First Day

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Lauren suspirou enquanto transferia alguns itens aleatórios de sua mochila para seu mais novo armário. Parecia que havia sido ontem que ela estava terminando o segundo ano do ensino médio e aguardando ansiosamente as férias de verão. Agora, semanas depois, Lauren se encontrava no mesmo corredor agitado e caótico de dois anos atrás, se preparando para o inevitável retorno para mais um ano de rotina monótona.

Não era como se ela não gostasse da escola porque, na verdade, ela gostava. Lauren amava aprender e se orgulhava de ser uma aluna nota A. Ela gostava da sensação de um livro novo em mãos, sendo uma obra fictícia de um autor desconhecido ou um livro de história. Ela se deliciava com o desafio de tentar resolver problemas matemáticos complexos, gostava de aprender sobre as bases fisiológicas da forma humana, de se perder nas vidas e lutas daqueles que viveram antes dela.

Conhecimento é poder, ou ao menos Lauren tinha ouvido isso uma vez. Ela não podia conter a sensação de realização que sentia quando conseguia aplicar algo que havia aprendido a uma situação em sua vida, mesmo que fosse apenas certificar-se de consumir a quantidade recomendada de água por dia para garantir que seus rins não caiam em falência.

Não era a rotina da escola que Lauren não gostava. Na verdade, ela achava legal ter alguma estrutura em seu dia a dia mais uma vez. Era a tediosa e mundana prática de retornar ao clichê do colegial e rótulos que Lauren não aguentava. Ela nunca se descreveria como popular, mas ao mesmo tempo não era tratada como uma desajustada pelo resto da população estudantil. Lauren só meio que existia no colegial, em algum lugar entre a elite social e a socialmente aceitável. Ela se sentia tão confortável em conversar com as poucas amigas que tinha da equipe de líderes de torcida quanto com as da banda ou do coral da escola. Talvez seja por isso que ela nunca gostou do isolamento social habitual que inevitavelmente vinha junto com o começo do ano letivo porque Lauren não se encaixava nas panelinhas estereotipadas que cada filme adolescente adorava colocar na tela.

Lauren era feliz com a pessoa que seus pais a criaram para ser. Alguém que não julga, que é tolerante e mente aberta. Ela não escolhia seus amigos baseado em como eles poderiam ajudá-la em sua posição social, mas sim por como eles acrescentariam em sua vida, por suas experiências, seus intelectos, seus talentos e gentileza. Se havia uma coisa que Lauren odiava sobre o tedioso colegial era a ignorância e crueldade de alguns estudantes.

Lauren suspirou novamente e fechou a porta do armário com certa força, só para quase ser achatada contra ele pelo peso de alguém se pendurando em seus ombros. Um leve som agudo de felicidade saiu de suas bocas enquanto as duas riam, fazendo Lauren sorrir enquanto a pessoa soltava seus ombros e ela se virava para encarar a intrusa.

- Hey! – Normani disse animadamente, puxando a amiga para um abraço de urso. – Eu senti sua falta nesse verão!

- Manibear... – Lauren conseguiu dizer, sua voz quase se perdendo pela falta de ar em seus pulmões devido à chegada quase triunfante de Normani.

Percebendo que estava quase esmagando sua melhor amiga contra o armário de ferro, Normani a soltou e Lauren sorriu, balançando a cabeça.

- Desculpe – ela disse, entrelaçando suas mãos com as de Lauren. – Acho que fiquei um pouco animada demais já que não te vi nas últimas sete semanas.

Lauren riu, empurrando Normani pela cintura enquanto elas começavam a caminhar pelo corredor lotado.

- Não é como se eu tivesse te abandonado completamente – Lauren protestou. – Nós nos falávamos pelo Skype pelo menos uma vez na semana e mandávamos mensagens todos os dias. Você fala como se eu estivesse isolada no Ártico sem ter como me comunicar com ninguém.

Trials and Tribulations (camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora