CAPÍTULO II

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Point Of View Margot Wallace

Na noite anterior, tentei fugir dos meus problemas indo a festa que o Matthew fez na casa dele. Fui também pela Katherine, já que eu, ela e a Jenny somos grandes amigas e é cada vez mais difícil passar um tempo com elas duas.

Eu fui criada com auto disciplina, eu sempre tinha que estar certa e fazer tudo certo, talvez eu me cobre demais e muitas vezes levei castigo por ficar muito nervosa com coisas que nem eram da minha responsabilidade. Normalmente eu acabo ficando cansada com tudo isso.

As seis da manhã, eu me levantei ainda com as roupas meio molhadas, resultado da festa de horas atrás, e procurei o meu celular para chamar um táxi ou um Uber que pudesse me deixar em casa, já que Kate estava dormindo com Matt na última vez que a vi.

Ainda era cedo, o Sol estava nascendo quando eu entrei dentro do carro do Uber que aparentemente também não havia dormido nada essa noite. Mas, eu fiquei quieta, apenas esperando ele chegar ao meu destino, que não era muito longe, pagando a ele com cartão de crédito.

- Obrigada moço e bom dia - falo antes de pôr os pés para fora do carro e fechar a porta da HB20 prata que havia ido me deixar.

Entrei na casa e pude ver minha mãe na cozinha, onde já preparava o café da manhã com os empregados.
Eu preferia quando minha mãe não estava em casa, pois ela sempre tentava ajudar, mas a comida dela era péssima, o que me fazia preferir a comida da Arabelle, nossa governanta.

Como meus pais sempre viajavam a negócios, eu passei a maior parte da minha vida com Arabelle. No começo, como eu era nova demais, eu chorava e queria que minha mãe ficasse comigo a todo tempo, as vezes até segurando-a pelo pé.

A despedida sempre foi algo doloroso para mim, até que consegui me acostumar a essa situação e compreendi que se não fossem, eu também não poderia ter oportunidades na minha vida.

Fui ao meu quarto sem que minha mãe percebesse que eu havia chegado, pois a última coisa que eu queria era ajudar ela com o café da manhã. Tomei um banho, me sentindo limpa novamente, vestindo um pijama do Artic Monkeys e minhas pantufas de dinossauro.

Dormi durante uma hora e alguns minutos, até o alarme que eu havia colocado tocar e eu pude descer para tomar o café da manhã que minha mãe e Arabelle haviam preparado.
Eu desci as escadas da enorme casa e pude ver tudo na mesa, minha mãe já estava ali e eu passei por ela para me sentar na cadeira ao seu lado, já que em uma ponta ficava ela e na outra o meu pai, porém o senhor Wallace nunca estava em casa.

Meu pai era praticamente um fantasma naquela casa, pois sempre que aparecia só fazia um barulho, mexia em algumas coisas e sumia, era um grande neurologista, o que deu a ele alguns méritos, como o mais popular neurologista do mundo e com essa fama, ele agora dá cursos pelo mundo todo, faz exames, palestras em algumas faculdades como um coach da medicina.

Enquanto isso, minha mãe é também uma importante advogada e defende pessoas de todos os estados dos Estados Unidos, por isso também não fica em casa.

- Bom dia, mãe. - sorrio me sentando a mesa e cruzando as minhas pernas.

- Bom dia, filha. Não te vi chegar essa manhã. - ela falou com um ar preocupado.

Mesmo que ela trabalhasse muito e cozinhasse pessimamente era uma mãe que se preocupava comigo tanto quanto a mãe de urso polar, sempre querendo me proteger.

- Eu cheguei há umas duas horas, só tomei um banho e dormi um pouco, nada demais. - sorrio pegando um dos pães de massa folheada, que era um dos meus preferidos.

Amizade a toda provaOnde histórias criam vida. Descubra agora