Cap. 1

18 2 0
                                    

- Nice, qual é?! Pelo menos tenta se divertir. - disse Ana tentando puxar Nice para a pista de dança.
- Eu ja tentei, mas meus pés estão doendo, a música está estourando meus tímpanos e isso ta muito lotado pro meu gosto, além disso ainda estou com dor de cabeça. - disse se divencilhando da amiga.
-Mas é seu aniversário. - falou, como se isso resolvesse todas as questões da humanidade.
- Sim, e eu estaria aproveitando muito bem na minha cama com meu travesseiro e meu edredom.
- Ok, mas eu vou dançar. - disse se afastando.
Nice se dirigiu ao bar,não ia beber nada, mas pelo menos podia sentar e descansar os pés doloridos. Sentou-se e olhou para a pista de dança onde encontrou Ana dançando, balançando sua cabeleira loura, colada com um cara. Ana era uma garota bonita, muito bonita alias, alta, magra, olhos claros e chamava atenção por onde passava. Nice também não era feia, mas comparada a amiga em seu ambiente natural (as baladas) ficava no chinelo.
Nice não sabia por que Ana gostava tanto desses lugares, não via sentido em dirigir até o outro lado da cidade só pra dançar, o que poderia fazer em casa sem ninguém para julga-la e, assitir a casais se pegando em cantos de parede, o que era constrangedor. Por isso Nice nunca ia com Ana, por mais que ela insistisse, mas como esta fez questão de enfatizar, era seu aniversário.

A partir de hoje Nice tinha oficialmente 17 anos, grande coisa! Continuaria a ter a mesma vida de sempre.
- Hey! Se for ocupar uma cadeira vai ter q pedir alguma coisa. - disse o barman tirando Nice de seus devaneios.
-Ah, então traz uma água.
-Desculpa, mas não temos nada sem álcool.
-Nossa, mas que lugarzinho deplorável - pensou alto.
-O que? - o barman perguntou com uma cara de quem comeu e não gostou.
- Nada! Pode trazer uma cerveja então. - falou com o sorriso mais amarelo que conseguiu.
-Posso ver sua identidade?
Nice tirou da bolsa a identidade falsa q Ana havia arrumado e entregou ao barman, este olhou por alguns segundos e lhe devolveu saindo. Nesse momento Ana chegou.
-Vai beber? Que milagre! - falou e pediu uma dose de whisky.
-pois é, ja que você fez questão de me trazer em um lugar que só posso sentar de consumir alguma droga lícita. - falou ríspida.
-Nossa, que mal humor.
-Foi mal, é essa dor de cabeça que ta mexendo com meus neurônios.
- Enfim, só vim te chamar pra ir pra casa.
- Espera, você nn vai ficar até o dia amanhecer?
- Não, você tem razão, isso aqui ta muito lotado.
- Ok. - falou sem acreditar nem um pouco nela. - Vamos.
Ana era do tipo de pessoa que adora uma festa como essa e só se da por satisfeita quando vê o sol nascendo, era compreensível que Nice desconfiasse.
Pagaram a bebida e foram embora no impala 67 de Ana.
- Certo, já pode me falar, o que aconteceu? - Disse Nice seria assim q chegaram em frente ao seu prédio.
- An? Como assim? Não aconteceu nada.
- Ana, pode falar. Você não viria pra casa por nada.
Ana suspirou, olhou para o próprio colo e então encarou a amiga.
- Ok, eu...eu vi o lucas lá.
-Não acredito nisso, ja faz um mês que vocês terminaram, você não devia se abalar apenas por ver ele.
-Eu sei, mas é que..eu não sei, acho q ainda gosto dele. - Ela começou baixo e terminou de uma vez.
-Bom, então você tem que dar um jeito nisso. Ele te traiu, Ana!
-Eu sei. - ela disse cabisbaixa.
Nice a puxou para um abraço apertado enquanto dizia - Fica bem viu.
-Ta bom.
-Tchau, brigada pela carona. - disse enquanto saia do carro.
-Tchau, de nada, te amo. - e arrancou com o carro.
Nice entrou no apartamento pensando no como Ana iria passar a noite chorando, assitindo filmes tristes e se entupindo de doces, lembrando de tudo que viveu com o ex. Coitada, talvez Nice ligasse pra ela mais tarde.
Caminhou até o quarto,colou uma roupa leve, tomou um analgésico para a dor de cabeça e foi deitar

**

Estava tudo um caos. Fogo por toda parte, um cheiro forte e insuportável. Além do gosto de sangue na boca.
Nice não conseguia enxergar muito por causa da fumaça, porém tinha certeza de uma coisa, estava na casa da Ana. Tentou procura-la, mas a fumaça não ajudava, além disso estava sangrando e estava aterrorizada. A dor era insuportável, tentou estancar a ferida mas não tinha forças para apertar.
De repente a escuridão tomou forma, a forma de um homem, seu coração acelerou, o medo era quase palpável. A criatura a sua frente era feita de trevas e escuridão, mas para maior desespero estava segurando um instrumento parecido aos ferros aquecidos utilizados para marcar gado, mas este não estava apenas aquecido, estava literalmente pegando fogo, fogo negro e inexplicável.
- Onde está a escolhida? - falou, o que quer que fosse aquilo.
- Eu...eu não sei do que você está falando - disse com a voz trêmula, mas não era a voz de Nice.
Então a criatura empurrou o ferro em sua pele queimando camada por camada até chegar na carne enquanto Nice gritava em agonia.

A ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora