CAPÍTULO ONZE

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Phillip Earth

-... Um cargo de babá honorário! - rolei os olhos.

- Phillip, não torne isso mais difícil. - meu pai diz.

- Me dê um bom motivo para eu ir pro outro lado do Oceano Atlântico?

- Você é o guardião dela!

- Não foi escolha minha! - Joguei-me na poltrona da vovó e ali fiquei bufando de raiva.

- Não foi escolha de ninguém, Phill. Você foi predestinado a isso. Aceite. - Ele tocou meu ombro.

- Não estou nem um pouco a vontade, com a ideia de ser guarda costa de uma pirralha, 24 horas por dia. - disse enfurecido. - Ainda mais, já terminei o colegial. Por que tenho que voltar pras salas com aquele cheiro insuportável de giz?

- Phillip, é a maneira mais fácil.

- Um apartamento próximo já bastava pra mim. - meu pai apertou a ponte do nariz por baixo dos óculos, espremendo bem os olhos. O que deixava seu rosto todo vincado.

- Querido, deixe-o. - Vovó disse tocando os baços do meu pai. - Ele sabe que não tem escolha, Call.

Odeio quando eles acham que sabem de tudo. Eu não escolhi ser um bruxo poderoso. Eu não escolhi ser das Famílias Circulares. E, principalmente, não escolhi ser o guardião de uma pirralha... bonitinha, bem de corpo, e... e, mandona e irritante! Mas que saco!

- Se a mamãe estivesse aqui, ela ficaria do meu lado.

- Se sua mãe, não estivesse em algum lugar no Alasca, ela ainda faria o que é certo. - bufei.

- Eu avisei desde o começo, Call. Está mulher não vai ser uma boa esposa. - Vovó resmungou. - Mas você estava tão cego de amores por ela que...

- Mamãe, não vamos falar da Roberta agora. A questão aqui é o Phillip!

- Quando que eu realmente tenho de ir? - cruzei os braços.

- Amanhã de manhã. Layla irá recebê-lo por lá à noite. - Papai disse.

- Então, eu tenho menos de 24 horas para arrumar as malas e fazer tudo o que preciso fazer até lá? - Papai concordou. Ri. - Que legal, vou passar meu aniversário sendo guarda costa de uma pirralhazinha!

- Phill, você vai fazer 19 anos. Seja mais maduro. - rolei os olhos.

- Tanto faz. - peguei minhas chaves e jogando a jaqueta preta de couro por cima do ombro, fui para porta da frente.

- Vai sair?

- Parece que estou indo fazer o que? - digo rudemente.

- Vai de moto? - ele perguntou.

- Vou. E sim, documento okay.  Capacete okay também. - digo. - Não sei que horas volto. Portanto, não esperem por mim. - digo batendo a porta atrás de mim e saio para uma típica noite de outono texana.

Aperto a jaqueta ao redor dos braços, subo na moto, uma Ducati Monster 650 do ano de 2005 preta. Ponho o capacete e dou a partida. O motor ronca, e eu saio pra escuridão noturna das ruas.

Depois de 40 minutos de estrada até a cidade. Parei no pequeno Pub de um amigo, o Black Sheep². Abri à porta e um pequeno sino tilintou alertando minha entrada. Becky, uma ruiva toda tatuada, levantou a cabeça do bar parando de esfregar o balcão com um pano.

- Ora, ora, olha só o que os ventos sopraram por estas bandas, Tucker! - Ela disse cutucando o barman nas costelas.

- É bom vê-la também, Becky. - disse me sentando junto ao balcão.

Elementais - Segredos PerdidosWhere stories live. Discover now