(P.O.V. Nico)
-Bee?
-É, algum problema com o meu apelido? -ela pergunta em um tom irritado.
-Não, nenhum. Bem, eu me chamo Nico, e como pode perceber você está no meu...
-Sua cabana. -ela me interrompe.
-Que seja. -respondo frio a encarando.
-É um prazer te conhecer, Nico Di Angelo. -ela fala descendo da beliche e estendendo a mão para mim.
A analiso com os olhos antes de apertar sua mão que por acaso também era tão gelada quanto a minha.
A olho desconfiado soltando sua mão.
-O que faz aqui tão tarde?
-Vim te observar dormir... -ela solta uma risada. -Brincadeira. Vim te conhecer -ela responde dessa vez cruzando os braços e me analisando com os olhos.
Faço o mesmo fazendo ela rir.
-Isso não explica nada garota. Agora sai do meu...
-Sua cabana. -ela interrompe novamente me fazendo contar até três mentalmente. -E eu não vou sair daqui, você não entende. Além do mais, não tenho para onde ir ainda.
-Vá para a sua "cabana". -faço aspas com os dedos.
-Eu não tenho uma cabana de verdade.
-Você é uma semideusa?
-Não exatamente... -faço uma careta.
Okay, isso não é muito comum.
-Espírito da natureza?
-...Não.
-Um novo oráculo?
-Ahn... Também não.
-Então o que você é?
-Meio que uma... Mortal.
-Então como que você... -paro para pensar enquanto ela morde o lábio inferior de maneira nervosa. -Quantos anos você tem?
-Dezesseis...
-Quando você morreu? -pergunto a encarando.
Ela paralisa solta um suspiro longo.
-A uma semana. Mas eu ganhei uma segunda chance, então... A minha morte é hipotética. É como se eu não tivesse morrido um dia, apenas sofrido um acidente. -ela fala se jogando na cama de baixo da beliche.
-Do que você morreu? -pergunto me sentando na mesma cama que ela.
-É no mínimo, complicado. Pode-se dizer que eu... Ingeri um veneno. -ela fala se sentando e olhando para o nada.
O silêncio se espalha no ambiente enquanto eu fico olhando para um ponto fixo na parede.
Mas por que ela está aqui se é uma mortal?
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Maré de Tempestade - (Continuação de Filha da Maré)
FanfictionO tempo parece ter passado no mundo semideus, mas as cicatrizes do passado não serão apagadas tão facilmente quanto Nico Di Angelo espera.