(P.O.V. Nico)
Bee estava dedilhando na guitarra quando ouço alguém bater na porta. Me levanto e abro a mesma encontrando o novo campista que procurava algo dentro do meu chalé com os olhos. Dei uma tosse seca fazendo seu olhar se voltar para mim.
-É... Olá, como vai e o que deseja? -perguntei um tanto rude.
-Desculpe, estou procurando uma garota de cabelo lilás. Me disseram que ela estava aqui.
-Ah sim. -olhei para trás. Bee ainda tocava guitarra de olhos fechados e cantava baixinho. -Entre. -respondi dando passagem a ele que analisava o interior do chalé impressionado.
-Aqui é realmente muito legal... -ele respondeu com um pequeno sorriso.
-Obrigado. -disse dando de ombros.
Assim que Bee reparou quem era o autor da voz ela errou a nota abrindo os olhos e paralisou novamente encarando o mesmo.
-Não. -ela disse se levantando e guardando a guitarra rapidamente.
-Eu vim aqui conversar. -ele disse se aproximando dela.
-Não! -ela quase gritou recuando e subindo em uma beliche rapidamente enquanto ele a seguia.
-Eu só quero conversar. -ele disse indo até ela que ficou rapidamente de pé na parte de cima da beliche.
-Eu não quero conversar com você. -ela respondeu fria e um tanto assustada.
Ele soltou um longo suspiro e colocou uma mecha de cabelo para trás da orelha.
-Eu soube do acidente, eu soube de tudo. Por isso estou aqui.
-Se você sabe do acidente então por que está aqui? -ela retrucou.
-Porque eu precisava te ver. -ele disse em um tom triste.
Eu não estava entendendo mais nada naquela conversa mas continuava ali.
Bee me lançou um olhar de socorro e eu encarei o garoto.
Essa situação me fez lembrar de mim e de Will. À alguns anos atrás eu estava no mesmo lugar que Bee. Eu conseguia entender a vontade dela de sumir, porque eu já senti essa vontade.
-Bee, você quer conversar com ele? -perguntei para a mesma quase encolhida que negou com a cabeça abraçando seus joelhos. -Então eu infelizmente vou ter que te convidar a se retirar do meu chalé. -disse irônico para o cara.
-Mas eu... -ele fechou os olhos por alguns segundos. -Eu não saio daqui até ela conversar comigo. -ele respondeu me encarando de volta.
-Tudo bem, então nesse caso, nós vamos nos retirar. -falei subindo na beliche onde Bee estava e a puxando pela mão para a sombra que a cama fazia no canto. Mas antes que eu nos fizesse viajar pela escuridão, ela me puxou nos fazendo viajar pela escuridão.
Praticamente caímos no chão duro. Olhei para Bee, que parecia aérea, totalmente confuso.
Como é que ela viajou através da escuridão?
Reconheci o lugar pelo letreiro que estava brilhando e piscando bem em cima de nossas cabeças: Welcome To Fabulous Las Vegas Nevada.
O movimento de carros na estrada ao nosso lado era quase bizarro e muitos turistas tiravam fotos na outra extremidade da placa.
Me levantei primeiro e estendi a mão para Bee que se levantou com a minha ajuda.
Ela parecia triste e sua mão estava mais fria do que o normal, parecia assustada e confusa, coisa que eu nunca imaginei Bee sendo.
-Aonde vamos agora? -perguntei a observando.
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Maré de Tempestade - (Continuação de Filha da Maré)
Fiksi PenggemarO tempo parece ter passado no mundo semideus, mas as cicatrizes do passado não serão apagadas tão facilmente quanto Nico Di Angelo espera.