Capítulo 4

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Minerva via tudo cinza, tudo sem cor, tudo infeliz. A morte de seu marido deixou um grande vazio dentro dela. Um vazio que jamais poderá ser preenchido novamente. É como se Minerva tivesse tido metade do seu corpo arrancado e ter sido reimplantado como uma parte de ferro, rígida e fria.

Seu olhar era cansado e desanimado, tudo isso ficando ainda pior quando era lembrada por sua queria filha, Pérola, que pedia quando papai ia voltar da grande viagem. Partia seu coração ter de dizer: "Papai vai demorar para voltar, meu amor! ".

Minerva tinha de arrancar forças para continuar sua vida, agora tinha que fazer tudo por suas próprias pernas, terminar as reformas, terminar a organização das papeladas, fazer a reunião da escola, cuidar de Pérola e seguir sua vida. Isso tudo parecendo impossível até então.

Minerva tirou uma semana de luto para poder organizar sua vida sentimental e familiar, que havia mudado drasticamente e para sempre. Nessa semana, Minerva mais dormiu e ficou deprimida do que tentou reagir para vida, mesmo com os pedidos da pequena Pérola.

Na semana após a morte de Augusto, Minerva resolveu vender a casa que morava até então, e ir morar na escola com a Pérola, numa tentativa de enterrar de vez o passado a pouco transformado. Recomeçar era a palavra que pairava sobre Minerva quando decidiu fazer essas mudanças.

O cômodo superior da secretaria, era bem espaçoso, tinha banheiro com chuveiro e tudo, foi feito para ser a sala de lazer e apoio dos funcionários da escola, e que a partir daquele dia, Minerva adotou como Sua Casa.

Minerva fez tudo o que tinha de fazer na escola, organizou toda a papelada, fez a reunião, arrumou sua nova casa, mas sem nenhum animo de viver, a dor era muito recente para sair sorrindo por aí, era como se a razão de ser feliz e viver tivesse sido arrancada do seu ser pela raiz. Até a pequena Pérola estava tristinha em ver a sua mãe tão triste, como naquelas últimas semanas.

As aulas iriam começar em alguns dias e Minerva estava apostando naquela grande oportunidade de se reerguer depois do incidente, ter crianças correndo pela escola, ver a alegria delas, seria uma ótima oportunidade de recomeçar, essa era a esperança de Minerva além de ver sua filha crescer bem.

A escola estava radiante, pintada com cores vibrantes, tudo consertado, prontinha para ter seus alunos correndo para lá e para cá.

Os professores chegando e dando um ar mais alegre e movimentado junto com as crianças. Nesse ponto em diante, Minerva começou a se reerguer, e a tentar uma nova esperança, principalmente ao ver no rosto de sua filha Pérola um sorriso grande e feliz.

Sob o olhar de MinervaOnde histórias criam vida. Descubra agora