso esconderijo, nenhum humano entrou naquele lugar.

Chegando no nosso esconderijo vejo a cabeleira loira de minha irmã Celeste.

- Cel. - Ela vira pra mim assim que me ouve.

- Onde esteve Serena? - Ela não me pergunta com uma voz rude, sua voz parecia calma como de costume

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- Onde esteve Serena? - Ela não me pergunta com uma voz rude, sua voz parecia calma como de costume.

Eu não posso dizer a verdade, não posso dizer pra minha irmã que eu dormir na terra, principalmente não posso dizer que dormir embaixo do teto de um humano. Por mais que goste muito da Celeste não posso dizer a verdade, não agora. Preciso me livrar dessa.

Mermaid: Entre Terra e Mar #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora